Só hoje e no infinito
Foto: Elias Kfoury
Só hoje e no infinito
Num dia, de folga, os Deuses - incluindo os egípcios - felizes, com muito bom humor e generosidade, resolveram inaugurar Fernanda Mello no Universo. E capricharam no recheio e na cobertura do bolo. Além de linda é um espécime altamente funcional e inteligente da raça humana que nem sempre prima pela poesia. Tem gente que transforma água em vinho. Fernanda transforma em Champagne francês.
Fernanda, no check in do hotel você se identifica como? O que escreve no espaço "profissão"? Publicitária, jornalista, poeta, compositora ou escritora?
- Escritora! Para já saberem - na entrada - que a conta do frigobar terá que ser dividida em cinco vezes sem juros rs.
Letrista de música também... Jota Quest... Letra de música é poesia? Para o "modesto" Chico Buarque não.
- Acredito que sim. E minha certeza veio quando li as letras do Cazuza. “E ser artista no nosso convívio, pelo inferno e céu de todo dia, pra poesia que a gente não vive, transformar o tédio em melodia”... pura poesia!
Tua adoração por gatos seria reencarnação de alguma Cleópatra distraída?
- Possivelmente! Gatos, vinhos, najas que aparecem vez por outra, rs...
Quatro livros até agora, contando com este mais recente: "Amar é punk"... Fale dele um pouquinho, já que o tema é punk e será lançado em Brasília, hoje!
- “Amar é punk” fala sobre o amor, sem a romantização que existe em torno dele. Bem resumidamente, eu poderia dizer que o livro trata do amor real, aquele que a gente vive no dia a dia, com suas delícias e dificuldades, que nada têm a ver com contos de fada, nem com filmes do cinema.
Amar é verbo intransitivo ou uma terra em transe?
- É um verbo intransitivo, sempre em transe!
O amor é para os fracos, os fortes, os frascos ou comprimidos?
- Para os fortes, claro! Bukowski define isso bem numa frase: “o amor é para os que aguentam a sobrecarga psíquica”.
Falar de amor ajudou a tornar-se uma "digital influencer"?
- Eu imagino que sim. Tudo que envolve o amor e os relacionamentos tem grande repercussão na internet.
Voltando a Brasília, hoje. Lançamento de livro com música? Ótima ideia! Deveria ser obrigatório, né?
- Deveria, sim! Música e livros deveriam ser obrigatórios nesse mundo caótico, imagina que delícia se nossos deveres incluíssem apreciar a arte? Mas, voltando ao evento, será um show com Elias Martins, um cantor com uma voz muito foda, aqui de BH, que agora também é meu marido (não sou boba nada!). Estão todos convidados, vai ser massa!
O que você faria "Mais Uma Vez" ou "Só Hoje", no melhor estilo destas duas letras que você fez para o Jota Quest?
- “Mais uma vez” eu escreveria sobre tudo aquilo que eu sinto. “Só hoje” eu me atreveria um pouco mais e agradeceria - sem rasgação de seda - a jornalistas como você, que conseguem fazer a gente rir (e pensar!) ao responder uma entrevista! Já vou roubar esse “Cleópatra distraída”, isso é quase um pedido de permissão...