Paulo Navarro | sábado, 28 de setembro de 2019
Foto: Divulgação/ATP
Dupla dinâmica
O tenista Bruno Soares é especialista em duplas. Em 2013 obteve o posto de melhor duplista brasileiro, o terceiro no ranking. Conquistou a maioria de seus 32 títulos com o compatriota Marcelo Melo, o austríaco Alexander Peya e o britânico Jamie Murray. Perseverou, lutou e venceu. Parar? Nem pensar, pelo menos até 2022, quando tentará uma medalha inédita para o Brasil, a olímpica.
Bruno, suas paixões, o tênis e a Bruna, foram descobertas quando você era bem jovem. Amadurecimento e apoio?
A gente precisa amadurecer cedo. O atleta é exposto a um nível de pressão e comprometimento que requer isto. A Bruna me ajudou demais nos momentos difíceis.
Em 2001, aos 19 anos, você se profissionalizou no tênis. Como foi?
Muito difícil. Demorei bons anos e, em 2005, tive a lesão que me afastou da quadra por dois anos. Só engrenei em 2007. Estou muito feliz por ter persistido e ser profissional.
E qual foi o primeiro título?
No Aberto de Nottingham, em 2008, com Kevin Ullyett. Esse foi o primeiro de nível ATP, dos 32 que eu tenho.
Tem idade para começar?
Não, mas quanto antes, melhor.
O tênis é um esporte caro?
Sim. Trabalhamos muito para tentar dar acesso a mais pessoas. Quanto mais gente estiver jogando, mais chances temos de formar um novo campeão.
Porque você escolheu jogar em dupla?
Resultados. Desde pequeno, tive grandes resultados nas duplas e senti que uma habilidade a mais nessa modalidade. Eu acreditava que poderia ter uma carreira bem melhor nas duplas. E fiquei feliz demais por ter tomado essa decisão.
32 títulos... Muito orgulho!
Sim. Se alguém me falasse no início, eu duvidaria. Hoje, esse currículo é motivo de muito orgulho.
Algum título preferido?
Não, mas os cinco Grand Slams foram muito especiais. Um sonho desde pequeno.
Em 2016, a posição número dois do mundo em duplas...
Foi o auge da minha carreira com a conquista de dois Grand Slams na dupla masculina e terminando com a dupla número um do mundo. Inesquecível.
E já participou de duas olimpíadas!
É outro momento especial. Olimpíadas são um evento totalmente diferente do que a gente está acostumado, reúne a nata de todos os esportes, e poder representar o Brasil é uma das coisas mais especiais da minha carreira. Olimpíadas, Copa Davis ou qualquer competição que esteja representando a nossa bandeira.
Você está com 37 anos, existe um limite?
Não. Limites são quebrados ano após ano. Eu gostaria de jogar tênis até os 40 anos. Esse é o meu plano. Avaliar como está o corpo, a vontade, a parte financeira. Depende da nossa cabeça, do que queremos.
Como é a sua preparação?
Ralação. Muitas horas em quadra, preparação física, fisioterapia, alimentação, sono, disciplina.
O que falta alcançar profissionalmente?
Uma medalha olímpica. Coisa inédita no Brasil no tênis. Eu vou ter mais uma chance em Tóquio, no ano que vem.