Dolce Vita | sábado, 12 de novembro de 2022
No tema da coluna de hoje, esperando que Ana Paula Tavares nunca perca o seu vestido amarelo, numa mala, em Lisboa. Foto: Edy Fernandes
Preâmbulo sem alça
Entre as coisas mais desagradáveis da vida moderna está o azar de perder malas, principalmente em voos internacionais. Você chega em “outro mundo”, quase “nu”. Está no site “BrasilTuris”, entre outros: “O relatório Sita Baggage IT Insights 2022 apontou que, com o aumento nos voos de longo curso com conexões em 2021, a taxa de malas atrasadas na transferência de voos aumentou para 41% globalmente, um salto de quatro pontos percentuais em relação a 2020”.
Nível sem alça
“A taxa de manuseio incorreto em nível global nas rotas internacionais é de 8,7 malas a cada mil passageiros (cerca de 4,7 vezes maior em comparação com as rotas domésticas), enquanto apenas 1,85 para rotas domésticas. Malas atrasadas representaram 71% de todas as malas extraviadas em 2021, alta de dois pontos percentuais em relação ao ano anterior”.
Mundo sem alça
“O número de malas perdidas e roubadas aumentou para 6%. A Sita explicou que os cortes em companhias aéreas, aeroportos e manuseio em terra, durante a pandemia, afetou recursos e conhecimentos dedicados ao gerenciamento de bagagens. A taxa pode ‘continuar a aumentar e se tornar muito mais alta do que era antes da pandemia’ caso esse problema não seja corrigido”. Pelo jeito, não foi.
No mesmo clima, Oxalá Alyne de Matteo Vaz e Magda Carvalho comprem, em breve, um GPS de malas, em caso de viagem a Milão, via Lisboa. Foto: Edy Fernandes
Alça fúnebre
O tema de hoje, infelizmente, surgiu, semana passada, durante o velório do amigo e ex-deputado estadual, Marcos Tito, no Salão Nobre da Assembleia Legislativa. Ao adentrarmos, encontramos, em civilizado colóquio, a escritora e presidente da Sempre Editora (jornal O TEMPO), Laura Medioli e o advogado, Décio Freire. Como o devido respeito, velórios também são encontros sociais. Daí, nossa conversa.
Malas sem alça
Pelo menos quatro pessoas cumprimentaram Laura pela crônica, “Sua mala sumiu? A minha também!”. Não podemos publicar a íntegra porque a saga é enorme e tem até sequência, mas podemos publicar “The Best of” e este resumo como tira-gosto: “No aeroporto, saí em busca do hotel, de uma escova de dentes e de uma camiseta para dormir. (...) numa loja de suvenires, descobri umas camisetas infantis em que estava escrito 'I Love Milano'"
Sonhos sem alça
“Sabe aquelas coisas que planejamos nos mínimos detalhes? Pois é, era eu me organizando para o casamento de minha sobrinha na Toscana, Itália. Três dias de festas num antigo vinhedo/hotel com direito a passeios culturais e gastronômicos. Saí de BH via Lisboa, até Milão, onde meu cunhado me aguardava para irmos a Parma. Tudo certo, até ter um ‘porém’ no meio do caminho: cheguei a Milão, mas minha mala, não”.
Sem alça e sem lenço
“Pelo celular, verifiquei, pelo GPS de malas, que ela ainda se encontrava em Lisboa. Deve vir no próximo voo, pensei. Cansada, saí pelo Malpensa, o gigantesco aeroporto de Milão, buscando “Reclamações de malas extraviadas”. Encontrei-me com meu cunhado e contei da mala. Provavelmente ela chegaria no próximo voo. E não chegou. Nem no seguinte”.
Mara Pinheiro, cuidado com teu lindo vestido floral, em urnas e malas extraviadas. Foto: Edy Fernandes
Curtas & Finas
*Continua a epopéia em busca do tempo e das malas perdidas.
“Pelo GPS vi que minhas roupas, meu vestido floral, sandália, presentes para os cunhados, cremes, protetor solar, óculos etc. não saíram do lugar”.
“Voltei para o recinto das reclamações. Da fila se ouviam reclamações em todas as línguas, histórias de dar pena”.
“Liguei para o seguro que tinha feito antes de viajar. Um rapaz anotou tudo e disse que me reembolsariam as despesas de primeira necessidade se a mala não chegasse”.
“Já tarde, restava-me aguardar o voo da meia-noite. No aeroporto, saí em busca do hotel, de uma escova de dentes e de uma camiseta para dormir”.
“Às 21h fui para o hotel. Tarde da noite, resolvi me dar um prazer, comer um ravióli, regado a vinho tinto”.
“Exausta e meio tonta - de vinho ou de sono - verifiquei que minha mala ainda estava em Lisboa e não viria no voo da meia-noite”.
“E agora? Tenho de encontrar minha filha em Parma e seguirmos até a Toscana, onde será o casamento”.
“Se a mala não chegar, com que vestido eu vou? E sandália? E tudo mais?”
“Ergo a cabeça, ajeito meu cabelo espetado e decido ligar o f...! Sem dúvida, a atitude mais inteligente que encontrei para passar oito dias na Itália sem a minha mala”.
Ufa! Quem quiser saber o fim do filme de horror, basta procurar no site deste jornal: “Sua mala sumiu? A minha também!”.
Depois, “Sua mala sumiu? A minha também!” (Parte 2) e um bônus: “A saga de um perrengue chique”.
Isso é que é dar a outra face à TAP!