Paulo Navarro | segunda, 10 de julho de 2023
Entrevista com o presidente da Rede Mater Dei Henrique Salvador. Foto: Rafael Motta
Salve Salvador
Mais que um hospital, uma rede. Mais que familiar, uma instituição de Minas e do Brasil. É o que descobrimos na entrevista a seguir, com Henrique Salvador, presidente da Rede Mater Dei, um grupo de saúde com atuação em Minas Gerais, Bahia, Pará e Goiás. Por enquanto! E quando Henrique fala, já na primeira pergunta, sobre o “Dr. José Salvador Silva”, está falando de seu pai, que também dominava “com maestria, os processos organizacionais” e fundou a rede em 1980, tendo o primeiro plantão médico dado por um estagiário, o próprio Henrique. Desde então a Rede Mater Dei norteia sua vida e serve a comunidade, com transparência, ética e sobretudo, respeito pela vida.
Henrique, a Rede Mater Dei está completando 43 anos. O que é este marco para você e para a saúde em Belo Horizonte?
O Mater Dei foi fundado pelo Dr. José Salvador Silva em 1980, fruto de um sonho que ele acalentava desde a faculdade de medicina. Em 1984, assumi a Direção Clínica e Técnica. Em 2011, assumi a presidência com o compromisso de consolidar, cada vez mais, a Rede Mater Dei de Saúde. Inauguramos a unidade Contorno e o Mater Dei Betim-Contagem, em 2014 e 2019, respectivamente.
Isso, sem falar nas aquisições, certo?
Em 2021, fizemos nosso IPO e de lá para cá adquirimos hospitais importantes nas regiões em que estão localizados (Minas, Bahia, Pará e Goiás). Levamos o nosso modelo de atendimento inaugurando o Mater Dei Salvador, em 2022. E, no ano que vem, iremos inaugurar mais um Hospital, o Mater Dei Nova Lima.
Nos últimos anos, a Rede Mater Dei deu início a um processo de nacionalização. Como foi essa decisão?
Crescer - e não se acomodar - sempre foi uma das nossas maiores características e está em consonância com o que eu acredito. Há três anos, percebendo os movimentos que vinham ocorrendo no mercado da saúde, tomamos a decisão de nos planejar e executar uma estratégia de crescimento acelerado.
Acelerado, mas não apressado...
Em nossas discussões buscamos criar as condições para perenizar a nossa organização por meio de um movimento incisivo de crescimento acelerado. A Rede Mater Dei de Saúde é composta por nove Unidades Hospitalares. São 2.399 leitos, cerca de 10 mil colaboradores e mais de 10 mil médicos cadastrados em nosso corpo clínico.
E como encara o desafio de expandir para além das montanhas mineiras?
Temos hoje uma governança madura em que as diversas partes funcionam de maneira organizada e sistematizada gerando compromisso das diversas instâncias com o nosso propósito e as nossas diretrizes institucionais. Conseguimos dominar com maestria os processos organizacionais e os nossos hospitais estão aderidos a processos de acreditação e certificação.
Um exemplo, por favor.
Um dos principais programas internacionais de certificação da “Joint Commission International”, a JCI. Isso garante uma qualidade e segurança assistencial na Rede Mater Dei que são, hoje, “benchmarking” nacional. Referência essa que se manifesta através dos diversos prêmios que temos recebido neste campo.
É o Jeito Mater Dei de Ser? Como implementar isso na prática?
As pessoas que fazem a Rede Mater Dei são um dos principais ativos que temos. Desde a fundação, investimos na captação, no desenvolvimento e na retenção de talentos. Cerca de 70% das nossas lideranças atuais foram formadas aqui. Centenas de médicos em atuação em diversos lugares do Brasil já passaram pelos nossos Programas de Residência e Especialização Médicas.
Não só formação de médicos, concorda, mas de equipes?
Investimos na formação de milhares de técnicos de enfermagem, por meio do nosso Centro de Formação Institucional e na pós-graduação de centenas de enfermeiros de nível superior. Esses profissionais aprendem, na prática, o que está em nosso DNA, desde sempre. São valores importantes para quem escolhe a área da saúde.
De que forma a transparência e o “compliance” estão inseridos na governança Mater Dei?
Na Rede Mater Dei existe transparência na gestão e o compromisso de fornecer informações. Devido a isso, são realizados inúmeros fóruns, onde há uma constante interação entre as diversas instâncias da governança e, no dia a dia, as atualizações ocorrem por meio da análise crítica de resultados. Há uma estrutura de “compliance”, que foi construída a partir da orientação legal e que permeia todos os níveis da organização.
São muitos níveis?
A estrutura conta com um canal confidencial de denúncias, que permite que todos os colaboradores tenham suas vozes ouvidas em casos de suposto ilícito ético. Além disso, um Código e uma Comissão de Ética se reúnem regularmente e, de maneira proativa, orienta e direciona as atividades da rede, seguindo as melhores práticas de “compliance”.
Qual a importância da Rede Mater Dei para a sua vida?
Profissionalmente, eu nasci com o Hospital Mater Dei. No primeiro dia de funcionamento, em 1º de junho de 1980, o primeiro plantão médico do Mater Dei foi dado por mim, como estagiário de medicina. Vivi todas as fases do hospital que é a razão do meu desenvolvimento profissional e pessoal. Nossa família se organiza em torno do projeto da Rede Mater Dei, da maneira como a instituição pretende e procura atuar na comunidade.