Domingo, 25 de fevereiro de 2024


A bela Carla Roim e, lindamente vestida de amarelo, hoje, dia 25 de fevereiro, Giselle Loyola, com outra bela, Synthia Magalhães. Foto: Edy Fernandes

Avenida Liberdade

Não raro, mas com moderação, “bebemos a trabalho”. Quer dizer, o jornalista viciado, não em álcool, mas em seu ofício, em qualquer lugar procura a notícia, fisga um comentário gaiato ou inteligente. Principalmente nos bares, onde ainda temos liberdade para falar sobre todos os assuntos, desde que a mesa vizinha não ouça, afinal, o seguro morreu de velho e as paredes têm ouvidos.

Avenida Brasil

Pois bem, num destes deliciosos colóquios, o grande jornalista, impagável Lauro Diniz, dono de vasta cultura, muita informação e defensor do “Bairrismo Saudável”, lembrava que Belo Horizonte, parece tudo, menos capital de Minas e citou vários exemplos. Temos ruas e avenidas com nomes de todas as capitais e estados do Brasil; até mesmo nomes de outros países, menos uma Avenida Minas Gerais.

Avenida Paulista

Mas isso é longo assunto para outra oportunidade, com 1001 outros exemplos. Um último? Não temos uma Avenida Mineira! São Paulo tem uma linda, gigante e poderosa Avenida Paulista. Que nome mais bonito e cheio de graça, orgulho, força! O sexto capítulo do livro “Feliz Ano Velho” (1982), de Marcelo Rubens Paiva, chama-se “Uma paulista chamada avenida”, onde ele descreve sua paixão por esse logradouro. Boa sacada.

Avenida Paulistana

Tão boa que, em 1988, foi lançado o filme “Uma Avenida Chamada Brasil”, de Octávio Bezerra. Mas voltemos à Avenida Paulista! Por que todo o Brasil está falando nela, hoje? O que vai acontecer lá? Vão mudar seu nome para “Avenida Tiradentes”, “Avenida Independência ou Morte”? Hora de voltar o feitiço contra o feiticeiro Chico Buarque, na linda “Dueto”.

Avenida Mundial

Nem de longe imaginamos o motivo, mas há mais de uma semana, o dia 25 de fevereiro na Avenida Paulista consta nos astros, nos signos, nos búzios. Lemos num anúncio, vimos no espelho, está lá no evangelho, garantem os orixás: Avenida Paulista, serás a minha paz. A paulista chamada avenida também consta nos autos, nas bulas, nos dogmas, em teses, tratados. Está computado nos dados oficiais.

Avenida Universal

Mas se a ciência, a polícia e até o Exército provarem o contrário. Se o calendário e as chuvas nos contrariarem, se o destino insistir em nos separar: danem-se os astros, os autos, os signos, os dogmas. Os búzios, as bulas, anúncios, tratados, ciganas, projetos, profetas, sinopses, espelhos, conselhos.

Se dane o evangelho e todos os orixás. Avenida Paulista, com ou sem Masp e Fiesp, serás, o meu amor, a minha paz.

Avenida Constelar

De novo! A Avenida Paulista, hoje, consta na pauta, no Karma, na carne. Passou na novela que ninguém viu, mas não passou na GloboNews que ninguém mais vê. Mesmo assim está no seguro, picharam no muro e mandaram fazer um cartaz: Avenida Paulista serás a minha paz e o meu futuro, minha segurança, meu jardim, minha pátria, minha liberdade ainda que tardia. 

Avenida Total

Para terminar, o que será, que será? Por que a Avenida Paulista, hoje, consta nos mapas, nos lábios, nos lápis? Consta no Google, no X, no Facebook, no Tinder, no WhatsApp, no Instagram, no e-mail, no Snapchat, no Orkut, no Telegram, no Skype e claro, na boca de Deus porque, voz do povo, voz de Deus. A seguir, motivos para todo brasileiro estar, daqui a pouco, na Avenida Paulista:


A cintilante Cintia Amaral e, esplendidamente vestida de verde, hoje, dia 25 de fevereiro, Sandra Barcelos. Foto: Edy Fernandes

Curtas & Finas

*A Avenida Paulista é cheia de asfalto, gente, luzes e prédios altos para dar torcicolo.

Por isso, como dizia Tom Jobim, sobre Nova York, o melhor passeio em São Paulo deve ser feito de maca.

A Paulista é muito moderna, mas ainda tem alguns casarões, marcas do passado, obras de arte, além do já citado MASP.

É na Paulista que os paulistanos acompanham a passagem do ano. Não, os desfiles de Carnaval acontecem no Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte.

Está localizada no limite entre as zonas Centro-Sul, Central e Oeste e em uma das regiões mais elevadas da cidade, chamada de “Espigão da Paulista”.

Já a novela “O Espigão” (1974) tinha como cenário, Botafogo, no Rio de Janeiro.

A Paulista é repleta de bancos, empresas, consulados, hotéis e hospitais.

A avenida nasceu no final do Século 19, não para negócios, mas visando novas áreas residenciais.

Foi inaugurada no dia 8 de dezembro de 1891, por iniciativa do engenheiro Joaquim Eugênio de Lima e do Dr. Clementino de Sousa e Castro.

“Pela Paulista todos os dias, movimentam-se milhares de pessoas, de todas as regiões da cidade e de fora dela, é um dos lugares de São Paulo com a maior diversificação cultural possível”.

É ótima para fazer manifestações patrióticas e de exorcismo. Principalmente hoje. Viva o Brasil Livre!