Dolce Vita | sábado, 14 de janeiro de 2023

Coisa mais linda e cheia de graça, Alessandra Mattar. Foto: Edy Fernandes

Paraíso infernal

Felizes os que têm férias, este artigo de luxo, e podem cuidar da saúde mental e física, viajando. Mais felizes ainda são aqueles que conseguem escapar da convulsão social que grassa o Brasil. Para o resto dos mortais, restam as orações e conjugar Dante Alighieri (1265-1321), na porta do Inferno, em “A Divina Comédia”: Vós que entrais, abandonai toda a esperança. 

Paraíso fluminense

Lembrem que a esperança era a última que morre e sua Missa de Sétimo Dia está próxima. Depois desta introdução, saibam que o titular da coluna está com o filho, João Paulo, em férias num paraíso, Mangaratiba, Rio de Janeiro. E é de lá que ele manda notícias: “Além das chuvas, o Club Med Rio das Pedras abriga, neste início de ano, uma gigantesca caravana de argentinos em família”.

Paraíso verde

Pausa para nossos comerciais e para vocês terem uma ideia do que estamos falando. “Surpreenda-se com a beleza natural do Club Med Rio das Pedras. Localizado no coração da Mata Atlântica, entre o verde exuberante da floresta e uma praia de areia dourada, este resort é refúgio perfeito para você relaxar e se divertir”.

Coisa mais bonita e cheia de graça, Barbara Araújo. Foto: Edy Fernandes

Paraíso azul

Continua a apresentação do próprio resort: “As paisagens inspiradoras da Costa Verde fluminense são perfeitas para praticar os esportes favoritos. No mar, as emoções do esqui aquático e do ‘wakeboard’. Já em terra firme, as quadras de tênis, o tiro com arco e o vôlei de praia. Excursões do Club Med para conhecer alguns lugares próximos ao resort”.

Paraíso múltiplo

Quais? Outros paraísos, “como Ilha Grande, em Angra dos Reis e os famosos pontos turísticos do Rio de Janeiro. Para mais privacidade e um toque extra de sofisticação, o La Réserve, o Espaço Exclusive Collection dentro do resort. Ideal para quem quer privacidade, serviços personalizados e conforto premium com o espírito acolhedor e amigável do Club Med”.

Paraíso seleto

Continua o titular. Além dos argentinos, “minguados franceses e gatos pingados cariocas. De novo, a ocupação do exclusivo La Réserve, área restrita para abonados que pagam alto. Incluindo restaurante ‘à la carte’ e o uso ilimitado do belíssimo complexo no pé da Serra do Mar”. 

Paraíso molhado

“Quer chova ou faça sol, cerca de 700 servidores atendem a multidão de hóspedes que se espalham em suas opções de esporte e lazer nas quadras de tênis, ‘foot’ vôlei, vôlei e futebol, com direito à ‘Escolinha do Zico’. Para crianças mais jovens, o que não falta é espaço exclusivo. Tudo envolto à natureza exuberante. Só faltou o sol para coroar este éden”.

No Club Med Rio das Pedras, João Paulo Wiegratz Navarro com o ídolo e sempre craque, Zico. Foto: Arquivo Pessoal

Lança Perfume

*Mais detalhes sobre os argentinos que, mesmo oriundos da eterna crise e terra arrasada, lotaram os estádios na Copa do Mundo do Catar. 

Estranho ou não? Estranho ou confirmação de que ricos são eternos. O povo pode estar na lama, mas a elite, jamais.

E lá estão eles, exibindo o último motivo de orgulho, as camisetas da seleção, com a grife “Messi”.

Serviço e atendimento Nota 10, emprego para muita gente da região. Centro de convenções muito bacana.

Por que Rio das Pedras? Porque são pedras gigantescas brotando do e no mar, nos rios e aguapés que adentram a Mata Atlântica.

Uma maravilha, que seria uma Angra dos Reis, com sol e mil estruturas que as chuvas não conseguem estragar.

Difícil a interação entre os hóspedes. Os estrangeiros não são lá muito “comunicativos” e os brasileiros são jovens casais com filhos pequenos.

No mais, não é de hoje que acusamos, em BH, o risco de trafegar em vias urbanas sem faixa de sinalização.

Porque a ausência das mesmas exige mais do que atenção dobrada com o motorista tendo que dirigir para ele e para os outros.

Um absurdo o contribuinte não contar com sinalização urbana e em rodovias.

Transpondo essa colocação para grandes resorts, mesma coisa para os bufês, durante refeições que atendem até 500 pessoas.

Um caos! Parece trânsito de formigas; tráfego em metrópoles da Índia!

Na ânsia desesperada para saciar a fome com a vontade de comer, as pessoas transitam maquinal e automaticamente, como linha de montagem.

Elas atropelam quem estiver pelo caminho, provando e comprovando que “gente fina é a mesma coisa”.

Neste contexto, trombadas entre esfomeados com suas guloseimas pelos corredores de travessas.

Paciência zero para com o outro. Uma falta de educação generalizada.

Isso, quando as filas não são promovidas por crianças enlouquecidas.

Haja paciência para quem não mais a tem! Todavia, melhor que tomar chuva em BH ou pior, em Brasília, até o final dos tempos.