Sábado, 9 de março de 2024
Da série "Elas não precisam da Zara", Fabiana Belisário. Foto: Edy Fernandes
Moda de guerra
Lemos no Instagram da “Exame”. A Inditex, proprietária da Zara, a maior empresa de “fast fashion” listada em bolsa em termos de vendas, está expandindo sua marca de baixo custo focada na geração Z, a Lefties, para contra-atacar a rival chinesa Shein, segundo informações da Reuters. Briga de cachorro grande.
Moda comestível
O que é “fast fashion”. Como a “fast food”, também é polêmica e tem a péssima fama de estimular mão de obra escrava e, no ciclo de vida, emite 400% mais carbono do que peças comuns. O conceito teve início em 1970 com as grandes marcas da indústria da moda. No entanto, o termo só foi cunhado em 1990.
Moda de panos
Foi a maneira que a mídia criou para expressar a alteração cada vez mais veloz do modelo de negócios da moda por grandes empresas da indústria têxtil. Consumir peças de roupas para estar conectado às tendências é um comportamento praticado pela maioria que pode pagar por esses itens.
Moda de danos
Mas nem sempre foi assim. O comportamento consumista no âmbito, em que produtos são fabricados, consumidos e descartados, da moda foi planejado pelo mercado. Mais especificamente, pela indústria do “fast fashion”. E teve início em 1970, como já falado, com a chamada crise do petróleo.
Moda pirata
Com a proibição do comércio de petróleo para os EUA e alguns países europeus, as empresas têxteis inventaram uma estratégia para sair da crise e conseguir escoar a produção: o modelo “fast fashion” (moda rápida). Como funciona? As empresas “observam” (copiam) o que as pessoas estão consumindo das marcas renomadas.
Jovina Constâncio também não precisa da Zara. Foto: Edy Fernandes
Moda suspeita
Logo, fabricam em larga escala modelos parecidos, porém com qualidade inferior. Desse modo, há uma maior garantia de que as peças serão consumidas. Voltando ao início do texto, o rápido crescimento da Shein, um “marketplace online” sem lojas físicas, está pressionando varejistas como a Inditex e a H&M, da Suécia, a encontrar maneiras de responder aos seus preços baixos.
Moda descartável
A Zara tornou-se menos competitiva desde que a Inditex começou a aumentar os preços em sua marca principal. Tudo para proteger as margens de lucro da inflação e também como parte de um movimento em direção a clientes mais sofisticados. Mas a empresa espanhola também está expandindo silenciosamente suas linhas de baixo custo.
Moda sólida
A expansão da Lefties, que vende jeans por 17,99 euros (R$ 96), vestidos 7,99 euros (R$ 42) e bolsas por 5,99 euros (R$ 32), é parte fundamental dessa estratégia. A Lefties, que começou como um “outlet” para as sobras da Zara, agora tem lojas em 17 países, incluindo Egito, México, Romênia, Arábia Saudita, Turquia e Emirados Árabes Unidos.
Fechando a coluna bye-bye Zara, Kátia Santos. Foto: Edy Fernandes
Lança Perfume
Seu crescimento mostra que a Inditex quer uma posição no segmento de valor do mercado.
Mesmo enquanto aumenta os lucros na Zara, que é muito maior que na Lefties em termos de vendas e número de lojas.
Para finalizar, às vezes, os comentários dos leitores explicam mais e melhor a matéria. São também mais hilários.
“A Zara é disparada a melhor opção de acesso à moda atualizada de baixo custo no Brasil e no mundo, mesmo depois do aumento pós pandemia”.
“Aqui no Brasil as marcas nacionais todas dispararam seus preços e não entregam nem de perto as opções de moda que que Zara consegue”.
“Já a Lefties, conheço muito bem, há mais de 10 anos e a estratégia já não tem tanta força na Europa para brigar com a Primark”.
Voltamos ao “negócio da China” que, há muito tempo, só é bom negócio para a China.
“A Primark era a concorrente principal desde então, porém a Shein ‘chegou chegando’ atrapalhando essa concorrência e aumentando a oferta aos fashionistas de ‘Low Cost’”.
“A Zara está cobrando pela sacola com a conversa mole de que é para ONGs que lutam pelo meio ambiente”.
“Não paguei e não pago. Levo minha sacola de tecido e coloco as roupas dentro ou saio com as roupas embaixo do braço”.
Como se não bastasse, a nova campanha publicitária da Zara - com cenários destruídos, modelos carregando corpos enrolados em plástico e “poeira de ruínas” - foi acusada de brincar com o cenário de guerra na Faixa de Gaza.
A Zara lamentou o mal-entendido depois de ser ameaçada de boicote.
A exposição de manequins de vitrine aleijados e estátuas envelopadas em lençóis agrediram militantes pró-Palestina.