Retratos em P&B

Pedalando ao pé da letra neste início do ano na Orla carioca, o titular da coluna aposta em novos horizontes e deixa para traz o exaustivo exercício do ano que passou de manter em pé uma imaginária bicicleta. E convida: vamos nessa que é bom a beça!

Retratos em P&B
Neste 2018, no Rio de Janeiro, renasci na cidade em que nasci. Melhor, ressuscitei pela segunda vez.  A primeira, em Copacabana, foi levando meu filho João Paulo ao completar um ano, pisando na areia. Viajei no tempo, numa familiar e linda paisagem.

Retratos da vida
Lindas recordações de infância, com os pés nas areias do presente. Eu não era o filho do João Navarro, mas o pai de João Paulo Navarro.  Vida que segue, fio de novelo que desembaraça. Um pai inebriado pela brisa do passado e do futuro. Lá, renasci outra vez, pedalando para a vida, numa paisagem  muito mais urbana e selvagem, diferente das décadas de minha infância catando Tatuí  e até mesmo daquela na iniciação de meu filho.

Retratos do futuro
Pedalando, troquei o velho rabugento  de  2017  - o que fez malabarismo para a bicicleta não cair - por um  homem mais leve, renovado, num bicicleta de verdade.  Papai Noel  brindou comigo e com meu filho em bicicletas coloridas. E assim, mesmo longe dele, não parei de  "bicicletar". Esquecendo 2017 e movido por atitudes, segui a orla assoviando o mantra da  saúde, prazer e esperança.
 

Retratos seletivos
A orla do Rio é passarela do mundo, lição de anatomia e de comportamento. E em meio a turistas brasileiros e gringos, o Leblon é um oásis para escolhidos. Longe da "farofa" e de incontáveis ambulantes berrando, quem pode paga bem mais caro, nos novos e sofisticados lounge-quiosques. No Riba, Azur e Café de la Musique, uma caipivodka custa R$ 35. Parece Trancoso, Bahia ou Jurerê Internacional, Santa Catarina.

Retratos internacionais
O Riba, no calçadão do Leblon! Dizem que é de um “sócio” do ex governador, atual detento, Sérgio Cabral e que também esta preso. Dizem! Vejam as opções de reserva do Riba, não confundir com Riga!: a primeira, com exclusividade (reserva de todos os lounges), sai convertida em consumação mínima de R$ 7.500. Pagamento antecipado em forma de depósito.

Retratos adicionais
Reservas em dois turnos: diurno (de 11h às 17h) e noturno (de 18h às 00h). A caução é a bagatela de R$ 15 mil.  Capacidade máxima, 50 pessoas. A lista de presença deve ser disponibilizada pelo cliente 48h antes do evento. Nas regras, outros detalhes, como pagamentos adicionais, etc.

Retratos dourados
A opção dois: lounge (unidade) com valor (consumação mínima) de mil reais. Lounges virados para orla, para seis pessoas, R$ 1.800. Lounges virados para a praia, com seis pessoas sentadas e quatro em pé, tem o valor 100% convertido em consumação. E o "benefício para aniversariantes com reserva"? Quanta generosidade! Um drinque ou uma sobremesa. Ou direito a levar uma garrafa (da bebida de sua preferência) sem a cobrança da rolha.

Retratos do Réveillon
Bom humor na frustração com a mega sena da Virada: "um dos mil sonhos era acertar os seis números, mas deste sonho dependiam os outros 999. Então, sai a Disney, entra o Parque Guanabara e na sequência, troca-se o Sea World, pelo Aquário do Zoológico; os Alpes pela Serra da Piedade; Miami por Oiapoque; as Ilhas Gregas, por Lagoa Santa; o Caribe por Guarapari e o Vaticano pela igreja São José".

Retratos ímpares
Com os pés na terra, melhor, na areia, o Réveillon deste colunista e família, na avenida Atlântica, Rio, teve ceia assinada pelo chef Julio Haagensen. Entre vinhos, a boa companhia de Márcia Vasconcelos e Rônei Rezende.

Retratos e textos
E ainda no Rio, dia 2 de fevereiro, dia de festa no mar, eu quero ser o primeiro, a saudar Iemanjá. Dia 25 de fevereiro, dia de festa na terra e no ar, queremos ser os primeiros a saudar Omar. Omar "Catito" Peres que, em sua não menos Fênix, a Hippopotamus, Ipanema, Rio, lança e ressuscita, com 999,99 convidados ilustres, um ícone do jornalismo, o Jornal do Brasil.

Lança Perfume

* Não foram as argentinas  que fizeram e aconteceram nas areias de Copa e Ipanema neste início de ano, mas as  pencas de jovens chilenas, lindas!
Os argentinos  estavam mesmo   na  praia vendendo suas empanadas, não as "da lata", mas as  “dos Hermanos”.
Além dos haitianos, os argentinos disputavam as areias com os ambulantes brasileiros, muito por causa do peso, o real vale seis vezes mais.
E valia muito a pena, mesmo  sob o sol de 40º. A inflação deles vende uma latinha de cerveja a R$ 17.  Também disputam os centímetros quadrados das praias  cariocas as  performáticas tribos  gays de todo o planeta.
Carícias mil   e gerais, confirmando a fama do Rio de Janeiro ser 100% "gay-friendly", aberto, amigável a gays, ou "amigayveis".

* O que impressiona nos escandalosamente gays, na praia, é o exibicionismo das “emoções amorosas", gritos, sussurros  e performance exibicionista de dançarinos.

* As tatuagens viraram epidemia; bizarrice e  mau gosto, cobrindo quase o corpo inteiro.

* Entre os “tarlinhas” (corpo de Tarzan e cabeça de galinha), as "janinhas" (corpo de Jane e cabeça de galinha) são um colírio.