Coluna Paulo Navarro

Marcelo Ricco é rico até no nome. É rico em fé, vocação e amor pelo teatro, onde atua, produz, ganha o pão e o vinho. É rico em gargalhadas, lágrimas e música. Rico e milionário ao enfatizar que a maior riqueza é saber dançar, cantar, amar de conchinha, proteger o planeta e viver. “A maior riqueza está longe de ser o dinheiro”. A seguir sua senha e sanha, conta e contos, seu patrimônio.

1) Marcelo, ser ator em BH ou fora da Globo é profissão de fé ou de risco?
Um pouco de cada coisa! A TV ajuda a difundir e ter um público maior. Mas não é uma condição! A fé me parece algo peculiar aos artistas. Somos eternos perseverantes. Não há prazer maior que ver seu trabalho traduzido em gargalhadas, lágrimas, reflexão. Este, sim, é o melhor cachê!

2) Você está com dois espetáculos na Campanha de Popularização do Teatro e da Dança de Belo Horizonte. Quais são?
“Os homens querem casar e as mulheres querem sexo” completa sete anos em cartaz em maio deste ano. O texto é do carioca Carlos Simões e a direção de Carlos Nunes. É um jovem frequentador assíduo de casamentos que não desiste de encontrar “alguém para dormir de conchinha”. Já “O menino mais rico do mundo” é um musical infantil. O texto de Xico Abreu, com direção de Diego Benicá, propõe que as crianças reflitam sobre como cuidar do planeta.

3) Homens querem mesmo casar ou isso é comédia, piada?
Acho que querem, sim. Com a mudança de papeis em nossa sociedade machista, o homem ficou mais à vontade para falar do matrimônio. Assim como a mulher para falar sobre sexo!

3) Campanhas como a Popularização do Teatro ajudam e provam que tem público?
A campanha reforça que o teatro tem seu lugar no cardápio cultural. E depois que o público cria o hábito, o valor do ingresso é secundário.

4) Duas peças ao mesmo tempo, produzindo e atuando. O segredo é trabalhar, transpirar muito?
Sim, não há outra receita senão a entrega! Trabalho nos bastidores tanto quanto no palco, às vezes até mais. Produção demanda minúcias. Só com muito esmero e dedicação se consegue um bom resultado.

5) Como no cinema nacional, o brasileiro quer é comédia?
Acho que o brasileiro quer arte, mas que preferencialmente o faça sair mais leve do teatro. A comédia talvez exerça mais objetivamente este papel.

6) Rir é o melhor tédio e remédio?
Especialistas afirmam que rir alivia as dores físicas em seus mais elevados graus. Imagina o que o riso pode fazer com a alma!

7) Que papel gostaria de interpretar, em breve ou um dia?
Gostaria de fazer algo que incentivasse mais a caridade ao próximo. Talvez algum texto espírita.

8) O menino mais rico do mundo é o que estudou?
O menino mais rico do mundo, na peça, começou a trabalhar muito cedo e nem por isto deixou de estudar. Temos acompanhado a inversão de valores da sociedade atual. Precisamos explorar a arte e tantos outros meios para enfatizar que a maior riqueza do mundo está longe de ser o dinheiro.