Sábado, 31 de setembro de 2024


Com todo o conforto e bom gosto, Adriana Trussardi. Foto: Edy Fernandes

Te taxo

No “InfoMoney”, lemos: a discussão sobre taxação dos superricos cresce e muito. De autoridades à população, a ideia de taxar grandes fortunas está consolidada: 69% dos brasileiros são a favor. O primeiro detalhe é a falta de clareza nos critérios para determinar quem é “Tio Patinhas” e como seriam as regras para aplicação do imposto, impedindo o avanço da adoção de medidas.

Me taxa

Enquanto isso, nos Estados Unidos, vemos o inverso. Mais de cem pessoas entre as mais ricas do mundo cobraram governos a ampliar os impostos cobrados sobre eles próprios. Os “Milionários Patriotas” dizem que os mais ricos não estavam sendo obrigados a colaborar com a sua parcela na recuperação econômica global da pandemia da Covid-19.

Me engana

Voltando ao Brasil, os defensores da taxação dizem que o dinheiro arrecadado poderia ajudar em ações socioambientais, auxiliando desde a prevenção de desastres naturais à redução da desigualdade social. Pausa para a risada geral da nação. Com tanta corrupção, tendo muitos ricos, empreiteiros e banqueiros como cúmplices, o que fazer?

Me chama

Um imposto mínimo de 2% da riqueza dos bilionários do mundo arrecadaria entre US$ 200 bilhões e US$ 250 bilhões anualmente. Elaborada pelo economista francês Gabriel Zucman, professor de economia em Paris e na Califórnia, a pesquisa mostra que, as pessoas comuns não têm o que temer: inicialmente, o modelo de tributação progressiva atingiria apenas cerca de três mil pessoas no mundo.


Com todo o charme e elegância, Carol Toledo. Foto: Edy Fernandes

Me inclua

Voltando aos Estados Unidos: “enquanto milionários, sabemos que o sistema atual de impostos não é justo", afirmaram os “Patriotas” em carta aberta. Os signatários incluem a herdeira da Disney, Abigail Disney, Nick Hanauer, empresário americano e um dos primeiros investidores da gigante de vendas Amazon. Não há brasileiros na lista.

Me convoca

"A maioria de nós pode dizer que, enquanto o mundo passou por uma quantidade imensa de sofrimento nos últimos dois anos, nós vimos nossa riqueza aumentar durante a pandemia. Mesmo assim, poucos de nós podem dizer honestamente que pagamos nossa parcela em impostos", dizem os signatários em uma carta ao Fórum Econômico Mundial.

Me puna

Para ser considerado superrico, a pessoa precisa ter mais de US$ 1 bilhão distribuídos em ativos, imóveis, ações e participação na propriedade de empresas. Por mais que esses valores sejam altos, essas pessoas ainda não pagam nem 2% de imposto de renda anual, segundo Zucman. Por isso, ele acredita que a proposta brasileira ao fórum por um imposto mínimo das super-riquezas seja “algo tecnicamente factível”. 

Me castiga

O francês ainda destaca que o G20 e o Brasil foram corajosos ao trazer a questão para os debates do grupo das maiores economias do mundo. “Parece utópico, mas pode ser implementado por muitos países”. O Brasil seria muito beneficiado. Isso porque o número de milionários em dólar no Brasil deve crescer 22% até 2028.

Me imponha

Número passando dos atuais 380,5 mil para 463,8 mil, segundo o relatório Globalo Wealth Report 2024, divulgado pelo UBS Group AG. O estudo do grupo suíço mostra ainda que o Brasil é o 15º país com pessoas com mais de US$ 1 milhão de patrimônio, na frente de México, Noruega e Portugal. O levantamento considera 56 nações no mundo.


Com toda presença e beleza, Júlia Azevedo. Foto: Edy Fernandes

Lança Perfume

*Os “Patriotas” dizem que a pandemia fez os mais ricos ficarem ainda mais ricos, ampliando o número de pobres.

A redução da renda dos mais pobres contribui com 21 mil mortes diárias, enquanto as dez pessoas mais ricas do mundo dobraram suas fortunas desde março de 2020.

Pesquisa do banco Credit Suisse revelou que, em 2020, 5,2 milhões de pessoas se tornaram milionárias, elevando o número total de milionários no mundo para 56,1 milhões.

O braço britânico da “Milionários Patriotas” usou análise da Fight Inequality Alliance, da ONG Oxfam e do Institute for Policy Studies.

E revelou que um imposto anual de 2% sobre pessoas com mais de US$ 5 milhões (R$ 27,3 milhões), 3% para pessoas com mais de US$ 50 milhões (R$ 273 milhões) e 5% para bilionários geraria US$ 2,52 trilhões (R$ 13,78 trilhões) por ano.