Sábado, 6 de julho de 2024


Bela aposta, em qualquer situação, Ana Paula Paviotti. Foto: Edy Fernandes

Agora vai

Relendo e revendo! A Comissão de Constituição e Justiça – CCJ, do Senado Federal, aprovou lei que libera cassinos, bingos, jogo do bicho e apostas em corridas de cavalos. Tudo que a gente só conhece de filme americano, com muitos crimes e enterros no deserto. 

Vai tudo

O relator, senador Irajá disse que países que regulamentaram os jogos conheceram aumento no fluxo de turistas. Irajá projeta que os investimentos podem chegar a R$ 100 bilhões, gerando cerca de 1,5 milhão de empregos diretos e indiretos. A arrecadação anual estimada é de R$ 22 bilhões, entre estados, municípios e União. 

Vai ou afunda

A regulamentação permitirá ao Estado controlar a atividade e o crime organizado. Mas, no “liberou geral”, vantagens e desvantagens, no país abençoado por Deus, mas corrupto por natureza. Em 2023, mesmo ilegais, esses jogos movimentaram entre R$ 14,3 bilhões e R$ 31,5 bilhões, desde 2014.

Vai ou racha

O melhor ponto: os cassinos ocuparão polos turísticos, resorts e hotéis de alto padrão. Cada estado poderá ter um cassino, com exceção de São Paulo (até três), Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará (até dois cada). Por que só dois em Minas e no Rio? Por que o Pará?


Todas as fichas em Andreia Oliveira. Foto: Edy Fernandes

Racha ou rachadinha

Cassinos também em embarcações marítimas e fluviais. Poderá haver uma casa de bingo por município, ou uma a cada 150 mil habitantes. Por que uma só? Em BH já foram várias. Bingo também em estádios, com capacidade mínima de 15 mil torcedores. Bingo em estádios? Como assim? 15 mil jogadores?

Rachadinha, mas ordinária

O bicho poderá ser operado por uma pessoa jurídica a cada 700 mil habitantes. E o que será dos atuais e velhos bicheiros tão caros a políticos, principalmente cariocas? Cada operadora precisará comprovar um capital social mínimo de R$ 10 milhões. R$ 10 mi? Dinheiro de cachaça. No Brasil, qualquer bandido tem isso.

Lança Perfume

*Ainda sobre o Brasil, no País das Maravilhas e Jogatinas. As apostas em corridas de cavalos poderão ser exploradas por entidades turísticas credenciadas. Sim, óbvio, tem hipódromos.

Agora o esporte favorito do Brasil. Dois novos tributos serão criados. Estavam demorando!

Taxa de Fiscalização de Jogos e Apostas - Tafija e Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – Cide/Jogos. 

Somente maiores de 18 anos poderão fazer apostas, e pessoas com histórico de ludopatia (viciados em jogos) ou superendividamento estarão proibidas de participar. 

O Registro Nacional de Proibidos - Renapro impedirá que essas pessoas entrem em cassinos ou façam apostas online.

Aqui o bicho pega: diretrizes para prevenir a lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo. 

Primeira piada: as operadoras deverão realizar auditorias periódicas e manter registros detalhados de todas as apostas e prêmios.

Segunda piada: penas severas estão previstas para quem explorar jogos ilegalmente ou cometer fraudes, com detenções que podem chegar a sete anos.


Sorte no jogo e na vida, Rosália Dayrell. Foto: Edy Fernandes

Num mundo perfeito, bem longe daqui, a legalização dos jogos de azar no Brasil teria um impacto econômico significativo, com potencial de incrementar o Turismo, gerar empregos e aumentar a arrecadação de impostos. 

No entanto... “Tão Brasil”! O debate agora segue para o Plenário do Senado, onde o futuro dos jogos será decidido.

Para finalizar, entreouvido no bar sobre o avanço da jogatina!

É uma lei na bandeja para o enriquecimento ilícito daqueles de sempre à custa do bem-estar econômico e social dos mortais.

Comentários na mesa: Tomara que os “tiozinhos” troquem a igreja pelos bingos. Os pastores vão pirar.

O que é o jogo do bicho perto da jogatina do mercado financeiro?

Aborto legal, previsto na lei há quase cem anos, não pode. Regularizar jogo para lavagem de dinheiro sim. Vício em jogos e pecado não existem para essa gente.

Nosso comentário: Conseguem imaginar Martin Scorsese adaptando, aqui, seu “Casino” (1995), com o nome, “Cassino do Chacrinha”?