Paulo Navarro | Entrevista com Nadim Donato
Entrevista com Nadim Donato. Foto: Lucas Peroni
Tudim Donato
O presidente da Fecomércio/MG, Nadim Donato, nasceu em Muzambinho, Sul de Minas e, aos quatro anos, mudou-se com a família para BH. Ainda criança, acompanhou a fundação do “Magazine Donato” que se transformaria em “Enxovais Donato”, com mais de 50 anos de existência na capital mineira. Aos 18 anos, iniciava suas atividades como comerciante, graduando-se e se especializando como administrador de empresas, agregando, ao currículo e ao ofício, muitas experiências adquiridas dentro e fora do país.
Hoje, após longa caminhada e muito trabalho, Nadim atua nos setores de cama mesa e banho, casa, presentes. Foi seguindo esses princípios que o comerciante despontou na CDL Jovem, como liderança de classe. É presidente do Sistema Fecomércio, SESC e SENAC Minas e do Sindicato do Comércio Lojista de Belo Horizonte Sindilojas-BH, membro do Conselho Nacional de Entidades de Shopping Centers e diretor na gestão 2022/2026 da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo CNC. Como comerciante e dirigente sindical, Nadim Donato atua, brilhantemente, pela categoria e pelo desenvolvimento da economia de Minas. Mais do que um líder nato, Nadim Donato diz que o varejo é mais do que apenas vender produtos, é criar relacionamentos, gerar oportunidades e contribuir para o desenvolvimento econômico.
Nadim, faz dois anos que você está à frente da Federação do Comércio em Minas Gerais. O que mudou?
Assumir a presidência da Fecomércio/MG, em 2022, foi um desafio e uma honra imensa. Desde então, trabalhamos incansavelmente para fortalecer o setor terciário e impulsionar o desenvolvimento do setor varejista em nosso estado. Posso afirmar com convicção que, nesses dois anos, a Fecomércio/MG se tornou uma entidade mais presente, atuante e relevante para o dia a dia dos empresários mineiros. A minha gestão busca ser sempre eficiente, transparente e moderna a fim de alavancar o comércio, o serviço e o turismo no estado.
A Fecomércio/MG, Sesc e Senac resgataram representatividade e visibilidade nos veículos de comunicação. Essa mudança de gestão trouxe o que mais para a entidade?
A Fecomércio/MG, Sesc e Senac recuperaram seu destaque nos veículos de comunicação, se tornando uma voz forte e respeitada na defesa dos interesses do setor terciário. Essa postura foi fundamental para ampliar nossa representatividade junto ao poder público e sociedade em geral.
De olho em mais 85 anos?
Aos 85 anos, a Fecomércio já olha para o futuro. Estamos confiantes de que continuaremos a ser um agente fundamental para o desenvolvimento do comércio em Minas. O objetivo é fortalecer ainda mais a entidade e contribuir para o desenvolvimento econômico e próspero para Minas Gerais.
Você é um grande empresário e presidente da maior entidade representativa do Comércio no estado. Em abril, a Fecomércio promoveu, com Fiemg e Faemg, grande evento. Qual a finalidade em se aproximar da indústria e da agricultura?
O Inova Varejo é um evento da Fecomércio e percorre o estado dando oportunidades aos empresários do comércio e serviços para se atualizarem e debaterem as necessidades de cada região. Na edição de abril, em Uberaba, levamos os presidentes dos Sistemas: Faemg, Antônio Pitangui de Salvo e Fiemg, Flávio Roscoe. Hora de escutar os setores produtivos, permitindo compartilhar visões e experiências dos três setores produtivos, visando o desenvolvimento de Minas. Foi o primeiro evento desse tipo no país, onde três federações de setores diferentes se reuniram para pensar o desenvolvimento de Minas.
Tua atuação à frente da Fecomércio/MG é combativa e busca o melhor para o setor varejista. Você entra em assuntos polêmicos como a “Remessa Conforme”. Fale sobre o assunto.
Assunto muito importante e que estava sendo visto como uma medida populista por parte do governo, mas as consequências para o comércio, ainda podem ser drásticas. É uma grande injustiça com o setor industrial e de grande parte do comércio varejista brasileiro. A não taxação de produtos importados de até 50 dólares pode causar mais desempregos e o fechamento de indústrias e comércio no país. A Fecomércio Minas defende a isonomia tributária e a competição justa. O que é cobrado de nós, deve ser cobrado deles.
Em que outras defesas, a Fecomércio esteve ou está à frente?
Lutamos pelo Difal, taxação feita com base nas alíquotas do ICMS praticadas em compras interestaduais. Esse assunto está dentro da Reforma Tributária, que também é uma das nossas frentes. A Reforma Tributária será um grande ganho para o brasileiro. Defendemos o repasse de verba do governo federal para o Sistema S. Essa verba que serve para dar oportunidades a jovens e pessoas menos favorecidas para cursos e opções de lazer, tanto do Sesc e do Senac, seria destinada a outros órgãos do governo.
Já é muito, mas tem mais, correto?
Dizemos não ao aumento do ICMS e pedimos insistentemente o parcelamento do IPVA de 2024. Defendemos a manutenção do Perse, programa emergencial de retomada do setor de eventos do governo federal para a retomada e a reabilitação do setor de eventos em todo o Brasil. A Fecomércio/MG mostra sua força, atuando ao lado da Confederação Nacional do Comércio - CNC.