Coluna Dolce Vita

Com Cláudia Resende, escadas para o Céu. Foto: Edy Fernandes

Guarda Horizonte

A coluna de hoje é para quem tem mais de 60 anos, mas também para curiosos, cultos e saudosos do que nunca viveram: uma infância feliz. “Manda-Chuva” é um desenho animado, que foi transmitido de 1961 a 1962. Claro, como infinitas reprises. No Brasil, o personagem “Manda-Chuva”, um gato malandro, que chefiava um bando de gatos simpáticos e malandros, foi dublado pelo ator Lima Duarte. 

Guarda Chuva

Além disso, a cidade de Nova York foi substituída por Brasília na versão brasileira. Que ironia! Brasília! Isso porque “Manda-Chuva” tinha um personagem secundário, tão interessante quanto os principais, o “Guarda Belo”, responsável por reprimir a turma de gaiatos e botar ordem na casa. Como se fosse possível!

Guarda Invisível

Mais de 60 anos depois, quem diria, sentimos severa saudade do “Guarda Belo” no Brasil, e em particular em Belo Horizonte, onde, aparentemente, parece que guardas, policiais e soldados “tomaram Doril”, sumiram. A cidade está nas mãos dos vilões, a tal ponto, que o “Guarda Belo”, sozinho, não daria conta de combater tantos crimes. O negócio seria apelar para Batman ou Rambo. Melhor, todos os Super-Heróis!

Guarda Fantasma

Que falta fazem aqueles profissionais de segurança que policiavam praças, ruas, avenidas, praças; a cidade enfim. Vigilantes cordiais e prestativos figuravam sempre alertas na cidade. Já na estrada, numa série brasileira de TV, em P&B, ainda tínhamos o “Vigilante Rodoviário”, o “Inspetor Carlos”, com seu fiel, corajoso e inteligente cão, “Lobo”.

Guarda Turista

O inspetor e seu cão, como os colegas urbanos, impunham respeito. E lá se vão os bons tempos sendo substituídos pelo descaso, a insegurança e o vazio que hoje prevalecem. No máximo, temos a guarda municipal que, vez ou outra, passa de carro por aí. Passa ou passeia?

Com Érica Araújo, escadas para o Paraíso. Foto: Edy Fernandes

Guarda Tristeza

Dentro de suas patrulhas sobre rodas, não veem, muito menos combatem as gangues de bairro que matam por conta de celulares, alianças e anéis de idosos, assaltos em condomínios, etc. Belo horror e triste horizonte! Quase como, no Rio de Janeiro, onde a polícia não pode mais subir favelas protegidas e comandadas, com o aval dos colegas de Brasília. Mas policiamento faz falta também no trânsito dos infernos.

Guarda Saudoso

Os quarteirões pequenos de BH não contêm o fluxo de automóveis. Quando um semáforo abre, os carros não saem do lugar porque, nas interseções laterais, ainda passam os que cruzam as mesmas avenidas e ruas. Resultado: tudo parado, buzinas, xingamentos, estresse, atrasos. Na falta de tecnologia para calcular o tráfego, um “Guarda Belo”, como um maestro, poderia parar, mandar seguir e orientar o trânsito. Já ajudaria bastante.

Guarda Vidas

Mesma coisa numa rotatória empanturrada de automóveis apressados e nervosos, com toda razão. Passa por ela quem é mais “rápido no gatilho e mais esperto”. O resultado é o mesmo engarrafamento porque “quem está na chuva” esquece de que gentileza gera gentileza e a selvageria chama mais barbárie. De novo, a intervenção de um guarda de trânsito resolveria e ensinaria bons modos. Isso vale também em praças e parques, protegendo pedestres.

Com Grazi Coelho, escadas de parar o trânsito. Foto: Edy Fernandes

Lança Perfume

*Nas praias do Rio de Janeiro, ainda vemos certo policiamento. Aqui, as “otoridades” só servem para multar e atrapalhar o que já não tem ordem, nem nunca terá.

Policiamento preventivo, eis a questão! Enquanto isso, principalmente os ladrões de alianças, correntinhas e joias de idosos fazem rodízio na cidade, a começar pelo rico Belvedere.

Um simples acidente de carro também paralisa tudo, por falta de vigilância e um simples reboque por perto.

Para terminar, não temos autoridades que supervisionem outro grande problema, a poluição de carros, ônibus e caminhões velhos que despejam toneladas de lixo no ar, sonoro e queimado.

E este lixo tem nomes “bonitos”: monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), óxidos de nitrogênio (NOx) e os hidrocarbonetos (HC). Oremos a Leão XIV!