Dolce Vita | domingo, 21 de julho de 2019

Emprestando sua beleza para a coluna e para a Feira de Vinhos do Super Nosso, Renata Righi

Foto: Edy Fernandes

Rafaela Paixão cheia de charme e elegância

Foto: Edy Fernandes

A bela empresária Yana Pinheiro fazendo e acontecendo no Udon nesta semana

Foto: Paulo Navarro

Brioche e circo

Poucas pessoas viram na íntegra e ao vivo a queima de fogos de artifício em Paris, há uma semana, comemorando o 14 de julho. Na França, as festividades do 14 de julho, da Queda da Bastilha e da Revolução Francesa, equivalem ao nosso 7 de Setembro, mas com muito mais glamour e duração. Na verdade, a festa começa dia 13, à noite, com um grande baile popular, na Praça da Bastilha, centro de Paris. Um debalde, um desbunde, um carnaval.

Brioche e patriotismo

Dia seguinte, no próprio 14, o tom é outro: desfile militar na avenida mais linda do mundo, a Champs-Elysées. Tanques, caminhões, soldados, Legião Estrangeira, os últimos resistentes e heróis da 2ª Guerra Mundial. No ar, jatos espalhando fumaça com as cores da França: azul, branco e vermelho. Neste ano, teve até um “soldado voador”, o primeiro no mundo. Nas calçadas, milhares de franceses e turistas. No fim da avenida, na Praça da Concórdia, o presidente Emmanuel Macron e seus convidados.

Brioche e luz

Neste ano, para sorte dos presentes, o 14 de julho “caiu” num domingo, e à noite, em frente à Torre Eiffel, reuniu 500 mil pessoas para muita música boa, inclusive clássica; show de luzes e de fogos de artifício. A torre estava “viva”, movimentando-se ao sabor de luzes que a faziam crescer, encolher-se e até dançar. Um raro prazer, um raro espetáculo, tão ou mais lindo que os fogos de Copacabana no Réveillon.

Brioche e pão

A principal e enorme diferença entre Paris e Rio de Janeiro, por exemplo, é que a primeira foi feita pelo homem, franceses geniais; a segunda foi feita por Deus, bonita por natureza. Os fogos de Paris ganham dos cariocas porque eles têm não só a Torre Eiffel como atriz principal, mas a Cidade Luz como moldura. É como se o Rio de Janeiro trocasse o fundo escuro do oceano pelo Cristo Redentor iluminado, “dançando”, e as luzes da cidade.

Brioche sem pão

Mas se a França exibe sua potência militar e econômica, a avenida também escancara os problemas sociais. Protestos, vaias, brigas com a polícia e confusão por parte dos manifestantes do movimento Coletes Amarelos, mostrando o lado escuro e vergonhoso da França – aquele onde os franceses passam até fome, como se fosse um Brasil, onde metade da população não tem esgoto em casa.

Pão e circo

Fica aqui nossa humilde sugestão ao Rio de Janeiro – e por que não à nossa Belo Horizonte? BH já ressuscitou o Carnaval, falta agora o Réveillon, que também poderia atrair milhares de turistas. E dinheiro de turistas, aquecendo nossa frágil economia, no mês de janeiro, quando a cidade fica quase morta e deserta; ou, apenas, sem opções. Imaginem, queridas autoridades, 30 minutos de fogos, com toda a “infra”, como semana passada, em Paris, mas nas montanhas, em frente à Praça do Papa.

Pão e queijo

Por falar em turismo, um horizonte colossal a explorar em Belo Horizonte, em Minas e no Brasil, voltemos a enaltecer a Casacor Minas, a maior mostra do bom gosto. Em arquitetura, decoração, design, paisagismo e, por que não, na recuperação da história e do patrimônio de nossa pobre cidade. Pobre, a começar, porque muito jovem. Porque continua a destruir o pouco da antiga cidade e recuperar o mínimo de seu centro e bairros mais tradicionais.

Pão sem circo

A próxima edição da Casacor Minas mantém a saudável tradição da recuperação. No dia 1º de setembro ocupará, em 2019 e também em 2020, o lindo Palácio das Mangabeiras. Espaço que levanta questões muito interessantes. O palácio deve ser um espaço público ou voltar a ser residência oficial do governador de Minas?

Lança-Perfume

* Ainda sobre a CasaCor Minas no Palácio das Mangabeiras: o atual governador, Romeu Zema, dispensou o privilégio, mas e o próximo?

O Palácio das Mangabeiras (1955) é mais uma joia do arquiteto Oscar Niemeyer. Ou não!

O próprio arquiteto não o reconheceu como dele. Teria dado apenas sugestões. O paisagismo de Roberto Burle Marx também não é 100% Burle Marx.

Mas isso é o de menos. O mais importante é a função do palácio com todos os gastos que comporta.

Com ou sem governador, a manutenção é cara e quem paga é o povo mineiro. É um monumento que, como todo monumento, geralmente deve ser público.

* Muita gente morre de saudade dos antigos aviões, serviços de bordo, espaço, trajetos e destinos; do passado, do luxo.

O primeiro avião comercial considerado como “all business class” foi o Concorde, lindo e rápido, ligando grandes cidades à cidade mais linda do planeta, Paris.

O serviço premium do Concorde é o que fazia dele um avião com configuração única de executiva.

De volta ao presente, onde aeroportos parecem rodoviárias e a maioria dos aviões e suas classes econômicas parece latas de sardinha, já imaginaram um avião que só tenha classe executiva?

São os “all business class flights” – aviões com apenas assentos de executiva. Atualmente, duas companhias operam esse tipo de voo: a francesa La Compagnie e a British Airways.

A La Compagnie, recentemente, começou a oferecer um A321NEO, entre Paris e Nova York. Imaginem que viagem de sonhos!

O avião tem apenas 76 assentos de classe executiva. O bilhete entre França e Estados Unidos pode ser encontrado por € 1.000.

Já a British Airways opera voos entre Londres e Nova York, parando em Shanno, na Irlanda, para abastecer. Trocou seus 107 assentos por 32, na executiva.

Resumindo a ópera: crise só existe para a classe média. Ricos e pobres continuam na mesma dura realidade. O mercado de luxo esbanja opções.

Tanto que, além das classes executivas, existem também os aviões privados, para roteiros particulares e excursões de luxo. La Dolce Vita!