Paulo Navarro | segunda, 3 de abril de 2023
Entrevista com a diretora da Cia. de Dança Palácio das Artes, Sônia Pedroso. Foto: Paulo Lacerda
Pedrosa e Preciosa
Mil perdões pelo óbvio ululante, mas quem batizou o Palácio das Artes com este nome foi muito feliz e resumiu tudo. O espaço, lindo e imenso complexo, na principal avenida da cidade, ao lado do não menos imponente Parque Municipal, é um cartão postal de Belo Horizonte como é a Praça da Liberdade e seu conjunto arquitetônico único. Mas voltando ao nome e ao óbvio, o Palácio das Artes realmente reúne senão todas, a maioria, as mais clássicas. Tem artes plásticas e até uma loja de artesanato. Tem teatro, cinema e muita música. É palco para a erudita, a popular e até o rock. E completando o acervo, não poderia faltar a dança. Daí, o assunto de hoje, sobre a grande arte da Cia. de Dança Palácio das Artes, nosso tema de hoje. Para falar desta usina de beleza, movimento e poesia, com vocês, a bailarina e coreógrafa Sônia Pedroso, agora, diretora da Cia. de Dança Palácio das Artes. Ela não é de falar muito, em compensação, vejam o que já fez, faz e pretende fazer.
Sônia, primeiro parabéns. Consegue resumir esta trajetória longa e gloriosa, de bailarina a coreógrafa e agora, diretora da Cia. de Dança Palácio das Artes?
Ingressei muito nova na Cia de dança, trabalhei muito para que hoje houvesse uma estrutura e identidade. Escolhi permanecer na Cia, e, juntamente com ela, fui transformando a minha formação de clássico, neoclássico e contemporâneo. Tudo isso evoluiu para um trabalho de processo colaborativo e de pesquisa na construção de linguagens coreográficas.
Você é prata da casa, desde o início ou começou encantando outros públicos?
Iniciei minha vida profissional na dança como bailarina clássica. Prossegui em busca de conhecimentos práticos e teóricos aprofundando minhas vivências e conhecimento.
Bailarina é “muito pouco”. Tem as “mil assistências”, até teatro e ópera... Mas, venceu a Dança!
Acredito que estes não são processos distintos coreografar para bailarinos e atores. O processo de condução artística de uma ópera ou peça teatral é sinérgico e sistêmico.
Dirigir a CDPA é um presente, mas também uma coleção de desafios?
Dirigir a CDPA sempre será um desafio principalmente na busca por perguntas, as quais muitas vezes não terão respostas. O processo dessa busca é um mergulho nos desafios. Acredito que a CDPA espera uma direção parceira com muitas trocas e aprendizado. Vamos descobrir e enfrentar juntos nossa jornada de desafios artísticos e técnicos, buscando sempre inovar, reinventar, superar não a outros, mas a nós mesmos em nossas capacidades inventivas.
O que a CDPA espera de Sônia, já que os bailarinos te escolheram? A CDPA tem uma tradição, uma cara bonita que você pode adaptar, mudar, acrescentar ou está pronta? É a famosa “direção artística”?
A CDPA não tem uma resposta única, ela tem uma atitude de adaptação, mudança e principalmente transformação.
Fale-nos do Vale do Jequitinhonha unindo a Dança com as Artes Visuais? Será uma estreia do tipo inolvidável?
O projeto Jequitinhonha veio para reafirmar a nossa maravilhosa cultura da região do Vale, o nosso povo, nossos artistas, unindo a dança com as artes visuais. Aposto em um trabalho diferenciado e impactante.
Como é vista a Dança de Minas no Brasil?
A dança de Minas tem várias formas de expressão, ela vem trazendo grandes e importantes reflexões (através de suas obras e seus artistas) ao Brasil, seja ela de companhia ou artista independente, Minas é uma referência de dança no Brasil.
Estas novidades vão esgotar 2023 ou “cabe mais”?
A dança brasileira é inesgotável, ela é retrato de nosso povo em sua diversidade, é garantia daquilo que temos de mais valioso, nossa identidade.