Dolce Vita | sábado, 8 de outubro de 2022
A linda patriota, Júlia Castro. Foto: Edy Fernandes
Fábula Fabulosa
Era uma vez uma casa linda, grande, cercada por jardins. A casa tinha alguns defeitos; problemas de estrutura e construção: umas telhas quebradas, infiltrações; pedia pintura, manutenção na parte elétrica e hidráulica. Os jardins, com árvores seculares e frondosas também tinha um pouco de mato e um jardineiro seria bem-vindo. A piscina só precisava de uma limpeza e algum cloro. Mesmo assim, a casa continuava grande, linda e cercada por jardins.
Fábula Cabulosa
Um dia, o dono da casa, cansado de cuidar de tudo e gastando muito na manutenção, alugou a casa para um inquilino que prometeu cuidar do conjunto. Prometeu uma reforma geral, da estrutura, até uma limpeza radical e uma decoração completamente nova, nunca vista antes. E assim foi, nos primeiros meses, só festa e muito movimento na casa, um entra e sai danado. Parecia realmente que o cara ia cumprir o que prometeu.
Fábula Estranha
Tanto que o primeiro contrato acabou e rapidamente foi renovado. Mesmo com os vizinhos reclamando do barulho e do mau cheiro que exalava da linda casa, nada aconteceu. O segundo contrato acabou e o estranho inquilino resolveu viajar, mas deixou uma amiga tomando conta da casa. Aí começaram os problemas. A fedentina aumentou, o barulho ficou insuportável, a piscina virou pirão e muitas árvores foram cortadas.
Fábula Bizarra
Os vizinhos reclamaram tanto que o dono da casa, muito distraído, finalmente atendeu suas súplicas, chamou a polícia e despejou a inquilina terceirizada da casa. No lugar dela, ficou um gerente para tomar conta até o fim do contrato. Só então o proprietário foi visitar sua vivenda. Lá chegando, ficou horrorizado com o que viu depois de 16 anos nas mãos dos três elementos.
Fábula Poética
Ao adentrar o espaço, o dono da casa começou a cantar: “Era uma casa muito engraçada. Não tinha teto, não tinha nada. Ninguém podia entrar nela não, porque na casa não tinha chão. Ninguém podia dormir na rede, porque na casa não tinha parede. Ninguém podia fazer pipi, porque penico não tinha ali”. E concluiu: minha casa até parece ter mudado de endereço, a Avenida Brasil virou Rua dos Bobos, número zero.
A linda brasileira, Marina Stambassi. Foto: Edy Fernandes
Fábula Real
O estrago foi tanto que o proprietário denunciou o primeiro locatário, que foi preso. Pegou 12 anos de cadeia. A casa, mesmo em estado deplorável, conseguiu ser alugada por um inquilino completamente diferente dos três primeiros. Um homem que, há muito amava aquela casa sobre todas as coisas. Assim, prometeu fazer tudo, refazer tudo, reformar tudo, desde a base.
Fábula Nojenta
Este “louco”, nas palavras dos vizinhos, instalou-se na Terra Arrasada: tudo quebrado, paredes caindo, sujas de urina e fezes. Ratos, baratas, escorpiões e outros “bichos escrotos” mofo e goteiras por todos os lados. Portas, janelas e lustres roubados. O jardim estava devastado e povoado por ervas daninhas e flores carnívoras. Na piscina, lama e uma criação de crocodilos e piranhas assassinas.
Fábula Possível
Às próprias custas, o novo inquilino limpou e consertou o espaço. A casa voltou a ser linda e elegante. Plantou novas árvores e a piscina parecia coisa de cinema. Foi tudo muito difícil porque a destruição e o saque foram totais. Depois de gastar todo seu capital na casa, enfrentar uma Brumadinho, uma pandemia e uma guerra, faltou dinheiro para o aluguel de R$ 22, o ingrato proprietário não pensou duas vezes e resolveu alugar a casa de novo.
Fábula Inacreditável
Com a casa, literalmente arrumada, limpa, pronta; muitos interessados apareceram; inclusive o primeiro locatário, quando saiu da prisão, por “problema de CEP”. O proprietário avaliou os candidatos, dispensou vários, mas estranha e absurdamente reteve as propostas do primeiro e do último locatário. Ficou de decidir até dia 30. E vocês leitores indecisos? Quem escolheriam? O que destruiu ou o que reconstruiu?
A linda eleitora, Marina Nacif. Foto: Edy Fernandes
Lança Perfume
*Pátria Amada ou Pátria Mamada? Desordem ou Progresso?
Queridos indecisos, idolatradas indecisas! Amados correligionários da abstenção! Prestem atenção.
Estamos num mar de almirante com céu de brigadeiro. Vocês querem o Brasil como o Titanic e o dirigível Hindenburg?
Fala sério! Presta atenção!
Não estamos elegendo um poeta, mas um general contra o Mal!
Cuba, Venezuela e Argentina já foram lindas.
Pensar não dói. O Brasil tinha morrido, mas hoje passa bem. Saímos dos aparelhos.
Falar a verdade com palavrão ou mentir com toda educação?
Pensem! Relembrem! Comparem e votem!
Força! Otimismo! Coragem! Liberdade ainda que tarde! Beijos, abraços e carinhos sem ter fim.