Dolce Vita | sábado, 19 de março de 2022
Na Dolce Vita do Belvedere, Vila da Serra, Seis Pistas, as doces e poderosas Ana Pimenta, Ana Paula Rohlfs e Flávia Bilac. Foto: Arquivo Pessoal
Rasgando dinheiro
Desabafo do jornalista Sérgio Augusto Carvalho, com o qual fazemos coro. “Turismo em Minas é assunto sério! Muito pouco valorizado pelos governos ao longo dos tempos. Fui a Monte Verde, há uns 10 anos, pra nunca mais voltar! Estrada esburacada, desleixo com as informações e preços exorbitantes, em alguns restaurantes vazios, eram péssimos sintomas!”.
Rasgando Turismo
“Por que não existe bela estrada no Sul de Minas (fronteira com SP) ligando a Zona da Mata e Campo das Vertentes, expondo as maravilhas (especialmente os queijos) da região (geográficas, culinárias e históricas)? A Toscana mineira, não tem Turismo. Ibitipoca, Serra da Canastra, Caparaó, Cipó. Nenhuma estrutura e muito menos infraestrutura!”.
Rasgando Economia
“Mesmo com zero apoio ao Turismo nas regiões, Minas ainda tem três referências no ‘Traveller Review Awards’. Imagine se dessem um empurrão. Nós viajamos. O que vemos lá fora é o que temos aqui (no quesito idade), só que muito mal cuidado!”. Na esteira de um Sérgio Augusto ‘louco com carradas de razão’, passemos à outra variação lúcida e sensata sobre o mesmo tema”.
Rasgando Cultura
Há uma semana, no Meat&Co, falamos com um grande empresário de Belo Horizonte, que viaja muito pelo mundo; Marco Tulio Teixeira, do grupo Roma Fiat e Presidente da Confederação Sul Americana de Voleibol. A reflexão de Marco foi música para nossos ouvidos e retinas fatigados. Ele falou o que repetimos aqui, cansativamente, há anos, sobre a mesma BH, vítima de uma maldição, um eterno marasmo.
Rasgando oportunidades
Passam anos e mandatos; governadores e prefeitos de todos os matizes, e nossa paisagem urbana continua a mesma: sem novo, sem novidades, sem grandes obras e/ou monumentos, sem alma, sem charme, sem um diferencial, uma marca registrada; em suma, sem atrações turísticas. É vergonhoso termos, como único e eterno cartão postal, a “Igrejinha da Pampulha” ou o complexo da mesma Pampulha, com acesso e acervo que transformariam Buda em “serial killer”.
Rasgando o futuro
Em vez de um rio, com um lindo nome, como Sena ou Tâmisa, temos um ribeirão Arrudas, esgoto a céu aberto, vulcão de enchentes, com margens de concreto e mato. É de fazer Deus perder a fé. Não temos praia como o Rio de Janeiro, nem a pujança de São Paulo. Mas poderíamos ter monumentos, esculturas de verdade. Vejam, por exemplo, a estátua assustadora de Tiradentes, na Afonso Pena! O pedestal brega é mais alto que nosso único herói nacional!
Mais uma testemunha ocular das boas coisas da vida, Maitê Leite. Foto: Arquivo Pessoal
Lança Perfume
*Temos, “Aleijadinhos riscados” em Congonhas, mas nem isso em Belo Horizonte, onde caberiam várias esculturas do mestre Amílcar de Castro.
BH precisa de um corredor de arte que saísse, no mínimo, da Savassi, até o centro, aproveitando as desperdiçadas Praça da Liberdade e Praça da Estação.
A Praça da Liberdade ainda é linda, com seus palácios subutilizados, mas para que serve a da Estação? Para manifestações que só deixam sujeira no dia seguinte.
E nosso obelisco, na Praça Sete, rebaixado a “Pirulito”? Que estrangeiro ou brasileiro viria a BH, apenas por sua “hospitalidade” e “comida mineira” que existem no Brasil inteiro?
Assassinaram as árvores da mesma Afonso Pena, que agora é careca, com os poucos prédios históricos, deformados, repletos de “dentaduras de alumínio” e um comércio de sexta categoria.
Cadê a Cidade Jardim? Uma Torre Eiffel, um Coliseu, Estátua da Liberdade, um Cristo Redentor? Por que tanta mediocridade e pobreza arquitetônica?
BH, no mundo, é apenas a cidade da surra de 7X1 para a Alemanha, na Copa de 2014.
BH, “roça iluminada”, é apenas a cidade dormitório para Inhotim e Ouro Preto. Uma só Tiradentes não faz verão.
E dão tchau às águas de março e boas vindas às cores de abril, Silva Ribeiro. Foto: Arquivo Pessoal
Por que Barbacen Campos do Jordão?
E a Savassi?
E a inútil Cidade Administrativa?
E a “linda” Feira Hippie, sempre na “ucraniana” Afonso Pena, sem hippies, sem arte, sem cultura? É opção de Turismo?
Por que BH fica vazia em todos os feriados?
Cadê o novo JK e o novo Oscar Niemeyer?
Ah! Não tem dinheiro? PPP: Parcerias Público Privadas!
Por isso o centro da cidade, que em qualquer lugar do mundo, seria a região mais valorizada e atraente, é um lixão de dar medo à noite e nos fins de semana.
Por isso grandes construtoras abandonam o Centro e a zona norte, que já têm toda infraestrutura, para incharem a cidade com milhares de novos prédios e trânsito caótico, grudando BH a Nova Lima.
Se nossos mineiros não fazem o dever de casa, coloquemos um europeu culto e inteligente no governo!