Coluna Paulo Navarro

Entrevista com a presidente do Servas, Christiana Renault. Foto: Heleno Valentim

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O voluntariado, como a solidariedade, a generosidade e a gratidão, é das ações mais nobres do ser humano. As recentes tragédias, como o terremoto no Marrocos, as inundações na Líbia, os refugiados na Itália e, guardadas as proporções, as enchentes no Rio Grande do Sul - que fizeram milhares de vítimas - são as provas mais evidentes da importância do serviço voluntário e do terceiro setor. Minas não tem tragédias naturais do tamanho de um terremoto, de inundações gigantes ou dos refugiados, mas tem as chuvas, que são líquidas e certas. Por sorte, com muita dedicação e trabalho, Minas tem o Servas e, à sua frente, Christiana Renault, mostrando que “gentileza gera gentileza” ou que “mais bem-aventurado é dar do que receber”. E muita calma porque “2023 ainda não acabou. Vem mais por aí”.

Christiana, brevemente, se possível, o que é o Servas e o que ele faz?

Servas é um serviço social autônomo, entidade do terceiro setor que se destina a prestar assistência social em Minas Gerais.

Você se adaptou bem ao cargo, sendo professora e especialista em Direito?

Sim, eu me adaptei muito bem, não só porque a formação em Direito me auxilia na convivência institucional com os setores público e privado, mas também porque minha dissertação de mestrado versou sobre assistência social sustentável.

Existe um problema recorrente em Minas, em especial BH, que já faz parte da agenda do Servas?

A assistência social lida com vários problemas recorrentes, mas a atuação emergencial, em razão das chuvas, nos motiva a manter o SOS Chuvas como um programa que se repete ano a ano.

Quão nobre é o voluntariado?

O voluntariado é muito nobre, mas mais do que isso, ele beneficia tanto o voluntário quanto o destinatário do trabalho dele. O voluntariado tem valorizado a vida de milhares de pessoas que se reinventam profissionalmente como voluntárias … Histórias lindas têm sido contadas por voluntários que cooperam conosco.

O mineiro é voluntário e solidário?

Sim, o mineiro é solidário. O prazer de fazer pelo outro só precisa ser descoberto e direcionado.

A mais recente ação pró Servas foi o “1º Festival Internacional da Cozinha Mineira Contemporânea - CaipiBlue”. Quem foi beneficiado?

Os eventos filantrópicos do Caipiblue beneficiaram quatro hospitais de Belo Horizonte: a Santa Casa, o Mário Penna, o São Francisco e o Hospital da Baleia.

Como foram os jantares, almoços beneficentes e os leilões, no Palácio da Liberdade?

Os eventos foram maravilhosos, em uma atmosfera de muita empatia e interesse pelo trabalho desenvolvido pelos hospitais. A arrecadação foi muito importante, mas mais do que isso, marcou uma tendência: a do crescimento do interesse da sociedade civil em participar do financiamento da assistência social.

Qual a próxima “batalha” do Servas?

Estamos a apenas alguns dias do lançamento do SOS Chuvas de 2023/2024. A estação chuvosa em Minas Gerais sempre representa um desafio para a assistência emergencial.

Planos para 2024?

Muitos! A Escola de Voluntariado, a Plataforma de Voluntariado, um portfólio de projetos socioambientais e socioculturais, mas 2023 ainda não acabou. Vem mais por aí!