Sábado, 10 de agosto de 2024


Todo o Merecimento e Beleza de Juliana Guimarães. Foto: Edy Fernandes

“Woke fake”

Antes de tudo, vamos tentar explicar o que é o que, neste interessante texto, que circula pelas redes sociais e repercute nas melhores mesas e famílias. Comecemos por “woke”, uma “paranoia saudável, especialmente sobre questões de justiça racial e política” ou uma gíria mais genérica que tem sido assunto de “memes”. Ops! Existe paranoia saudável?

“Fakes” & Fatos

Agora, o texto. “Callum Borchers, jornalista americano, discute a crescente tendência de empresas substituírem iniciativas de “Diversidade, Equidade e Inclusão” - DEI por abordagem focada em mérito, excelência e inteligência, a de “Merecimento, Excelência e Inteligência” - MEI. 

Fatos e Lutas

Borchers publicou o artigo “Merecimento, Excelência e Inteligência: uma abordagem anti-DEI ganha força”, no “The Wall Street Journal”. Ou como empresas, de tecnologia à agricultura, estão reduzindo esforços das políticas radicais “woke” DEI em favor da alternativa MEI.

Lutas e Ideias

A nova abordagem, promovida por figuras como Elon Musk e o CEO da Scale AI, Alexandr Wang, podem ser traduzidas como, segundo Wang, “um processo de contratação baseado no mérito, logo, em variedade de origens, perspectivas e ideias”.


Toda a Excelência e Beleza de Nathália Martins. Foto: Edy Fernandes

Ideias e Líderes

A adesão ao MEI reflete a frustração de líderes empresariais com iniciativas de diversidade “impostas”. A “Society for Human Resource Management – SHRM”, gigante dos recursos humanos dos EUA, retirou a palavra “equidade” de seu programa de diversidade, citando um “retrocesso social” desencadeado por abordagens corporativas ineficazes.

Líderes e Guardiões

Exemplos incontestáveis do MEI mostram que até defensores dessa abordagem veem os desafios inconscientes. Jim Kandrac, CEO da Contract Guardian, confessou ter ajustado suas contratações para evitar que afinidades pessoais influenciassem suas decisões: “Encontramos talentos em um painel de colegas entrevistando candidatos antes de mim”.

Guardiões e Dignos

O “milagre” acontece depois da decisão da Suprema Corte dos EUA que proibiu ações afirmativas nas admissões universitárias, gerando debates sobre a eficácia e a necessidade das políticas DEI. Críticos da MEI, como Seena Hodges, consultora DEI, argumentam: “dizer que você contrata por mérito, excelência e inteligência é dizer que pessoas historicamente sub-representadas não são dignas”.

Dignos e Pertinentes

Apesar das controvérsias, Borchers conclui que a necessidade de talentos qualificados permanece constante, apesar das mudanças na contratação. Callum Borchers é famoso e especializado em negócios e tecnologia. Trata de questões cruciais para o ambiente corporativo. Tem uma “análise perspicaz e cobertura abrangente de tendências emergentes no mercado de trabalho e na indústria tecnológica”.


Toda a Inteligência e Beleza de Ricarla Silveira. Foto: Edy Fernandes

Lança Perfume

*O caso John Deere: quando o ativismo exagerado vira ameaça à marca e aos negócios

A companhia americana John Deere, de maquinários agrícolas, vale mais de US$ 100 bilhões. 

No Brasil, lidera a venda de tratores, mas acaba de enfrentar enorme crise por adotar “pautas identitárias, em dissonância com o posicionamento mais conservador de seus clientes”.

Dentre as políticas promovidas pela John Deere, o financiamento de uma corrida infantil de “orgulho gay”. 

Também, estimulava cursos associando racismo ao capitalismo e recomendava livros, tipo “O bebê antirracista”.

“Estava prestes a comprar um trator. Acho que terei de procurar outra marca”, reagiu um produtor. 

“Não vou mais comprar equipamentos da John Deere, eles precisam ser colocados para fora do mercado”, disse outro.

“Go woke, go broke” (vai woke, vá à falência), replicaram várias pessoas.

Assim, a John Deere recuou. Em comunicado no X, a empresa anunciou que não irá mais participar nem apoiar festivais, paradas.

Ou eventos externos envolvendo conscientização social ou cultural. 

Também irá auditar todos os materiais e políticas de treinamentos. Mais, na “Gazeta do Povo”, de 29 de julho.