Dolce Vita | sábado, 26 de novembro de 2022

Em Araxá, Fernanda Bicalho, relações institucionais do Grande Hotel Termas de Araxá, com Lizete Ribeiro, diretora comercial do Grupo Tauá de Hotéis. Foto: Arquivo Pessoal

Grande Hotel

Do Grande Hotel Termas de Araxá, há uma semana, trago mais do que um obrigado pela hospedagem, presente da direção do complexo, que encantou meus olhos mais uma vez. Não à toa, Araxá quer dizer “lugar de onde se avista o sol”. Focado então no grande Hotel como lugar de nascente, tudo é colírio para os olhos.

Grande espaço

A começar por sua edificação, um banho de cultura tão líquido e permeável quanto os famosos banhos de saúde. Saúde e espiritualidade que ontem e hoje contagiam caminhantes pelos jardins de Burle Max e nascentes de águas termais que brotam do solo. Construção de Getúlio Vargas, em 1944, cenário que nos leva à uma viagem interior.

No mesmo clima, Diogo Villalobos, gerente geral do Grande Hotel Termas de Araxá e Deiva Mota, gerente de relacionamentos do Grande Hotel Termas de Araxá. Fotos: Victor Ataide

Grande História

E nossos anfitriões capricharam neste cenário, incluindo obras de arte, sabores e aromas da gastronomia do restaurante francês “Chez Beja”, novos rituais nas renovadas termas, meditação na mandala de oito pontas e massagens com pedras quentes. Cenário que descortina história lendária em  sincronia com o presente.

Grande Pré-História

Esta imersão não foge à personagem de Dona Beja, ícone da cidade, mulher absurdamente à frente de seu tempo. E é aí que registramos outras anotações no “diário de bordo”.  Como a magia invisível da cura. Consta que o hotel sempre trouxe cura. É especialista nisso e a traz silenciosamente.

Grande energia

"Também não foge ao túnel do tempo: uma ampulheta que termina de um lado e começa de outro, sem que ninguém precise virá-la", diz Paula Febe, autora de rica apostila sobre o hotel: “Tudo em Araxá foi criado pelas águas. A mandala, nas termas! Do centro do piso de mármore, emana energia de cura e renovação. Traz a vida que há em tudo, o Prana”.

Grande infinito

E mais: "O número oito (que também lembra o infinito), tão significativo para o hotel, ainda está em oito vitrais, oito painéis e oito afrescos. Somos e sempre somos infinitos, as oito etapas da iluminação espiritual que o budismo prega. A magia que o hotel guarda é o maior tempo possível de cada um de nós".

Grande elegância

Pelos corredores do Grande Hotel, a história de seus suntuosos espaços não só discorre sobre a riqueza arquitetônica, com sobre sua vocação e singularidade, mobiliária e artística. Isso vale para os luxuosos salões, como o Ouro Preto, todo em  madeira cerejeira entalhada, espelhos de cristais da Boêmia, lustres e cortinas em estilo francês.

No colossal Grande Hotel, elegante flagrante de Tatiana Guim, Marcos Koenigkan e Lizete Ribeiro. Foto: Arquivo Pessoal

Lança Perfume

*Ainda sobre as atrações do Grande Hotel, o palco móvel para concertos de piano e até Can Can.

E para saraus, incluindo apresentação de Carmem Miranda. Palco também de grandes festas, como o da sala São João Del Rey,  que abrigou o cassino, proibido em 30 de abril de 1946.

Espaço de beleza inestimável, com colunas em estilo Coríntio, janelas em vidros franceses bisotados, lustres de cristais, piso em pinho e pau marfim.

O Salão Azul, Solar dos Arachás (com “ch” mesmo, por conta dos Arachás), tribo que viveu na região antes da chegada dos bandeirantes.

O salão Diamantina entretém os hóspedes. E ainda o Cine Teatro Tiradentes, com 438 assentos e oito pontos de acústica, paredes de gesso e formato ondulado para a mesma acústica.

É o maior e mais suntuoso castelo do Brasil.  Majestoso, teve seu exterior inspirado nas Missões Espanholas. Já no interior, no estilo neoclássico, varandas revestidas por pastilhas portuguesas.

As suítes governamentais, com 10 cômodos cada uma,  mobiliário da década de 40 e banheiros em mármore ônix verde, acomodaram figuras ilustres.

Políticos do estado e da  república. Benedito Valadares estreou na Governamental e Getúlio Vargas, idealizador do projeto, na suíte presidencial.

Eurico Gaspar Dutra e JK também foram assíduos frequentadores.

Sem esquecer Tancredo Neves, Castelo Branco, Fernando Collor, Itamar Franco e alguns inomináveis de sinistra memória.

Ao longo dos anos, pelo governo do estado, muitos fizeram “check-in” no hotel e, à boca pequena, insinua-se que, depois da passagem, alguns adornos e tapetes finos teriam “tomado Doril”.

Hoje, com a concessão zelosa do Grupo Tauá, o Hotel posiciona-se com o padrão mais elevado, prestes a ganhar um voo semanal. Parabéns ao grupo. Minas merece!