Dolce Vita | sábado, 1 de abril de 2023

Dando mais espaço a este sábado, a beleza de Juliana Rios. Foto: Edy Fernandes

Mundo velho

Muita gente que viaja, com pouco dinheiro e fica em péssimos ou precários hotéis, dá uma de “Raposa e as uvas”: “Hotel é assim, só para dormir e tomar banho. Não vim aqui pra ficar preso dentro de um quarto, quero é andar o dia inteiro e conhecer a cidade”. Tem gente que faz o contrário, sai do Brasil para “dormir em dólar ou euro”, quer mais é aproveitar todas as facilidades, luxos e serviços de um ótimo hotel ao máximo, descansar, com muita mordomia. De vez em quando, sair para compras ou jantar em algum restaurante bem top.

Mundo novo

Numa matéria sobre os famosos hotéis cápsula, achamos o seguinte texto, muito interessante. “Quando você viaja, você busca conforto ou experiências novas? Felizmente, é possível unir os dois com os hotéis em cápsulas. Afinal, qual o motivo para você ficar em um hotel cinco estrelas, igual a vários outros que existem em todos os cantos do mundo, se pode ficar em um espacinho de luxo com cinco metros quadrados, por um preço mais em conta?”

Mundo ovo

“O conceito de hotel em cápsula nasceu no Japão e busca oferecer uma acomodação mais barata, mas com várias amenidades de um hotel comum. Está tudo lá: cama, geladeira, televisão e banheiro, mesmo que compartilhável”. E o texto dá exemplos destes quartos minúsculos, onde você já entra deitado, para dormir, como o de Anshin Oyado, Japão, claro.

Mundo mundial

“Praticamente ao lado da estação de metrô, em Tóquio, este hotel oferece cápsulas com ar condicionado, tablet, TV de tela plana e cama futon. Já na área compartilhável, os usuários podem utilizar a sauna, uma lavanderia, máquinas de comida e até fazer compras em algumas lojinhas”. Estes hotéis viraram moda, hábito, inclusive no Brasil, como o Siesta Box, dentro do aeroporto de Recife. As cabines são isoladas contra ruídos e possuem WiFi, TV a cabo, controle de temperatura e tomada universal.

Dando mais conforto e colírio aos olhos, neste sábado, Kátia Portilho. Foto: Edy Fernandes

Mundo vasto

Agora, o Sleepbox. Aqui não há espaço pra frescura, na verdade, quase não há espaço para o hóspede. O quarto oferece uma cama e só. Os banheiros? Do lado de fora e compartilháveis. Apesar disso, o hotel é bacana. Quer dormir lá? Ele está em Moscou. Agora, o Bloc. No aeroporto de Londres, este pequeno hotel oferece conforto o suficiente para hóspedes que procuram um lugar rápido para dormir. Ele oferece uma cama casal e banheiro, tudo que você precisa entre um voo e outro.

Vasto mundo

Aqui entre nós, viajar é uma das melhores coisas do mundo, com muito dinheiro e tempo, melhor ainda. (In)felizmente, viajar também é “nuvem passageira”, tudo que é bom acaba ou passa rápido. Quem quer, se diverte; dormindo numa “caixa”, num hotelzinho qualquer ou num “Palace” com são conhecidos os hotéis mais luxuosos de Paris e do mundo. Mas e quando a questão é morar, viver, num cubículo, tendência nas maiores cidades do mundo, como São Paulo?

Mundo estranho

No UOL, lemos esta novidade e moda: “Em 2016, as construtoras lançaram 461 unidades com dimensões de até 30 metros quadrados na capital paulista. Ano passado, o mercado imobiliário colocou 16.261 unidades à venda. Mais pessoas morando sozinhas, mudanças no modo de vida e alterações no Plano Diretor estão por trás desse crescimento vertiginoso”. Aluguéis e preços astronômicos do metro quadrado também, claro.

Dando mais charme e luxo ao sábado, Nathália Baptista. Foto: Edy Fernandes

Lança Perfume

*“O morador que compra um estúdio em São Paulo é o jovem adulto que deu os primeiros passos na carreira”.

“Ele usa aplicativos de celular para se locomover, passa muito tempo no trabalho e quase não come em casa, shows, festas, restaurantes e outros”. 

“As zonas oeste e sul abrigam juntas três a cada quatro microapartamentos colocados à venda (72,6%), entre os lançamentos do ano passado”. 

“O bairro Pinheiros está incluído. Também a Vila Madalena, bairro da moda e com infraestrutura de lazer para os jovens."

Enchendo o sábado de charme, a anfitriã do restaurante, Pobre Juan, Francielle Melles, modelo e apresentadora. Foto: Ton Nettos

“Viver num imóvel de até 30 metros quadrados, porém, significa abrir mão de facilidades, o que falta no apartamento é oferecido na estrutura do condomínio”.

“A ideia é colocar o que faz falta no apartamento na área comum do prédio: espaço gourmet, salão de festa, várias churrasqueiras, academia bem montada, fachada ativa com conveniência no térreo", diz. 

Admirável ou assustador novo mundo? E BH já está chegando lá ou já chegou e não sabemos?

Talvez ainda estejamos longe. Em Belo Horizonte, muita gente mora mal e longe, mas muitas pessoas vivem sozinhas, em casas e apartamentos gigantescos. “C’est La Vie”.