Sábado, 18 de janeiro de 2025
A floral Adriana Werneck. Foto: Edy Fernandes
Anjos da guarda
A maioria de mães e pais normais faz das tripas coração por seus filhos. Faz de tudo e mais. Faz o impossível e é capaz de dar a própria vida pelas de seus filhos e filhas. Perde noites de sono e suas vidas nunca mais serão as mesmas depois dos filhos. Eles se preocupam por tudo e qualquer coisa; sofrem com a mínima tristeza dos filhos; estão sempre presentes, sempre apoiando, defendendo, educando, protegendo. Pais são heróis, mães são anjos da guarda enquanto conseguem.
Anjos abandonados
Pessoas sem filhos, sozinhos, é até normal. Mas, infelizmente, muitos pais e mães, na velhice, não podem contar com seus filhos, aqueles de quem cuidaram a vida inteira, muito menos com netos, etc. É um absurdo, mas essa covardia, irmã da ingratidão, é frequente.
Anjos esquecidos
Grande parte dessas criaturas fazem o mínimo, o básico, não por amor, mas por obrigação. E egoístas, ainda acham que fazem muito. Quando não sobrecarregam irmãos normais, humanos, já pensam em cuidadora/cuidador ou pior: “casa de repouso”, sala de espera do cemitério.
Anjos unidos
Dessa situação cruel deve ter surgido a ideia de “Cohousing”, em português, algo como morar junto, dividir um mesmo espaço. Temos muitos amigos nessa situação e que, infelizmente, morando sozinhos, se sofrerem um acidente, caírem doentes, passarem mal, correm risco de uma morte que só será descoberta quando os vizinhos reclamarem do cheiro de cadáver. Mil perdões pelo tema e pela forma, mas não existem meias palavras.
A solar Ana Carolina Henriques. Foto: Edy Fernandes
Anjos de sempre
Qualquer Internet sabe que, “Cohousing” é, digamos, uma comunidade intencional. Se não podemos contar com filhos, sobrinhos e netos, sempre teremos amigos e, muitos deles, na mesma situação. Essa comunidade é formada por casas particulares em espaço compartilhado. Cada casa possui as comodidades tradicionais. Sem esquecer a enfermaria completa, piscina, um ambulatório e até uma ambulância.
Anjos feridos
Imaginem, por exemplo, grupo de dez amigos: solteirões, viúvas, divorciados, solitárias, etc., todos já além dos 70 anos quando as doenças, mais simples ou mais graves, começam a surgir e matar a vida. Eles podem viver juntos, dividindo uma casa comum, com grande cozinha e sala de jantar, lavanderia e espaços de lazer.
Anjos humanos
Ao ar livre; estacionamento, passarelas e jardins. Os vizinhos também compartilham recursos como ferramentas. As famílias têm renda independente e vida privada, mas os vizinhos planejam e gerenciam as atividades da comunidade e os espaços compartilhados. Trocando em miúdos, um ajuda o outro como se fossem um “TeleHelp” humano.
Anjos artificiais
“TeleHelp” é um serviço que funciona através de um botão de emergência, acionado em caso de queda ou desmaio. A central de atendimento é acionada e entra em contato com o usuário em até 60 segundos. A atendente avalia a situação e, se necessário, avisa as pessoas cadastradas na emergência. A “TeleHelp” pode enviar ajuda especializada; ambulância.
Anjos na Terra
Voltando ao “Cohousing”, é uma associação de proprietários. As atividades incluem refeições, reuniões e dias úteis compartilhados. Os vizinhos se reúnem para festas, jogos, filmes e eventos. A “Cohousing” facilita a formação de clubes, e a organização de cuidados a idosos.
A luminosa Camila Boni. Foto: Edy Fernandes
Lança Perfume
*A “Cohousing” é interação, com benefícios sociais, práticos, econômicos e ambientais.
As comunidades são estruturadas em arquitetura, para incentivar interações e a formação de relacionamentos próximos entre os membros.
Os vizinhos são incentivados a cooperar na comunidade e a cuidar do próximo.
Os empreendimentos são limitados a cerca de 20 a 40 casas e apresentam grandes áreas comuns para os moradores interagirem.
Todavia, os moradores têm o máximo de privacidade pessoal.
Os residentes podem escolher o quanto eles se envolvem para encontrar o equilíbrio certo entre privacidade e comunidade.
Quem quiser saber mais e melhor, basta procurar na Internet e depois convidar os amigos de sempre, para sempre, até que a morte os separe.