Dolce Vita | sábado, 11 de fevereiro de 2023

Dani Leal não é abelha, mas é Rainha. Foto: Edy Fernandes

Tiro no pé

Por ignorância, ganância e sobrevivência, o ser humano, todo dia, mata um pouco do Planeta Terra. Sem entrar na tão polêmica questão climática, com mil opiniões de um milhão de diferentes especialistas. Podemos ficar nas questões mais básicas que, de tão básicas e óbvias, parecem invisíveis, parecem não existir. A primeira delas é o lixo.

Tiro na perna

Todo mundo sabe que a Terra não tem lata de lixo. O que você joga fora, em casa, ou na rua, vai acabar entupindo bueiros ou criando montanhas de lixões que poluem terra, lençóis freáticos e causam inúmeras doenças, sem contar a poluição que volta para a agricultura, mata rios, lagos, mares e florestas que são as fontes da vida. Parece que o ser humano é idiota e é.

Tiro no fígado

A pesca predatória é outra praga. Por poucos peixes mais preciosos, estes navios gigantes, além de poluir o mar com seu óleo, lixo e descartes vários, arrancam, indiscriminadamente, com suas redes, toda a flora marinha, matando recifes, corais e boa parte da fauna e flora marinha. Isso sem contar toneladas de peixes recolhidos fora de hora, colocando-os diretamente na lista daqueles em extinção.

Tiro no peito

Os pobres destroem a natureza para sua sobrevivência, os ricos e suas mineradoras, suas mil e uma indústrias sem filtro, despejam nas águas e no ar todo tipo de veneno que, de infinitas formas, acabam voltando contra o próprio homem. Inteligente, não? As embalagens, principalmente o plástico e o isopor, são os grandes vilões e falar em reciclagem é pregar no deserto. 

Tiro na cabeça

Realmente as pessoas devem acreditar que o planeta tem uma caixa de lixo e este desaparece da terra como por milagre. Assim, deixando muitos outros problemas de lado, entremos no tema de hoje, as abelhas que, em várias partes do mundo, estão ameaçadas pela ação predatória do homem e seu “admirável mundo novo”. A seguir um texto muito bonitinho.

Com açúcar, mel e afeto, Magda Carvalho. Foto: Edy Fernandes

Tiro na abelha

“Abelhas da minha vida. Você sabia que uma das primeiras moedas do mundo tinha o símbolo de uma abelha? Você sabia que existem enzimas vivas no mel? Você sabia que em contato com uma colher de metal essas enzimas morrem?  A melhor forma de comer mel é com uma colher de pau, se não encontrar, use uma de plástico”.

Tiro na vida

“Você sabia que o mel contém uma substância que ajuda o cérebro a funcionar melhor? Você sabia que o mel é um dos raros alimentos na terra que é o único que pode sustentar a vida humana? Você sabia que as abelhas salvaram o povo da África da fome? Uma colher de sopa de mel é suficiente para sustentar a vida humana por 24 horas. Você sabia que o própolis produzido pelas abelhas é um dos mais poderosos antibióticos naturais?”.

Mais doce que uma colmeia, Raissa Michalsky. Foto: Edy Fernandes

Lança perfume

*O texto “bonitinho” continua: “Você sabia que o mel não tem prazo de validade?”

“Você sabia que os corpos dos grandes imperadores do mundo foram enterrados em caixões de ouro e depois cobertos com mel para evitar a putrefação?”.

“Você sabia que o termo "lua de mel" vem do fato de os noivos consumirem mel para fertilidade após o casamento?”

“Você sabia que uma abelha vive menos de 40 dias, visita pelo menos 1000 flores e produz menos de uma colher de chá de mel, mas para ela é uma vida inteira? Obrigado abelhas!”.

*Agora, trecho de um texto publicado em 2019, por Thiago Crepaldi, no portal de notícias da Universidade Federal de Uberlândia.

“Néctar e pólen, presentes nas plantas com flores e frutos, são ingredientes essenciais do café da manhã das abelhas”. Sem eles, sem abelhas.

Infelizmente, o que se tem acompanhado nas últimas décadas é o declínio de populações de abelhas. O sumiço das abelhas provavelmente está relacionado a múltiplos fatores.

“O desmatamento de áreas naturais e as queimadas, que resultam em menos flores. E, sem flores, as abelhas ficam sem o que comer”.

 “Uma frase atribuída ao cientista Albert Einstein previa que: “se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência”.

“Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais, não haverá raça humana”.

E Einstein pode ter tido razão. Das 141 espécies de plantas que utilizamos como alimentação, cerca de 60% (85 espécies) dependem, em certa medida, das abelhas para serem produzidas.

No mundo, esse valor chega a 75%, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

As abelhas são as principais responsáveis pela polinização da maioria dos ecossistemas do planeta.

Tenham um bom dia, com mel.