domingo, 21 de janeiro de 2024
O Homem, o Mito, a Lenda, o advogado e o dono de toda a “Paciência” do mundo, Vinicios Leoncio, em frente à sua recordista obra, o maior livro do Brasil, no Hotel Fazenda Paciência. Foto: Arquivo Pessoal
Paz dos Montes
No meio do caminho, entre BH e Rio de Janeiro, tem Cristiano Otoni. Entre, mas siga em frente, seguindo curvas e placas, sobre asfalto, pedras e um pouco de chão. Vale a pena parar na pequena Santana dos Montes, com linda praça e casario muito bem preservado, ponto positivo para o “milagreiro” e jovem prefeito Avanilson “Cici do Lêgo” Alves de Oliveira, que aproveita e convida para supimpa carnaval.
Paz de presépio
Santana dos Montes é mais um “presépio” de Minas cercado de montanhas e claro, montes. Cercado também por tesouros em forma de hotéis fazenda, cada um com os principais atrativos de Minas: água, cachoeiras, verde, montanhas, paz, tranquilidade, história e religiosidade. Dentro de cada uma, todo o tipo de atração para crianças e adultos.
Paz de Paciência
Há uma semana, o privilegiado grupo comandado por José Aparecido Ribeiro, presidente da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo – Abrajet/MG, passou o fim de semana entre passeios e prazeres da mesa, na Fazenda Paciência, do advogado Vinicios Leoncio. Em Fartura, o café da manhã só perde para o almoço que só perde para o jantar que só perde para o café da manhã seguinte, num saboroso círculo vicioso.
Em jantar de viola caipira e muitas trocas, no Hotel Fazenda Paciência, o jovem e dinâmico prefeito da linda vizinha, Santana dos Montes, Avanilson “Cici” Alves de Oliveira, com a namorada, a jornalista Kilmara Tavares. Foto: Arquivo Pessoal
Paz regada
À noite, no restaurante, além dos intermináveis acepipes, rolou fartamente, - para a maioria com moderação - muita cerveja, uísque, vinho e claro, a indefectível cachaça, produzida e envelhecida por 10 anos, na própria Paciência. Como nós, vocês devem estar curiosos pela origem do nome. Estranhamente, lá, ninguém precisa de paciência, que também é anfitriã e sobra.
Paz de pacientes
Segundo Vinicius Leoncio, o nome vem dos primórdios seculares. Antes da fazenda, de 1742, a região era habitada pelos mais que pacíficos índios Carijós. Em contato com a crueldade do homem branco, logo se punham de joelhos e, os que não eram escravizados, eram mortos na hora, pacientemente, sem a mínima reação. Mais abominável que isso só a senzala da fazenda, ainda com tronco e ferros que machucavam, torturavam e matavam os “escravos de Jó”.
Paciência de Jó
Vinicios Leoncio não é apenas um grande advogado tributarista em BH. É também contador de casos, cantor de viola caipira e dono de uma memória invejável até aos imortais, recitando, sem ler, enormes e suculentos textos. E como tem histórias a contar. Filho de pescador no Rio São Francisco, saiu de sua Iguatama natal e, adolescente, enfrentou a cidade grande, BH, no final dos anos 60, onde morou na rua durante dois anos.
Vale a pena quebrar um pouco das regras da coluna, com foto sem personagens e um detalhe da sede da centenária Fazenda Paciência que, em 16 anos, passou, de ruínas à condição de pérola. Foto: Arquivo Pessoal
Resiliência de Jó
Não contente, viciado em aventuras, passou dois anos em Serra Pelada, como garimpeiro, até se transformar no profissional que é. (In) felizmente para conhecerem todas as peripécias de Vinicios, em detalhes, só vivendo um fim de semana naquele paraíso. Além do já relatado, palmas para uma cascata que é verdadeira massagem, a piscina de frente para exuberante Mata Atlântica, os “museus” e outras dependências repletas de objetos os mais inusitados.
Resiliência e mais paciência
Aplausos também para o xodó do proprietário, de sua autoria, o maior livro do Brasil. Te cuida Guinness! No RankBrasil, em 2023, ele é o Maior livro do Brasil. A obra 'Pátria Amada – Consolidação parcial da legislação tributária do Brasil' tem 41.266 páginas, mede 2,20 metros por 1,15 metro e pesa 7,5 toneladas. Difícil é levantar a capa, impossível é folhear as páginas. Mas está lá! Nós vimos o peso que paralisa e mata o Brasil.
Marina de Freitas, Poliana Ferreira e Andréa Guimarães, na festa do Triatlhon Minas Tênis Clube. Foto: Arquivo Pessoal
O trio que comanda o Sátira Lounge, Mauro Marcos Figueiredo, Luciana Kayser e Felipe Cruz. Foto: Edy Fernandes
Lança Perfume
*Esta página, um livro ou filme são insuficientes para falar tudo da Fazenda Paciência e de Vinicios Leoncio. Por isso, recomendamos, reservem já o éden, a 2,5 horas de BH.
Na estrada de chão, e em praticamente todas as dependências da fazenda, Vinicios plantou e pregou placas.
A Maioria delas versa sobre a já tão citada paciência e outra paixão, os inconfidentes mineiros, inclusive o único que conseguiu fugir da ira de Portugal.
A adega, por exemplo, leva o nome de Hipólita Jacinta, “a única mulher a participar ativamente da Inconfidência Mineira”. Uma delícia, a adega, não a Jacinta!
A seguir outras frases, ditados e palavras que explicam a Fazenda Paciência e sua filosofia.
“A paciência serve de proteção contra injustiças como as roupas contra o frio. Se você veste mais roupas com o aumento do frio, este não terá nenhum poder para feri-lo”.
“De forma idêntica você deve crescer em paciência quando se encontra em grandes dificuldades e elas serão impotentes para atormentar a sua mente”. (Leonardo Da Vinci).
*Todos os erros humanos são fruto da impaciência, interrupção prematura de um processo ordenado, obstáculo artificial levantado ao redor de uma realidade artificial. (Franz Kafka).
*Tem muito mais, não falta paciência, mas espaço. Então terminamos com uma reflexão que resume tudo na fazenda: “Aqui, até a tristeza pula de alegria”.