Sábado, 21 de dezembro de 2024


Para que cinema, se temos Fabiana Monteiro? Foto: Edy Fernandes

Mundo Estranho

Lemos aqui mesmo em O TEMPO, via agências: “Público que canta, filma a tela e até fuma maconha em salas de cinema preocupa exibidores. Empresas relatam problemas com espectadores cada dia mais alucinados. Exibidores reclamam do comportamento do público. Que coisa! A pessoa sai de casa para cantar, filmar tela e fumar maconha no cinema. Onde é que vamos parar? E a pipoca, nem assaz alhures e antanho?

Mundo Perdido

A balbúrdia começa no saguão. Uma malta gritava que estava na fila apenas para admirar Lady Gaga na telona. Quem queria mesmo ver o filme "Coringa: Delírio a Dois" pedia licença e tentava alcançar a porta. Num filme sobre Bob Marley em Pernambuco, a Polícia Militar interrompeu o filme porque uma juventude transviada fumava aquela erva brava no escurinho do cinema. Brigas em sessões de “Divertida Mente 2”. Deu a louca no Cinema!

Mundo sem loção

O musical "Wicked", mundo afora, sofre com “cantores de banheiro”, espectadores sem noção, gritando as canções do filme. Já se multiplicam os vídeos de cenas inteiras na Internet, publicadas por pessoas que não se acovardaram em fazer gravações com o celular por minutos a fio, o que caracteriza pirataria. E claro, perturba quem está ao lado e atrás do meliante.

Sem loção e nexo

A revista “Variety” publicou reportagem sobre esse novo comportamento do público. Novo? Há controvérsias! Se as poltronas falassem, geralmente gemeriam. E nem tudo na cadeira é mingau! Um executivo de Hollywood afirmou, em condição de anonimato, que a indústria já notou que as atitudes das pessoas mudaram drasticamente desde a pandemia.

Sem nexo e luz

O escuro anima ações anônimas e idiotas. Isso vai desde o “mala” que passa o filme abrindo balas e fazendo barulho sem fim, até aquelas chatas que falam “baixinho” o tempo todo, comentando o filme ou pior, conversando sobre qualquer outro tema. Falando baixinho para não “incomodar”, o que incomoda ainda mais. E gente que come com a boca aberta como ogros?


Para que fila e bagunça, se temos Fernanda Zanini? Foto: Edy Fernandes

Luz dos afogados

Os vídeos que registram cenas de bagunça e falta de respeito divertem na mesma medida em que assustam. Nas redes sociais, usuários suplicam pela volta do “lanterninha”, funcionário que monitorava as sessões para flagrar “mãos bobas” e garantir que o público mantivesse a etiqueta. Há anos o cargo foi extinto para redução de custos.

Afogados e histéricos

Há também cada vez mais relatos de gente incomodada com quem usa celular na sala ou comenta em voz alta o que vê na tela. Essa desinibição tem a ver com novos tipos de vídeos exibidos pelos cinemas, como gravações de shows, que fazem o público cantar e dançar.

Histéricos e pacóvios

Em crise, com salas esvaziadas e ingressos caros, os exibidores precisaram lembrar ao público por que uma telona, caixas de som superpotentes e sacos de pipoca engordurados casam tão bem. Para atrair os mais inquietos, redes passaram a exibir filmes que remetem a eventos ao vivo.


Para que procurar confusão e caos, se temos Nicole e Karoline Loschi. Foto: Edy Fernandes

Curtas & Finas

*Ainda sobre a tortura de ir ao cinema, como a gravação da turnê de Taylor Swift, ano passado.

As sessões, cheias de fãs fantasiados, viraram uma extensão dos palcos por onde a cantora passava.

Os espectadores gritavam desde o início e não se sentavam.

Logo, numa espécie de delírio coletivo, estavam dançando pela sala.

Num show de Beyoncé nas telas, a multidão se levantou para dançar, obrigando a instalação de barreiras, impedindo-os de chegarem à tela, onde o chão é mais frágil.

Para inibir o mau comportamento, uma sala decidiu não compartilhar nas suas redes fotos e vídeos da tela publicadas pelos clientes.

"Surgiu uma falta de noção. Hoje tudo é 'instragramável'". A vida vem mais vívida e vivida das telas. “Uma falta de absurdo”.

Celular e redes viciam. Com a ansiedade social, o celular vira mecanismo de fuga da realidade.

E não adianta pedir ou proibir; educar e ensinar. “Tenho inveja da Burrice porque ela é como a Pedra da Gávea: eterna!”. (Nelson Rodrigues).