Dolce Vita | sábado, 25 de março de 2023

Esbanjando saúde mental e física, Daddine Marra. Foto: Edy Fernandes

Vida besta

Para quem tem 80 anos, Carmen Miranda, foi uma cantora, atriz e nossa primeira estrela internacional. Morreu em 1955, em Beverly Hills, Los Angeles, Estados Unidos, milionária e famosa mundialmente, com apenas 46 anos. O motivo? Excesso de remédios para dormir e estimulantes para acordar e trabalhar. Neste perigoso e fatal coquetel, muita bebida alcoólica.

Vida e sentido

Mais recentemente, em 2009, Michael Jackson, aos 50 anos, faleceu vítima de intoxicação por propofol e benzodiazepina, na mesma Beverly Hills. Propofol é um poderoso anestésico e benzodiazepina é um psicotrópico que produz efeitos sedativos e hipnóticos. Prince, 57, partiu, em 2016, na região de Minneapolis, por uma overdose de fentanil, um analgésico narcótico. Isso, fora outras mortes “indiretas” como a de George Michael, 53 e Amy Winehouse, 27.

O sentido da vida

Remédios tratam, amenizam e curam; mas, em excesso, são vícios e drogas fatais. No filme “Sem Limites” (2011), “Encarando o desemprego e a rejeição de sua namorada, o escritor Eddie Morra (Bradley Cooper) tem certeza que não tem mais futuro. Mas tudo muda quando um velho amigo lhe dá uma droga que melhora as habilidades mentais”.

Sem sentido

“Viciado nesta química ainda não testada, Eddie chega ao topo do mundo financeiro. Mas terríveis efeitos colaterais e a diminuição do estoque da droga ameaçam o colapso de Eddie”. A vida imita a arte e vice-versa. Sem comparações do mesmo nível, no Brasil, conhecemos uma onda, uma moda virando “hábito”, que pode não ter final feliz. Falamos do medicamento Venvanse.

Um show de saúde e graça naturais, Miriam Guzella. Foto: Edy Fernandes

Haja sentido

Em linguagem meio técnica, mas compreensível, o Venvanse tem como princípio ativo o Dimesilato de Lisdexanfetamina, um psicoestimulante. Liberado pela Anvisa para o tratamento do transtorno do Déficit de Atenção, Hiperatividade – TDAH, também é prescrito para tratar condições de Transtorno de Compulsão Alimentar, por apresentar como efeito colateral, a diminuição do apetite.

Muito sentido

Em linguagem de Google. “Efeitos adversos do Venvanse: Leva a uma sensação de bem-estar, aumenta a energia, o otimismo e a agitação psicomotora. Mas também pode levar à intoxicação, paranoia grave, psicose. Às vezes alivia também a insônia e pode dar uma sensação de estar 'antenado'”.

Muito é muito

Para reforçar e insistir. Seu uso recreativo, principalmente pelos jovens, visando aumentar o foco e a concentração, apesar de serem prescritos por receituários específicos, traz um alerta sobre o risco do abuso do medicamento, por se tratar de uma anfetamina, em que o uso prolongado causa dependência e outros riscos à saúde, como morte súbita, eventos adversos cardiovasculares graves e desencadeio de gatilhos de surtos psicóticos.

Muito motivo

Pra completar sobre os medicamentos da moda, que movem pessoas, ainda temos os clássicos Rivotril e Ritalina. Por que e para que? Por que seduzem, tentam, provocam, atraem e viciam? E a dificuldade, depois, para o cliente “desmamar”? Falemos e lembremos o uso de medicamentos da classe dos Benzodiazepínicos, como o Clonazepan (Rivotril), para tratar ansiedade e insônia.

Dando e vendendo saúde, sem precisar de aditivos, Ellen Castro. Foto: Edy Fernandes

Lança Perfume

*Dando sequência ao tema. Atuando como tranquilizante e sedativos, estas “drogas” (de drogaria) fazem com o que corpo desacelere o ritmo de funcionamento.

Estão sendo amplamente consumidos, com grande aumento durante e após a pandemia da Covid-19.

Estima se que, no Brasil quase 2% da população adulta, seja usuária crônica de benzodiazepínicos.

O uso inadequado pode ocasionar problemas de memória, mudanças de humor e redução da capacidade cognitiva.

Fica um alerta para o risco do uso irrestrito tanto do Venvanse quanto do Rivotril, levando em conta os riscos e benefícios, sob orientação e acompanhamento médicos.

Aparentemente, a vida não basta e, para muitos, não faz sentido. Desde sempre o homem procura seus “Paraísos Artificiais”.

“A arte existe porque a vida não basta”, dizia Ferreira Gullar. Pelo jeito, a arte também não basta. Precisamos, procuramos, achamos e perdemos mais.

A começar pelo álcool, livremente comercializado e consumido. Um hábito que poderia ser saudável e social, mas muitas vezes é perigoso e furiosa fuga.

Jonh Lennon tinha razão em seu enigma irônico: “A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro”.

Pobres e ricos, pessoas esclarecidas e “sem noção”, de todas as idades e perfis bebem em excesso, usam drogas e abusam de remédios que deveriam apenas tratar ou curar.

Por quê?