Coluna Dolce Vita

Janaína Abi Ackel, que não precisa de cirurgia plástica. Foto: Edy Fernandes

Feliz Natal

Então, é Natal, mais precisamente, véspera de Natal, dia de ceia, para a maioria dos brasileiros. Ou de almoço, amanhã, com família, amigos ou sobreviventes das brigas políticas que dividiram o país, os mesmos familiares e amigos. Uma pena! O Brasil ia tão bem... Era praticamente o único país do mundo que, apesar de tudo, caminhava para um porto seguro.

Natal verde

Esperamos, sem discórdia, que a roupa do Papai Noel rime com o verde da árvore de Natal, cheia de bolas amarelas e azuis, e estrelas douradas e prateadas. Esperamos ter uns 22 motivos para festejar com muita alegria, otimismo e liberdade. E que estas sensações e sentimentos sejam tão vastos e poderosos, para durarem muito tempo, pelo menos mais quatro anos do mesmo.

Tempo da perdição

O que vocês pensam sobre a intervenção estética, pouco invasiva, como “fonte da juventude”? Polêmica e complexa concordam? Temos das mais radicais às mais suaves. Temos equilíbrio e exageros perigosos, equivalentes à “anorexia”. Conhecem o famoso e perigoso – se exagerado - ácido hialurônico, para preencher  linhas de expressão e hidratar a pele?  Um mercado em alta que envolve cursos de procedimentos não só para dermatologistas. Como o HOF.

Templo da perdição

A “Harmonização Orofacial”, conhecida pela sigla HOF, é “instrumento, arma” de dentistas; biomédicos, farmacêuticos e enfermeiros estetas. O objetivo é harmonizar o rosto em busca de equilíbrio, saúde e melhora da autoestima do paciente. O mercado da estética, sem dúvida, é o que mais evoluiu nos últimos anos, afinal, cada vez mais as pessoas se preocupam em cuidar de sua aparência e bem-estar.

Ludmilla Rabelo, que não precisa de intervenção estética. Foto: Edy Fernandes

Templo do tempo

Esta busca gerou um aumento no número de atendimentos e na necessidade de evolução dos profissionais, médicos e não médicos. Como nos confidenciou uma leitora: “não há mulher que não utilize hoje o inofensivo botox. Umas ficam parecendo o ‘Fofão’ por conta do excesso. Outras ganham um “bico de pato”, preenchendo os lábios para ficarem mais pontudos. Imagina beijar... Tira a sensibilidade. Sem falar dos seios com suas próteses e preenchimentos”. Periguetes da terceira idade.

Tempo e dinheiro

Interessante ressaltar que médicos e demais profissionais em outras áreas marcham para o mesmo lucrativo segmento, o da “fogueira das vaidades”. Em outras palavras, a harmonização facial. Isso, enfatizamos, em detrimento de sua formação acadêmica, que não é tão rentável como esta, cada vez mais “na moda”. Nada contra! Com exceção dos dermatologistas de olho na “invasão de suas praias”.

Tempo e limites

Outro detalhe importante. Muitos cursos são distintos, dependendo de quem os profere e/ou até em faculdades específicas. A tendência envolve ainda faculdades que usam cadáveres importados. Isso, devido às restrições da legislação brasileira. O que fica depois de todo este painel? Que todo cuidado é pouco e que bom senso nunca é demais. Seria mais fácil usar as técnicas para suavizar, não para transformar. Envelhecer com dignidade faz parte da vida, assim como a outra certeza, “a indesejada das gentes”.

Richardeny Lemke, que não precisa de cirurgia, nem de intervenção. Foto: Edy Fernandes

Lança Perfume

*Com a palavra, Dr. Josué Montedonio Nascimento, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e sócio na Clínica AudiMontedonio, em Santos, São Paulo.

“A cada ano cresce a procura por cirurgias e procedimentos estéticos no Brasil”. 

“De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em 2021, o país realizou, em torno de 1,5 milhões de intervenções”.

 “É um ciclo, se a Kim Kardashian aparecer fazendo um procedimento, a procura aumenta até chegar ao Brasil, onde outros influenciadores farão e a partir disso a procura aumenta expressivamente”.

“Os carros chefes da cirurgia plástica no Brasil são a lipoaspiração (em suas variações), a mamoplastia e a cirurgia de abdome”.

“A mamoplastia é uma das mais procuradas em suas múltiplas facetas, como a de aumento, de redução ou até para levantar”.

“A cirurgia de abdome para contorno e definição teve um aumento expressivo, principalmente nos últimos anos”.

“Aumentam também as cirurgias faciais. A pandemia e as atividades de ‘home office’ incentivaram esse cenário”.

 “As pessoas passaram a se olhar com mais frequência e a enxergar detalhes que antes passavam despercebidos”.

“Não é saudável buscar uma mudança estética baseando-se no comportamento alheio”.

“O desejo deve ser interno e o principal ponto a observar é se o desejo de mudança já existia antes de qualquer influência externa”.