Coluna Dolce Vita

Em escada meio “surreal”, a bem real, Anna Corrêa. Foto: Edy Fernandes

Paris aleatória

O primo e “colaborador aleatório”, Walter Navarro, passou duas semanas em Paris, depois de nove anos, fez um “resumão” parcial para a coluna e depois contou como vão as comemorações dos 130 anos das inigualáveis Galerias Lafayette. Ele tem muito mais e promete “pílulas” futuras. Por enquanto, sob “tortura e saca-rolhas”, ele confessou mais uma experiência.

Paris vanguarda

Escreve Walter Navarro: “Só mesmo uma cidade tão real, palpável e mágica, como Paris, para criar um movimento artístico e literário, chamado Surrealismo, nos anos 1920. Muita gente chama algo incrível, inacreditável, de surreal, sem saber o que queria e o que fez o Surrealismo. Escola que subverteu tudo e continua agindo, surrealmente”.

Paris surreal

“‘Surrealismo: A Exposição do Centenário’ (1924-2024), no Centro Pompidou, em Paris, é a exposição do século! Traçando mais de 40 anos de excepcional efervescência criativa, de 1924 a 1969, a mostra marca o aniversário desse movimento, com a publicação do ‘Manifesto’ fundador de André Breton. Ninguém precisa correr, mas voar, até 13 de janeiro de 2025”.

Paris labiríntica

“A exposição foi concebida como um labirinto que solta “raios” em torno de um “tambor” central que abriga o manuscrito original do ‘Manifesto’, empréstimo luxuoso da Biblioteca Nacional da França, aquela, cujo piso é, segundo as más línguas, feito de madeira brasileira ‘importada’. Uma projeção multimídia acompanha a descoberta deste raríssimo documento, sua criação e significado”.

Paris pirada

“A expografia - mais uma arte e vocação francesas - é mui bem organizada cronológica e tematicamente, estruturada em 14 seções evocando os monstros literários que inspiraram o movimento (Lautréamont, Lewis Carroll, Sade, etc.) e os princípios básicos que formaram sua imagem (mediunidade, sonho, filosofia e erotismo) combinando pinturas, desenhos, filmes, fotografias e documentos literários”.

Em outra escada meio “surreal”, a também real, Fernanda Carvalho. Foto: Edy Fernandes

Paris inspirada

“Presentes, ‘em carne e espírito’ as obras emblemáticas do movimento oriundas das principais coleções públicas e particulares internacionais: ‘O Grande Masturbador’, de Salvador Dalí (Museu Rainha Sofía), ‘Valores Pessoais’, de René Magritte (Museu de Arte Moderna de São Francisco) ”.

Paris inspiradora

“E ainda, ‘O Cérebro da Criança’ (Museu de Arte Moderna - Estocolmo) e ‘A Canção do Amor’ (MoMA, Nova York), de Giorgio de Chirico, ‘A Grande Floresta’, de Max Ernst (Museu de Arte de Basel), ‘Cachorro latindo para a Lua’, de Joan Miró (Philadelphia Museu de Arte); mais o bom e velho ‘muito mais’”. 

Paris cosmopolita

“Isso, ao lado de obras das mulheres surrealistas como Leonora Carrington, Remedios Varo, Ithell Colquhoun, Dora Maar et Dorothea Tanning, assim como de artistas estrangeiros que se juntaram ao movimento, como o japonês, Tatsuo Ikeda; a norte americana, Helen Lundeberg; o dinamarquês, Wilhelm Freddie e o mexicano Rufino Tamayo. Nada de Tarsila do Amaral, Cícero Dias, Ismael Nery ou Murilo Mendes”.

Paris sem fim

“A dissolução oficial do movimento não foi o túmulo de sua influência sobre a arte e a sociedade. O Surrealismo continua inspirando as bienais de arte contemporânea, filmes, moda, histórias em quadrinhos, etc. ‘Surrealismo: A Exposição do Centenário’ inaugurou um novo tipo de exposição itinerante, tipo reinterpretado de acordo com o contexto cultural e histórico que visita”.

Sem escadas ou surrealismos, as reais Patrícia Nogueira e Joana Mourão. Foto: Edy Fernandes

Lança Perfume

*“‘Os “Museus Reais de Belas Artes da Bélgica’, em Bruxelas; a ‘Fundação MAPFRE’, em Madri, Espanha”.

“A ‘Galeria de Arte’ de Hamburgo, Alemanha e o Museu de Arte da Filadélfia, nos Estados Unidos”.

“Bruxelas será a primeira paragem da exposição itinerante e vai destacar as conexões entre Surrealismo e Simbolismo”.

“Em Madrid, será dada especial atenção ao nióbio da casa, como Salvador Dalí, Joan Miró, Julio González e Luis Buñuel”.

“Em Hamburgo serão destacadas as ligações entre o Surrealismo e o Romantismo Alemão”.

“Na Filadélfia a exposição apresentará expressões do Surrealismo na América Latina”.

“Para completar e alimentar ainda mais a indústria da Cultura: o catálogo e ‘mil’ outras publicações temáticas”.

“Canecas, pôsteres, cartões postais, imãs de geladeira, ‘bottons’, calendários: uma produção e geração de renda surreais. Exemplo de babar inveja”.