Dolce Vita | sábado, 29 de abril de 2023
Beleza e inteligência nada artificiais, Lígia Jardim. Foto: Jana Viegas
Inteligência postiça
Fala Lígia Jardim: “A inteligência artificial - IA está revolucionando vários setores, e como arquiteta, estou entusiasmada com as inúmeras possibilidades que essa tecnologia oferece. Algoritmos de aprendizado de máquina nos permitem criar projetos mais eficientes, personalizados e sustentáveis, ao mesmo tempo em que facilitam a colaboração entre profissionais”.
Inteligência sintética
“Porém, é fundamental lembrar que a arquitetura é uma expressão artística intrinsecamente humana, repleta de emoções e experiências. A IA pode nos ajudar a aprimorar nossos projetos, mas a verdadeira criatividade e inovação provêm do coração e da mente do arquiteto. Portanto, ao adotarmos a IA, devemos sempre valorizar e cultivar o processo criativo humano”.
Inteligência inatural
“Valorizar e cultivar o processo criativo humano, utilizando esta ferramenta para potencializar nossas habilidades. Juntos, seremos capazes de criar ambientes inspiradores que aliam a eficiência da tecnologia à sensibilidade e paixão que só o toque humano pode proporcionar”. A reflexão, das mais pertinentes, de Lígia Jardim, inspirou-nos a sequência da coluna de hoje.
Inteligência fictícia
A ciência e a tecnologia, ou seja, o progresso; sempre foram bem-vindos, colaborando para o Bem e para o Mal. A Medicina e as guerras estão aí, provando e comprovando. O Século 21 é ao mesmo tempo fascinante e assustador. Passamos da “Idade da Pedra ao Admirável Mundo Novo” em poucos anos. Internet, foguetes, telefones celulares e seus primos, os computadores são tão recentes como revolucionários.
Inteligência traiçoeira
De repente, o que sempre foi matéria-prima e inspiração, para a literatura e o cinema, como ficção científica, hoje é realidade ou está muito perto de ser. Como exemplo, o clássico de Stanley Kubrick, “2001: Uma Odisseia no Espaço” (1968). O filme reflete, entre outros temas, os avanços tecnológicos, imaginando possíveis efeitos e consequências para a humanidade.
Inteligência de brinquedo
Kubrick, ao adaptar um conto “A Sentinela”, de Arthur C. Clarke, utiliza e adverte sobre o personagem, HAL 9000, um computador que imita o ser humano, os “problemas e rebeldia” da inteligência artificial, seus limites e desafios. Outro exemplo, entre vários, é o filme “Inteligência Artificial” (2001), de Steven Spielberg lançado, a partir de um projeto do mesmo Stanley Kubrick.
Beleza e inteligência naturais, Lud Botelho. Foto: Edy Fernandes
Inteligência de plástico
De novo, a possibilidade da criação de máquinas com sentimentos. “No futuro, após parte do planeta ter sido inundada pela elevação do nível dos mares e androides passarem a conviver com os seres humanos, uma equipe de cientistas da empresa Cybertronics cria um robô em forma de criança, por eles batizado de David, programado para amar seus pais eternamente”.
Inteligência de isopor
“Na iminência de perder o único filho, doente e em estado vegetativo, o casal Henry e Monica Swinton adota o primeiro desses andróides”. Bom, melhor que escrever e ler, quem quiser e puder deve assistir aos dois filmes. Dr. Frankenstein também criou seu “monstro”, com as melhores intenções. E por falar em criaturas, o que dizer destas “novas bonecas” que, aparentemente, são mais perfeitas que a mulher mais perfeita?
Inteligência criminosa
Todavia, para nós, jornalistas, escritores, o exemplo mais ameaçador é um programa, um “chat”, chamado GPT que, imita o estilo de grandes escritores. Na verdade é muito mais que isso. E será muito pior e melhor que isso. O milionário ou trilionário Elon Musk e o Vale do Silicone estão por trás, pela frente e pelos lados deste GPT.
Beleza e inteligência, sem ficção científica, Raquel Mattar. Foto: Edy Fernandes
Lança Perfume
*É “perfeito”, inventado para copiar e escrever, por quem não sabe fazer uma coisa nem outra.
A pessoa aciona o GPT e escolhe um tema, uma situação, uns personagens e pede que ele escreva um texto.
Texto no estilo de um grande escritor como Marcel Proust, Guimarães Rosa, Shakespeare, etc.
Pronto! Em segundos, você terá e será autor de um legítimo texto de Marcel Proust, Guimarães Rosa, Shakespeare.
Isso, claro, se você nem sabe quem foram Marcel Proust, Guimarães Rosa, Shakespeare e conseguiu ler nem Paulo Coelho.
É como falsificar uma tela de Picasso. E, sinceramente, melhor uma boa cópia de Picasso e assinada!
Isso, num mundo ameaçado de extinção, pelo próprio homem, que polui, desperdiça e destrói seu planeta, sua casa.
Na Terra, onde a maior parte da população passa fome, não tem água, nem esgoto; adoece e morre com todo tipo de doença, o homem já foi à Lua, quer ir a Marte e Júpiter.
Inteligência Artificial & Burrice Legítima.