Dolce Vita | sábado, 30 de setembro de 2023
Na festa, “It´s only Zen Noção but I like it”, de Soraia Campos e Helmut Gondim, sábado no Krug Biergarten, a dupla de promotores emoldurando uma das atrações, o cantor Bauxita. Foto: arquivo pessoal
Turismo perigoso
Nos anos 1970, a Suíça vivia uma epidemia de heroína. Repressão e tratamentos com abstinência não funcionaram. No final dos anos 1980, para isolar o problema, criaram os “parques das agulhas”, como o Platzspitz Park, em Zurique. Também falharam. No fim dos anos 1980, começo dos anos 1990, a Suíça tinha a maior taxa de infecção por HIV na Europa Ocidental. O compartilhamento de seringas ajudava.
Turismo criminoso
Em 1991, o governo combinou forte repressão à criminalidade e investiu na saúde pública. Com o tratamento vigiado, usando heroína e outras políticas, como a metadona (na desintoxicação), as overdoses fatais caíram pela metade entre 1991 e 2010. “As infecções por HIV foram reduzidas em 65%, e a quantidade de novos usuários de heroína caiu 80%”.
Turismo nebuloso
Outro país, ainda mais “doidão”, sempre foi a Holanda, na vanguarda de hábitos e costumes, descriminalizando o consumo da maconha em 1975. Os usuários compravam e consumiam nas cafeterias. Não mais. Desde maio, o consumo é ilegal no centro de Amsterdã. As autoridades municipais vão aplicar multa de até 100 euros a quem não cumprir a lei.
Turismo tortuoso
A polícia reforçou a segurança, garantindo as medidas. O bairro De Wallen é famoso pela vida noturna e prostituição, responsável por 10 a 15 por cento do turismo no país. Mas as baladas enfumaçadas, até altas horas da madrugada, é dureza para os moradores. No bairro Alto, em Lisboa, mesma coisa. Pelo menos até recentemente, com venda livre de drogas.
Na mesma festa “sem loção”, Thalita Rodrigues, Ricardo Caldeira e Eloah Rodrigues. Foto: arquivo pessoal
Turismo pernicioso
Deixando a Cracolândia em São Paulo, alguns pontos em Belo Horizonte, como o Centro e voltando à Amsterdam, os vereadores fizeram propostas para mudar o clima “escuro” do bairro De Wallen. Se não conseguirem reduzir o barulho e a perturbação, a prefeitura pode impedir que as cafeterias vendam a erva para consumo em outros locais e acabar com mesas externas nos locais do “liberou geral”.
Turismo libidinoso
E o consumo no famoso “Red Light District” (Distrito da Luz Vermelha) paraíso do sexo para turistas salientes? As profissionais também terão que fechar suas pernas e portas às 3h. Já restaurantes e bares fecharão às 2h, sextas e sábados e nenhum novo visitante seria permitido, depois da 1h.
Ainda “sem e zen noção”, Fernando e Paula Guatimosim. Foto: arquivo pessoal
Lança Perfume
*A venda de álcool em lojas, lojas de bebidas e cafés no “Red Light District” já era ilegal, de quinta a domingo após as 16h.
Agora, o Conselho pedirá aos vendedores que removam completamente o álcool de suas vitrines durante esse período ou os oculte.
É ilegal beber na maioria dos espaços públicos de Amsterdã.
A capital holandesa atrai milhões de maconheiros todos os anos.
E os infelizes moradores também reclamam que os locais atraem traficantes; que o abuso de drogas e álcool aumenta os índices de criminalidade.
Depois de tanta liberdade e liberalidade, parece mentira, mas pelas leis atuais é crime possuir, produzir ou traficar drogas.
Porém, os holandeses têm uma "política de tolerância" que permite que as cafeterias vendam sob certas condições.
Uma delas é que os cafés não perturbem. O governo ordenou que parem de seduzir turistas viciados ou apreciadores com moderação.
Amsterdã também previu uma campanha "fique longe", na primavera, com foco em turistas que só pensam naquilo: drogas, álcool e sexo.
*No Brasil? Ainda temos órfãos e “lesados” do famoso “Verão da Lata”, lembram? Verão é apenas metáfora para longa era. Erva, não. Era!
O “Verão da Lata” de 1987 até o ano de 1988 é a cara do Brasil.
Milhares de latas cheias de uma maconha, da mais alta qualidade, invadiram as praias do Rio de Janeiro, entre Cabo Frio e o sul do estado.
O navio Tunamar saiu do Panamá para a Austrália onde havia sido carregado e partia para os Estados Unidos.
Entre as cargas lícitas, latas de suco de uva “batizadas”, contendo maconha.
Em média foram despejadas ao mar 22 toneladas de maconha em mais de 13 mil latas.
Em Belo Horizonte, Minas? Aqui não tem lata para “apertar um Marley”, nem mar.
Mas, aqui entre nós, o que significa o enigmático convite, “Olhe bem as montanhas”?
Turismo Entorpecente ou Sexual acontece em todo mundo. Às vezes as pessoas até viajam para ir à praia, visitar catedrais e museus. Às vezes!