Sábado, 22 de junho de 2024
Todo o amor que houver nessa vida para Carol Toledo. Foto: Edy Fernandes
Perdidos no espaço
Hoje, um tema não triste, mas melancólico, no máximo nostálgico. Onde foram parar ou engolidas nossas jovens tardes de domingo? Para onde fugiram as mãos dadas? Onde esconderam o carinho, a conversa, a paquera, a cantada, a atração e o sexo consentido, sem medo de acabarmos na cadeia, na polícia, no banco dos réus, acusados de assédio? O que aconteceu com os relacionamentos? Por que tanto choque?
Perdidos no tempo
Em menos de uma geração, tudo mudou. Com as exceções de sempre, parece que homens e mulheres vivem em guerra; logo eles que sempre viveram e conheceram a mais deliciosa convivência. Por que tomaram “Doril”, o companheirismo, a admiração, a atração e a sensação de complementaridade? Onde está a cumplicidade que mirava os mesmo horizontes? Por que tanto medo, desconfiança e pé atrás?
Perdidos e sozinhos
Onde foi que nos perdemos uns dos outros, principalmente os homens das mulheres e vice-versa? Daí o tema de hoje nascer de interessantes comentários no Instagram. Mais precisamente na página do “Relacionamento em Choque”, indagando o que esta dificultando tanto as pessoas a terem um relacionamento que seja de verdade.
Sozinhos e exigindo
De uma especialista no vídeo: “Primeiro é a predisposição a isso. Parece que estamos todos em prateleiras. Parece que se desenvolveu um ideia de que, daqui a cinco minutos, você vai encontrar uma pessoa melhor. Então as pessoas se entregam a relação nenhuma; não se entregam e não conhecem a outra pessoa a fundo porque tem sempre a perspectiva da mulher mais bonita, mais gostosa”.
Exigindo e trocando
Mesma coisa do outro lado, a mulher sempre à procura “do cara com mais grana, mais gostoso. Então ninguém está aprofundando as relações. A próxima festa será melhor. Tenho muitas queixas de mulheres em todos os lugares, não só no Brasil. Mulheres de todas as classes sociais. Tudo que você imagina. Elas dizem que não conseguem se relacionar”.
Trocando e brincando
“O cara, com uma semana, fala que está tudo bem, com 15 dias, diz que ama a mulher, com 17 dias, desaparece. Aí já está com outra ou outras”. Sobre os aplicativos de relacionamento, trazendo este movimento, esta oferta tão grande. Uma oferta de possibilidades, onde as pessoas estão se perdendo. “Isso se perpetuou; consolidou-se na pandemia, aumentou e solidificou-se ainda mais”.
Brincando e perdendo
“Mas tem coisas boas nos aplicativos de relacionamento”. Em suma e nossa humilde opinião. É o bom e velho cada um por si e, no máximo, um sexo casual. Acabou aquele romantismo quase masoquista, mas delicioso, na poesia e nas músicas de Vinicius de Moraes: “e pense muito, que é melhor se sofrer junto, que viver feliz sozinho”.
Caroline Parreiras ou a inspiração ambulante. Foto: Edy Fernandes
Mariana Rios, tão musa que até sozinha seria feliz. Foto: Edy Fernandes
Lança Perfume
*Voltando ao texto, agora nos comentários dos leitores, saímos da aula teórica e mergulhamos na prática.
A começar por uma amiga: “veja o vídeo. É sobre a geração atual e a minha. Hoje tudo é imagem. Rede social e seus estereótipos”.
“Ninguém conhece ninguém porque não existe o interesse. Tudo é raso, imediatista. Impossível admirar alguém e vibrar com alguma coisa desse tipo”.
“Depois dizem que é a mulher que fica atrás de cara rico. Mas a verdade que eles não oferecem o mínimo
para nós. Nem respeito nem consideração”.
“Por isso está assim, um mundo raso, de relações líquidas. Não me submeto a esse mercado para esse tipo de gente”.
Outro comentário: “todos querendo só o que lhes convém”.
“É uma roleta russa. Chegamos ao ponto que Baumann tinha previsto de ‘amores líquidos’. As relações se esfacelaram, porém eu ainda estou disposto a crer que é possível encontrar a pessoa que pense o mesmo”.
Mais uns, para terminar: “Ninguém tá nem aí pra sua luta. Só ficam na linha de chegada esperando os vencedores. No fim tudo é benefício, dinheiro”.
“Que perfeito esse vídeo, exatamente isso”.
“Eu conclui que não estou cansada do ‘amor’, estou cansada do ser humano. Os dias em que me sinto feliz são justamente aqueles em que não sou obrigada a me relacionar”.
“O ser humano deixou de ser interessante. Prefiro ir para cama mais cedo e dormir”.
“Sentimentos hoje valem nada, infelizmente”.