Quarta, 8 de janeiro de 2025


Com os pés firmes na Terra e em 2025, o presidente do PIC, Antônio Eustáquio da Rocha Soares e Moema, anfitriões do Réveillon do PIC, curtindo a festa. Foto: Arquivo pessoal


Na mesma super festa, tudo azul, no bom sentido, para o casal, Aparecida Martins e Ernane Pedrosa. Foto: Arquivo Pessoal

Azul está Roxa

A situação da Azul Linhas Aéreas, há muito tempo, está feia. Voos a priori, sem escalas, com escalas improvisadas e devidos atrasos insuportáveis. Parece aquele convidado bem trapalhão do Cinema. Uma companhia tão “nova”, já cheia de problemas. E a Azul não é a única, outras companhias aéreas também dão “dor de cabeça”. Como pode, no Brasil, sem concorrência, empresas aéreas perderem dinheiro?

Azul & Cia.

Como pode existir crise no setor aéreo com passagens tão caras e, mesmo assim, tanta procura? Os preços só fazem aumentar e os clientes ganham nada, pelo contrário, perdem em qualidade. Aviões desconfortáveis, assentos apertados, serviço de quinta-categoria, bagagens limitadas e os preços só aumentando. Pergunta-se: onde estão as empresas “low cost” (preços baixos e competitivos) que funcionam tão bem no exterior?

Azul Desbotado

Voos lotados, logo, um convite a atrasos e confusões. Não consegue manter seu cronograma, sua agenda, planos de voo, causando filas sem fim, o pior dos desconfortos para os passageiros nervosos, estressados e até agressivos, pelo menos verbalmente. Muitos só conseguem embarcar, literalmente, no grito. 

Azul de Raiva

Insatisfação geral do tipo “bola de neve”. Sobra, claro, para a pobre tripulação. O atraso insuportável sem aviso prévio frequentemente surpreende os passageiros no saguão de embarque, em desacordo com a Resolução nº 400 da ANAC, que exige a comunicação de alterações programadas com, no mínimo, 72 horas de antecedência.

Azul Transbordante

Trocando em miúdos e na linguagem do setor, o problema “bola de neve” é o “overbooking”, quando uma empresa vende mais do que pode atender. Infelizmente uma prática comum em voos comerciais e internacionais, na qual a companhia aérea vende mais assentos do que a aeronave comporta. Isso acontece para preencher possíveis desistências. O resultado está aí. E continua!

Azul de Atenas

No caso, recente e pessoalmente, mil vivas à amiga e temida Luciana Atheniense, advogada especialista em Direito do Consumidor, principalmente em direitos e deveres dos turistas, à frente de seu “viajando_direito”. Com seu talento, o assunto: “Reclamação Urgente - Descaso, Descumprimento Contratual, Violação da Legislação Consumerista e Negação de Atendimento Prioritário”.

Azul em Soluções

Ah! O mapa é viajando_direito @direitoviajando que também é um e-book, com dicas sobre direitos e deveres do viajante. Informações práticas para sua viagem nacional e internacional, além de telefones e sites das entidades e empresas que atuam no setor, acessíveis por meio de link clicável.

Azul Sem Fins

Na sua impecável reclamação em nome do titular da coluna, a experiência de terror foi assim relatada, podendo ser pior. “Passageiro do voo 4417, originalmente previsto para 11h20 foi adiado duas vezes, cancelado e posteriormente substituído para alguns passageiros no voo 2891 Confins/Santos Dumont, com a promessa de que as bagagens iriam ser transferidas”.

Azul é o Fim

O que não ocorreu com o titular da coluna e outros 15 passageiros. Uma vez no Santos Dumont, nada de malas e informações. Daí. Zero informações no 0800 e no WhatsApp. Dessa forma, somente depois de protocolar denúncia judicial é que providências foram tomadas para a devolução no dia seguinte. Mas voltemos aos detalhes, nas palavras de Luciana Atheniense. 

Azul de Raiva

“Escrevo para manifestar minha insatisfação com o descaso, o descumprimento contratual, a violação da legislação consumerista e a negativa de atendimento prioritário, que é direito garantido pela legislação brasileira”. Primeiro, “Descumprimento Contratual e Violação do Código de Defesa do Consumidor. A empresa não cumpriu o serviço contratado, desrespeitando os artigos 30 e 31 do Código de Defesa do Consumidor, que garantem a entrega do serviço conforme anunciado e contratado”.

