Sábado, 27 de setembro de 2025
Vida linda e saudável, com Rafaella Patrus. Foto: Edy Fernandes
Vida finda
Impossível não reparar a foice que abateu sobre nós, especialmente em julho, agosto, continuando em setembro. Quantas doenças que acabaram em mortes cruéis e, claro, solitárias. Estamos nem falando de guerras, terrorismo e atentados contra pessoas que pensam diferente, comemorados por gente, simplesmente, má! Realmente, a trágica pandemia, ao contrário do que todos queriam e esperavam, deixou as pessoas ainda mais egoístas e cruéis.
Vida frágil
Estamos falando, em particular, das muitas e seguidas mortes de amigos próximos, de todas as idades, em forma lenta, dolorosa ou súbita. O que está acontecendo no mundo, em particular no Brasil? Por que as doenças físicas e mentais voltaram dizimando sem perdão? E é bom insistir. Não se trata de ingenuidade e obviedade. A morte é certa para todos. É normal a velhice ser sua cúmplice, mas se prestarmos atenção, muitos jovens também estão indo.
Vida louca
E na esteira deste triste, mas normal tema de hoje, da “CNN Brasil”, para todos nós, ricos e pobres mortais. A solidão causa quase um milhão de mortes por ano, ou cerca de 100 por hora, mostra um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS). O documento ressalta o impacto das conexões sociais na saúde, bem como seus desfechos em diferentes contextos.
Vida breve
Segundo a OMS, o objetivo do documento é atentar para o problema e a necessidade de os países implantarem medidas a respeito. Atualmente, estima-se que a solidão afete uma em cada seis pessoas no mundo, seja porque moram sozinhas, seja em função de problemas de saúde, de falta de estrutura e até de acesso a tecnologias.
Vida linda e longa, com Thaís Tavares. Foto: Edy Fernandes
Vida cruel
O relatório ainda diferencia solidão de isolamento social: a primeira diz respeito a um sentimento, ou seja, o sofrimento por falta das conexões sociais; já o isolamento é a falta dessas conexões no dia a dia. Conforme a OMS, não se trata de um problema só da velhice; estima-se que 21% dos adolescentes entre 13 e 17 anos e 17,4% dos jovens na faixa dos 18 aos 29 anos se sentem solitários.
Vida injusta
O fenômeno também é maior nos países pobres, onde afeta uma em cada quatro pessoas. Grupos “minoritários”, como pessoas com deficiência, migrantes ou população LGBTQIA +, enfrentam ainda mais barreiras à socialização. Estudos mostram que viver sozinho está associado a um maior risco de doenças cardiovasculares, problemas como depressão e ansiedade, bem como de declínio cognitivo.
Vida pequena
“Há várias evidências robustas que avaliam esse tema e mostram que relacionamentos sociais influenciam a mortalidade de forma comparável a fatores de risco bem estabelecidos, como o cigarro”, diz o psiquiatra Luiz Zoldan, gerente médico do Espaço Einstein de Saúde Mental e Bem-Estar do Einstein Hospital Israelita.
Vida longa e repleta, com Victória Sbruzzi. Foto: Edy Fernandes
Lança Perfume
*“Estudos mostram que pessoas com bons vínculos têm 50% mais chance de sobreviver em comparação com isoladas, por exemplo”.
Isso acontece porque a solidão impacta a saúde de várias formas.
Ela pode disparar uma resposta de estresse que afeta diferentes sistemas - como o endócrino, o imune e o cardiovascular.
Todos provocando alterações hormonais e inflamatórias associadas a diversas doenças crônicas.
Além disso, o isolamento aumenta o risco de comportamentos pouco saudáveis, como fumar!
Beber álcool em excesso, ser sedentário e aderir menos a tratamentos de saúde.
As conexões sociais também facilitam resolver os problemas do dia a dia, trazem mais motivação e bem-estar.
Para a OMS, investir em conexões sociais fortalece o tecido social e tem impacto direto nas comunidades.
“Não é só um bem emocional, mas uma questão de saúde pública. É um tema preponderante que precisa ser tratado com políticas públicas eficazes”, afirma Zoldan.
Mas sejamos otimistas e realistas. A vida não é apenas finda, frágil, louca, breve, cruel, injusta e pequena. Ela pode ser linda e infinita enquanto dura! Bom fim de semana!