Dolce Vita | sábado, 15 de setembro de 2018
Emprestando sua beleza para a coluna, a proprietária da Dress and Fun, loja especializada em aluguel de vestidos, Graziela Bicalho, com a modelo Anna Nunes
Foto: Weber Pádua
Ultrabobos
Escreveu o economista, administrador, consultor, professor e escritor Daniel Scott: “Por que os ‘ultrajovens’ ainda vão destruir o país?”. Scott havia lido matéria da revista “Época” que tinha viralizado nas redes sociais. Para ele, o artigo “não foi à altura”, mas trazia pontos interessantes para reflexões.
Ultrainúteis
Enquanto países desenvolvidos focam em inteligência artificial, “machine learning, big data” e outros assuntos pertinentes, por aqui nossos jovens estão presos em discussões que não têm relevância econômica alguma.
Ultraanalfabetos
Relevância zero como identidade de gênero ou se mulher branca com turbante é apropriação cultural. Discussões consideráveis, mas que não ajudam a desenvolver um país onde 70% da população é analfabeta funcional. Resultado: nossos jovens crescem acreditando que salário é uma benevolência e não uma função da produtividade e da sua disposição de assumir riscos.
Ultraatrasados
Acreditam que não conseguem consumir porque as empresas não querem dar remunerações altas, quando a realidade é que nossos jovens são menos capacitados que ratos de laboratório. Vejam os cursos universitários mais concorridos nos EUA, Europa e no Brasil. Lá, engenharia, business management ou tecnologia. Aqui, cursos de humanas.
Ultraescravos
O sujeito que sai do ensino médio sem saber tabuada nem interpretar um artigo acadêmico só pode mesmo querer Ciências Sociais ou Pedagogia na “Uniskina” que prolifera e grassa o país. Não que não sejam profissões dignas, mas não geram valor econômico. Sobretudo por estarmos já saturados de profissionais desse mesmo perfil. E esses vão ensinar mais jovens nessas profissões e perpetuar o ciclo. Enfim, o Brasil não produz tecnologia, mas está repleto de sociólogos e pedagogos.
Ultraidiotas
Para entender a idiotização dessa geração, basta ver o vídeo que, recentemente, viralizou entre esses ultrajovens abastados. Intitulado “Quanto custa o outfit”, o vídeo entrevista jovens que falam sobre o valor das suas peças de vestuário. Cintos “de cinema” e relógios que valem mais que um carro. Adolescentes glorificam a ostentação, sem capital cultural compatível. Jovens que não sabem conjugar o verbo “variar”, mas usam pulseiras de R$ 4 mil reais.
Ultradesperdício
Enquanto isso, nossos melhores engenheiros, administradores e profissionais de tecnologia fogem. Todos os dias, perdemos milhares dos nossos “cérebros”. O tempo de um aluno é limitado. Quanto mais horas ele passa aprendendo sobre diversidade cultural, menos horas ele passa aprendendo sobre matemática, literatura, física, etc.
Ultraperigosos
Como consequência, quando chegam ao mercado de trabalho, descobrem que o resto do mundo está nem aí para dois maiores produtos brasileiros: Facebook e vídeos motivacionais. Ninguém lá fora quer debater se devemos usar “x” no final de palavras com dois gêneros, muito menos em acampar no frio para apoiar criminosos condenados.
Ultraultrapassados
Lá, na civilização, as pessoas só pensam em uma coisa: produzir. Produção gera riqueza, gera igualdade, reduz a violência e, em última instância, traz mais diversidade social do que de fato ensinar diversidade nas escolas. Já por aqui, a nova geração estará preocupada em tirar “selfies” e engajar em lutas contra os canudinhos, enquanto espera que políticos populistas a sustente por toda vida.
A executiva Jaqueline Assumpção, fazendo e acontecendo na Líder Aviação
Foto: Paulo Navarro/PNC
Lança-Perfume
* Hoje, sábado (15), das 10h às 19h, a Praça da Assembleia será palco da última edição do ano do Festival Meu Vizinho Pardini.
Projeto que convida famílias e seus vizinhos para um dia de cultura, gastronomia, lazer e gentileza urbana. No palco, teatro infantil, circo e um mix de gêneros musicais – chorinho, pop rock, samba e MPB.
Destaque para o cantor e compositor Arnaldo Antunes, que apresenta seu novo show “RSTUVXZ TRIO”. A entrada é franca.
* Poção mágica transformando o desejo por um mundo mais sustentável. É a receita de Graziela Bicalho, que abre, dia 17, a Dress and Fun, loja de aluguel de vestidos no BH2 Mall.
Inteligente, Graziela sempre questionou o desperdício, “a velocidade das mudanças no universo da moda e a facilidade com que peças em perfeito estado são descartadas pelo simples fato de serem coleções anteriores”.
“A propriedade está se tornando mais irrelevante que nunca. Observamos a velocidade com que aderimos a Uber, Spotify, AirBnb. A Dress and Fun busca fazer com que o produto, no caso o vestido, circule e seja utilizado no seu mais alto grau de utilidade”.