Coluna Dolce Vita

Viajando com Ângela Dariva. Foto: Edy Fernandes

Turista ou viajante

Pequena postagem no Instagram nos fez viajar, não na maionese, mas no caviar. “Viajar faz tão bem que a ciência comprovou! Pesquisa com 17 mil pessoas pelo ‘Booking’ mostrou que 51% dos entrevistados acham que as viagens trazem mais felicidade do que o ‘casamento dos sonhos’. 75% disseram que a melhor alternativa para ter mais felicidade é, sem dúvidas, viajar”. Principalmente no caviar.

Viajante memorialista

Shawn Achor, palestrante do “New York Times”, explicou: “Em um mundo em que tempo e dinheiro valem muito, quem viaja quer o retorno de investimento mais precioso, que valha mais do que seu tempo ou dinheiro. As viagens proporcionam benefícios muito superiores àqueles conquistados com bens materiais, por exemplo: as memórias”.

Memorialista e aprendiz

Concordam? Viagens, além de tudo, inspiraram e inspiram livros e filmes. Aventuras que, no passado, aumentaram, literalmente, o mundo. É o caso das descobertas da América e do Brasil. Sim, tinham “fins comerciais”, mas quanta história e cultura geraram! Sem pensar muito, revisita-nos o livro "O Turista Aprendiz", de Mário de Andrade, publicado em 1929.

Passeando com Barbara Feitosa. Foto: Edy Fernandes

Aprendiz e professor

Uma viagem pelo Brasil, “explorando regiões, costumes, tradições e manifestações culturais. Andrade nos guia por um país rico em diversidade”. Dá até vontade de refazer a viagem de Mário de Andrade, 95 anos depois e, com certeza, chegar ao filme “Bye-bye Brasil” (1980), de Cacá Diegues. Ou chegaríamos à “Terra em Transe”?

Professor e sedutor

No filme, “O Turista” (2010), do alemão, Florian Henckel von Donnersmarck, uma viagem improvisada à Europa! Viagem para curar coração partido, o de um professor, encontrando estranha sedutora. “O flerte aparentemente inocente se transforma em perigoso jogo de gato e rato”. 

Sedutor e seduzido

Ainda melhor é “O Turista Acidental” (1988), de Lawrence Kasdan. “Depois da morte do filho, um escritor de guias de viagem para pessoas que detestam viajar, cai em depressão profunda, o que leva sua esposa a abandoná-lo. Sua solitária e aborrecida vida será alterada”, por uma treinadora de cães que lhe devolverá a alegria e o interesse pelo mundo. 

Seduzido e abduzido 

Guia de viagem para pessoas que detestam viajar é ótimo! Outros ótimos filmes sobre viagens que não acabam bem são o excelente “O Céu que nos protege” (1990), de Bernardo Bertolucci e “Amor Sem Escalas” (2009), de Jason Reitman. Simples jogada no Google define o que é viajar: cura, necessidade, roupa nova para a alma, “hobby”, “verbo de ligação”.

Devaneando com Fabíola Araújo. Foto: Edy Fernandes

Lança Perfume

*Ainda no Google, várias reflexões sobre o tema.

Viajar é se apaixonar novamente pela vida; é renovar a alma através de novos parâmetros, de novas paisagens e de novas estradas.

Viajar é acumular experiências através das janelas dos nossos olhos. É coletar memórias e registrar tudo em nossos corações.

Viajando sozinho para conhecer o mundo e para me conhecer um pouco mais também.

Para viajar basta existir.(Fernando Pessoa)

Os homens se dividem entre os que têm medo de viajar de avião e os que fingem que não têm. (Fernando Sabino)

A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa. Viajar é mudar o cenário da solidão. (Mario Quintana)

Não vês que somos viajantes? E tu me perguntas: Que é viajar? É avançar! Avança sempre! Não fiques parado no caminho. (Santo Agostinho)

Um homem precisa viajar, por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros e tevês, precisa viajar, por si, com os olhos e pés, para entender o que é seu... Pior que não terminar uma viagem é nunca partir. (Amyr Klink).

Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. E escreverá: penso em você. (Caio Fernando Abreu).

Agora, a turma do Contra! O homem não precisa viajar para engrandecer; ele traz em si a imensidade. (François Chateaubriand)

Viajar só é necessário às imaginações curtas. (Sidonie Colette)