Dolce Vita | sábado, 18 de junho de 2022

Por falar em natureza perfeita, Luciana Castro. Foto: Edy Fernandes

Sede de louras

A Bélgica, se não for a principal, é uma das maiores produtoras de cerveja do mundo, principalmente em garrafas de vidro. Garrafas que, exportadas, não voltam para a Bélgica e vão parar em lixões ou são pouco recicladas mundo afora. Esta semana, por causa das crises gerais, principalmente a energética, já falta vidro nas grandes cervejarias belgas. Alumínio para as latinhas também.

Sede de verão

O resultado é produção menor e preços maiores para os milhões de consumidores. E isso, às vésperas de um verão que promete ser infernal. Segunda-feira, a Espanha já estava “derretendo” de calor, dois dias antes da mesma coisa na França. Num efeito “se não tem pão, come-se brioche”, alguém poderia propor o plástico. Não dá! Cerveja é em garrafa de vidro ou lata de alumínio.

Sede de vidro

A penúria de vidro e alumínio é uma boa introdução para a notícia a seguir: “’Imagine um mundo sem plástico’: esse foi o convite da cerveja Corona no dia 8, Dia Mundial dos Oceanos. A cerveja segue agindo pela proteção dos mares e praias do mundo contra a poluição – especialmente aquela gerada pelo plástico”.

Sede de reciclar

Será que a Corona seria tão boazinha com mares e praias se usasse plástico? Bom, para levar essa mensagem adiante, a cerveja da Ambev criou uma intervenção artística na praia de São Conrado, Rio de Janeiro, escrevendo “Imagine um mundo sem plástico” em letras gigantes, com 400 quilos de plástico recolhidos durante limpezas de praia na cidade.

Sede de viver

A intervenção foi do artista e designer de “Upcycling” Davi Rezende, que trabalha com projetos voltados à ressignificação do lixo. Por meio dessa “imagem impactante”, Corona convoca a sociedade a direcionar sua atenção ao problema e seu impacto na natureza. Pelo lado global, Alemanha, Itália, Chile, República Dominicana e Porto Rico também criaram a ação localmente.

Sede de sobreviver

Em tempo e para outros nobres fins. “Upcycling” propõe o reaproveitamento de objetos, com criatividade e respeito ao meio ambiente. Não é uma prática nova e, inclusive, é muito comum em tempos economicamente incertos. Ganha novo fôlego, graças às técnicas sustentáveis e à “pegada ambientalmente correta” que promove: dar um novo propósito a materiais que seriam descartados, com qualidade igual ou até melhor que a do produto original.

Por falar em belezas da natureza, Patrícia Beaumord. Foto: Edy Fernandes

Lança Perfume

*O mundo não tem lata de lixo, concordam? O que vocês acham que vai para o lixo, apenas sai das nossas casas para a vizinhança, nossa vizinhança.

Por exemplo, alguns países europeus pagam para descartar lixo na África!

E os países africanos, pobres, aceitam porque, em escala infinitamente maior, são catadores de latinha como os que temos no Brasil.

Por isso o Brasil é campeão mundial em reciclagem de alumínio. Tomara que o plástico, aqui e no mundo, conheça o mesmo destino.

O plástico que, durante a pandemia, passou de vilão a herói porque é mais higiênico e descartável, mas poluente. Círculo literalmente vicioso.

Gostaram da ideia? Do “Upcycling” que pode ser nosso, de e em cada dia? Pegamos mais detalhes na página do site www.ecycle.com.br – “sua pegada mais leve”.

Vale a pena consultar e descobrir onde descartar, com consciência, seus milhões de resíduos diários.

Voltemos ao termo “Upcycling”, cunhado pelo ambientalista alemão Reine Pilz, em 1994.

Por falar em bonita por natureza, Verônica Nunes. Foto: Edy Fernandes

Em 2002, popularizou-se com o livro “Cradle to cradle: criar e reciclar ilimitadamente”, do arquiteto americano William McDonough, em parceria com o químico Michael Braungart.

O conceito vem se propagando e conquistando diferentes modelos de negócios, que procuram cada vez mais otimizar o ciclo de vida de seus produtos.

E, ao mesmo tempo, adotar hábitos mais sustentáveis de produção. Assim, criam novos produtos a partir da reutilização.

A prática do “Upcycling” reduz a quantidade de resíduos produzidos que passariam anos em lixões e aterros sanitários.

Além disso, diminui a necessidade de exploração de matéria-prima para a geração de novos produtos.

No caso do plástico, isso significa menos petróleo explorado; menos árvores derrubadas, no caso da madeira; e, no caso do metal, menos mineração.

O “Upcycling” também envolve uma economia significativa de água e energia, usadas tanto na exploração dos recursos naturais como, em menor escala, na reciclagem.

A prática do “Upcycling” é um dos grandes exemplos da economia circular, que propõe que os resíduos sirvam de insumo para a produção de novos produtos.

Reciclar é uma arte e mais, o melhor de tudo! Em mãos criativas, vira arte de luxo.