Azul de Indignado

“Descumprimento da Resolução 400/ANAC (Art. 28): mesmo havendo voos de outras companhias disponíveis para o Galeão (Aeroporto Internacional Tom Jobim, Rio de Janeiro) destino originalmente contratado, a empresa negou-se a reacomodar-me, contrariando o artigo 28 da Resolução 400 da ANAC, que determina essa obrigatoriedade”.

Azul Venenoso

“Conduta Arbitrária e Prejudicial: fui obrigado a despachar minha mala de mão, que continha medicamentos controlados essenciais para minhas condições de saúde (diabetes e cardiopatia), mesmo após informar a necessidade de mantê-los comigo. Havia espaço suficiente nos compartimentos de cabine, mas a empresa, de forma arbitrária, ignorou a situação e colocou minha saúde em risco”.

Azul em Rastros

Na esteira, descobrimos o incrível e simples AirTag, um rastreador de objetos da Apple que pode ser usado para localizar malas e outros itens perdidos. Tem 31,9 mm de diâmetro, 8,0 mm de espessura e 11 gramas. A localização do AirTag é exibida em tempo real no aplicativo de mapas do iPhone, iPad ou notebooks da Apple. Pronto, mais uma arma contra as mentiras de empresas aéreas que inventam extravios, destinos absurdos e misteriosos. 

Azul Cruel

Continuando. “Negação de Atendimento Prioritário: sou idoso, com 69 anos, e por lei tenho direito a atendimento prioritário, garantido pelo Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003). No entanto, a empresa negou-me esse direito, sem qualquer justificativa cabível, deixando-me em situação de maior vulnerabilidade e desamparo”.

Azul Perdida

“Extravio de Bagagem: minhas três malas despachadas não chegaram ao destino, incluindo a mala de mão que continha itens essenciais à minha saúde. Essa negligência demonstra o total desrespeito da empresa para com seus passageiros, agravando ainda mais os transtornos e prejuízos causados”.

Azul em gotas

*Continua o suplício Azul: “Estou hospedado no Novotel, Rua Gustavo Sampaio, 320, apt. 808, aguardando providências urgentes. Exijo a entrega imediata de minhas bagagens e a reparação pelos danos materiais e morais causados, em conformidade com o Código de Defesa do Consumidor e a regulamentação da ANAC”.

Azul em Nunca

“Se a situação não for resolvida prontamente, acionarei meu corpo jurídico para tomar as medidas cabíveis. E divulgarei publicamente este descaso nos veículos de comunicação em que atuo, como Band e Jornal O Tempo”. Resumo da ópera bufa: só depois de muitas ameaças, deu certo. Bagagens devolvidas, com urgência, por táxi, de madrugada e Viva Luciana Atheniense!

Curtas & Finas

*“Orientações Athenienses”, no caso Direitos no Transporte Aéreo.

Saibam que é imprescindível destacar que o consumidor tem o direito de solicitar à empresa aérea um documento formal com o motivo do atraso ou cancelamento do voo. 

No Brasil, a empresa é obrigada a fornecer este documento mediante solicitação do passageiro. 

É lamentável que, muitas vezes, esse documento não seja disponibilizado de forma espontânea, especialmente considerando que muitos consumidores sequer têm conhecimento desse direito.

Além disso, é fundamental ressaltar que, em casos de cancelamento de voo, a empresa aérea tem a obrigação de remarcar o voo.

Voo seja em aeronave própria ou de terceiros, na "primeira oportunidade" disponível. 

Essa determinação está prevista no artigo 28 da Resolução 400 da ANAC. 

Contudo, infelizmente, essa obrigação frequentemente não é cumprida por parte das companhias aéreas, contrariando as normas e prejudicando ainda mais os consumidores.

Conforme a Resolução nº 400 da ANAC, os direitos dos passageiros em situações de atraso variam de acordo com o tempo de espera.

Atrasos acima de uma hora: a empresa deve oferecer facilidades de comunicação, como acesso a telefone e internet.

Atrasos acima de duas horas: é obrigatório fornecer alimentação aos passageiros.

Atrasos superiores a quatro horas: a companhia aérea deve garantir hospedagem e traslado, caso seja necessário pernoitar.

Essas medidas têm o objetivo de minimizar os transtornos e assegurar o bem-estar dos passageiros durante situações de espera prolongada.

Por essas e mil outras o Turismo, ouro para toda e qualquer Economia no mundo, não decola no Brasil.

Resumo: saudade dos aviões da Panair, da Varig, do futuro passado e hoje, principalmente de outros velhos 8 de janeiro, quando aí sim, o Brasil era realmente tudo e todo azul. Verde e amarelo!