Sábado, 26 de outubro de 2024


"Viva o Povo Brasileiro", a começar por Andrea Buratto. Foto: Edy Fernandes

Ascensão e Queda

Monteiro Lobato ensinou o caminho das pedras: “Um país se faz com homens e livros”. Mas Drummond avisou que, no meio do caminho tinha uma pedra. Na verdade, uma pedreira. A cantora Marina Lima, “séculos” depois, veio com outra poesia, assinada pelo irmão, Antônio Cícero, em “Fullgás” (1984), que terminava assim: “Você me abre seus braços e a gente faz um país”.  Sim, mas como se desfaz um país? 

Queda Livre

Mesmo sem guerras, um país é destruído aos poucos. O Brasil, por exemplo. Começando pelos esportes, não temos mais campeões na Fórmula 1 e a seleção brasileira de futebol está medonha. O pentacampeão sofre para, pela primeira vez, não ficar fora da Copa do Mundo. Somos o único país a participar de todas. Nas olimpíadas? Mérito pessoal! E a Publicidade que acabou antes mesmo do Washington Olivetto? E a MPB?

Queda do Declínio

O declínio do “império brasileiro” é culpa de quem? O Brasil ganha prêmios em mais nada, nem um Oscar no Cinema – a Argentina tem dois - muito menos um Nobel que a Argentina tem cinco; Chile e Colômbia têm dois. Nós destruímos nossos heróis, por ciúme e inveja. Voltando a Monteiro Lobato, sem Educação não temos arte, cultura e memória. O que puxa outras chagas na Saúde, Transportes e em mil etc.

Declínio com Pimenta

Um pouco de raro bom humor, numa antiga canção da banda “Paralamas do Sucesso”. Em “Encruzilhada”, a trágica história de uma moça, contada por seu namorado: “O telefone tocou, era o meu amor, que ficara presa no elevador”. Eles tinham saído, com uma turma legal, comeram feijoada, couve e pernil. “Já na saída ela passava mal. O elevador de serviço em manutenção, ela subiu pelo social”.

Pimenta Vencida

Ela chorou e nem me contou como o porteiro abriu. “Agora veja que situação, não sei se falo mal da safra do feijão ou da imperfeição da indústria do Brasil”. Melhor lamentar a indústria de um país que, há mais de 500 anos vende rica matéria-prima a preço de banana e depois importa de volta, na forma de 1001 produtos, a preço de ouro.

Vencida e Derrotada

Esqueçamos toda tecnologia que não produzimos e, quando sim, produzimos mal. O que não é o caso do feijão já que, no País das Maravilhas, sem Alice, o primário agronegócio carrega o Brasil nas costas e é tratado como vilão. Falemos das pequenas coisas da vida que atravancam as grandes.


Viva a mulher brasileira, a começar por Carolina Campos. Foto: Edy Fernandes


Mulher brasileira, em primeiro lugar e com Eduarda Corrêa. Foto: Edy Fernandes

Lança Perfume

*Se um país não consegue inventar a roda, vai criar foguetes reutilizáveis, sem um Elon Musk?

Lembram do brinquedo “língua de sogra” nos antigos aniversários?

Tinha um apito e uma pena na extremidade do tubo que se desenrolava ao soprarmos, enchendo-se de ar.

Hoje, não tem apito, nem pena na ponta. O brinquedo idiota ficou ainda mais bobo e inútil.

E palitos de dente e de fósforo? A madeira é tão vagabunda que se quebra ao primeiro uso.

Há tempos, em entrevista bem-humorada, o cantor Ney Matogrosso confessou que o fabricante de toalhas de banho que não enxugam, merecia a pena de morte.

No Brasil, muitas toalhas são feitas com material de quinta categoria, que escorregam pelo corpo e não enxugam.

Outro exemplo? Guardanapos de papel. Em vez de absorver líquidos, espalham água, refrigerante, espuma de cerveja. São impermeáveis!

E as tampinhas de garrafa plástica? Estão menores, mais finas. Mesmo assim, nunca houve tanto plástico poluindo o mundo!

E as próprias garrafas de plástico? Tão finas que, depois de abertas, com um simples toque elas se amassam, dobram e molham tudo.

Telefones celulares de curta validade e sem peças de reposição, obrigando-nos a trocá-los por modelos mais novos e muito mais caros.

Outro cúmulo! Pasta de dente minúscula em embalagens gigantes. Vinhos com rolha falsa ou de rosca, bocal com plástico no lugar do estanho.

Para terminar, e as passagens de avião? E as estradas? E os impostos? E os serviços públicos? E tudo?