Paulo Navarro | terça, 7 de novembro de 2023

De tudo se faz continuando a abrir "Minas para o Mundo", o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira e o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, em frente à sede da UNESCO, em Paris, França. Foto: Divulgação

O Monstro de Paris

O  “Centre National d’Art et de Culture Georges-Pompidou” – CNAC, o famoso “Centre Pompidou”, ou Beaubourg”, para os íntimos e parisienses, era um “monstro” - como também foi insultada a Torre Eiffel – hoje é um templo de arte e cultura nascido da vontade do presidente Georges Pompidou, em 1977, no Centro de Paris, com uma arquitetura mais que moderna, quase futurista. Espaço lindo e rico.

O Belo Monstro

Pompidou era um grande apreciador de arte moderna, sonhou e concretizou esta instituição cultural para lá de original, cheia de tubos coloridos e uma escada rolante panorâmica, acompanhando todos os andares, com uma vista de tirar o fôlego e um charmoso restaurante no topo.

O Monstro de Vidro

Sua vocação, entre transparências, esqueleto de tubos e aço à mostra, é elevar a criação moderna e contemporânea onde as artes plásticas emoldurariam livros, desenhos, música, espetáculos, atividades para jovens e, claro, um cinema. Agora, imaginem uma parceria entre o Centro Pompidou e o Palácio das Artes, como escreveu o colega Paulo Campos, aqui mesmo, em O TEMPO, dia 1º.

Vidro e arte

Missão possível de Minas Gerais, de uma semana, na França e no Reino Unido. O vice-governador, Mateus  Simões e o secretário de Estado de Cultura e Turismo – Secult/MG, Leônidas Oliveira, já visitaram Paris, promovendo o destino Minas na Europa. Na agenda, reuniões na Unesco, com a Warner Bros Entertainment, o Pompidou e o Museu do Quai Branly, herança bendita de outro ex-presidente, Jacques Chirac.

Vida e arte

A estratégia termina na feira World Travel Market - WTM, em Londres, amanhã. "Quando o governo de Minas lançou o programa Minas para o Mundo, nos últimos dois anos, foram captados pela Invest Minas e pela Secult R$ 2 bilhões, com destaque para a chegada do resort Vila Galé e oito voos ligando diretamente o mundo a Minas. Turismo é o maior gerador de empregos no mundo”, afirma Mateus Simões.

Arte no Palácio

No Instagram, direto de Paris, Leônidas Oliveira entregou o ouro: “Terminando a visita com uma parceria que se estabelece com o Circuito Liberdade, momento importante com o vice-governador, Mateus Simões e a diretoria do Centro Pompidou. Apresentamos nossa galeria, no Palácio das Artes”.

Palácio da Canção

“Apresentamos também outros espaços capazes de receber exposições importantes para o entendimento da arte mundial, por nossa população e, sobretudo, para a transferência de conhecimento”. Enquanto Paris não invade BH, abertura, hoje, visitação a partir de amanhã, até 21 de janeiro de 2024, da exposição “De tudo se faz canção”, de Vânia Mignone, na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, Palácio das Artes.

Palácio da Esquina

Filha da bela e grande Campinas, São Paulo, Vânia Mignone cresceu em uma família e ambiente cercados de arte, sua obra dialoga de forma natural e harmoniosa com a música, o teatro e a dança. Nos últimos 30 anos, houve uma explosão de cores, com referências da nossa melhor MPB em suas pinturas. A começar pelo nome da mostra, um verso da música “Clube da Esquina nº 2”, de Milton Nascimento, Lô e Márcio Borges, de 1972.

“De tudo se faz canção”, principalmente quando a artista é a campineira, Vânia Mignone , a partir de hoje, no Palácio das Artes. Foto: Divulgação

De tudo se faz belas artes, quando a gerente de Artes Visuais do Palácio das Artes é Uiara Azevedo. Foto: Divulgação

De tudo se faz magia, quando a curadoria é de Priscyla Gomes. Foto: Divulgação

Curtas & Finas

*Continua a canção: “De tudo se faz canção” estreou e brilhou em São Paulo.

A mostra chega a Belo Horizonte em parceria com o Instituto Tomie Ohtake e a Casa Triângulo (SP). A curadoria é de Priscyla Gomes.

Fala Vânia Mignone, “mostrar meus trabalhos em Belo Horizonte assemelha-se à conclusão de um ciclo. Minha obra nasceu da emoção que sinto ao ouvir a música brasileira, seus ritmos, melodias e instrumentos”.

Continua Vânia: “as letras, verdadeiras poesias, particularmente de um período da nossa MPB que tem Milton Nascimento como um de seus expoentes”.

“Essa emoção eu coloco em minha pintura. Embora sejam formas de expressão artísticas distintas, pulsam e tocam o público da mesma forma”.

“E agora posso apresentar minha obra inspirada na música para o público mineiro”, destacou a artista.

Para Uiara Azevedo, gerente de Artes Visuais do Palácio das Artes, “o trabalho da Vânia impacta o público de diversas maneiras”.

“Tanto pelas cores chapadas e vibrantes das suas pinturas, quanto pela musicalidade e, ainda, pela inquietação de sua narrativa”.

“Ela envolve nossas atenções aos seus personagens solitários, a maioria mulheres, intensas, insondáveis, melancólicas e cheias de sentimentos e contradições”.

“É a celebração de sua primeira mostra individual em Belo Horizonte e inaugura a parceria da Fundação Clóvis Salgado com o Instituto Tomie Ohtake”, conclui.