Dolce Vita | sábado, 9 de abril de 2022
A linda e feliz Juliane Kessia. Foto: Edy Fernandes
Bicicleta assassina
Belo texto circula, merecidamente, pelas redes sociais, mas sem respeitar a autoria. Nós procuramos, achamos e aplaudimos a escritora Maria Valéria Rezende, com sua irônica reflexão: “A bicicleta é a morte lenta do planeta. O CEO do Euro Exim Bank Ltda., fez os economistas refletirem quando disse: ‘O ciclista é um desastre para a economia do país’”.
Bicicleta fatal
“Ele não compra carros e não pede dinheiro emprestado para comprá-los. Não paga apólices de seguro. Não compra combustível, não paga para submeter o carro à manutenção e reparação. Não utiliza estacionamento pago. Não causa acidentes graves. Não requer rodovias com várias pistas. Não se torna obeso”.
Bicicleta cruel
“‘Pessoas saudáveis não são necessárias nem úteis para a economia. Eles não compram remédios. Eles não vão a hospitais ou médicos. Eles não acrescentam nada ao PIB do país’. Vale a pena pensar nisso. Caminhar é ainda pior. Os pedestres nem compram uma bicicleta...”.
A tal felicidade
Outro texto interessante nas redes. O relatório "World Happiness Report" 2021, Relatório de Felicidade Mundial divulgado anualmente pela ONU, mostra que o Brasil caiu pelo sétimo ano consecutivo no ranking de países mais felizes. Em 2015, ele estava na 16ª posição e agora está em 39º lugar.
A cara da felicidade, no rosto de Patrícia Godejuoid. Foto: Edy Fernandes
Felicidade e tal
O que está acontecendo com o Brasil não é exclusividade do nosso país, uma série de fatores influenciam para que a felicidade esteja cada vez mais longe da realidade. A psicóloga e pós-graduada em neurociência, Shana Wajntraub, analisa essa posição hoje do Brasil relacionando com o momento que vive o mundo. “Nem saímos de uma pandemia e já estamos em uma guerra”.
Felicidade a tal
"A lição a ser tirada do Relatório Mundial da Felicidade ao longo destes dez anos é que o apoio social, a generosidade mútua e a honestidade dos governos são cruciais para o bem-estar" explica Shana. O Brasil, na 39ª posição, é o terceiro país latino-americano melhor colocado, atrás da Costa Rica (23ª) e do Uruguai (30º).
Felicidade atual
A Venezuela (108º) é o país latino-americano de pior posição, ficando atrás inclusive do Iraque. Para este ranking, é emitida uma nota que vai de 0 a 10 e o país que atingiu a maior nota foi a Finlândia, com 7,82, sendo o país mais feliz do mundo. Para chegar a esta avaliação, a ONU leva em consideração, além do PIB, um grau de medição específico chamado Felicidade Interna Bruta - FIB.
Com orgulho de ser feliz, a beleza de Rafaella Zanon. Foto: Edy Fernandes
Lança Perfume
*Ainda sobre o Brasil “feliz por um triz”. O FIB auxilia na medição do grau de desenvolvimento dos países.
Para isso, são levadas em consideração nove dimensões: Bem-Estar Psicológico; Saúde; Educação.
Cultura; Gestão do Tempo; Vitalidade Comunitária; Governança; Padrão de Vida e Meio Ambiente.
Continua Shana Wajntraub: "O bem-estar psicológico tem a ver com segurança, com qualidade de vida, com um governo que também passa segurança”.
A graça e a "pintura" da felicidade em dobro, as irmãs Ligia Jardim e Carolina Rodrigues. Foto: Arquivo Pessoal
Refugiados, aqui e no mundo, precisam de muito apoio e ajuda psicológica para seguir em frente.”
“A pandemia trouxe um grau de ansiedade muito alto, essa ansiedade não diminuiu nos países onde a vacinação ainda não é total”.
“A pandemia deixou o mundo inseguro, e agora essa guerra na Ucrânia novamente deixa o mundo todo inseguro. Não é uma questão só de russos e ucranianos, afeta o mundo todo”.
E nesse quesito poder ajudar de alguma forma é um fator que mantém o equilíbrio das pessoas, faz bem pra quem dá, não só pra quem recebe.”
Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de meio milhão de refugiados fugiram da Ucrânia para a Polônia.
Estes refugiados precisam de apoio para problemas de saúde mental; estima-se que 30.000 tenham graves problemas.
“O relatório indica que saber formatar políticas públicas para conseguir obter um crescimento de felicidade social entre a população de cada país é muito importante”, finaliza Shana.