Dolce Vita | domingo, 9 de janeiro de 2022
A todos, um 2022 tão próspero e exuberante quanto Anaíne Pitchon. Foto: Edy Fernandes
Saudosa maloca
Com a palavra, as palavras do cantor e compositor brasiliense, Túlio Borges, em 2017, válidas para todos os futuros. “Apresentei-me na (extinta) Casa da Esquina - ponto de cultura na cidade de Limeira (SP) - mais cedo este ano. Adorei estar ali, casa de resistência que é, de atenção à comunidade, voltada para a educação, saúde e cultura e tocada por uma jovem com uma ideia na cabeça...”.
Saudosa gravação
“Cheguei lá tinha café passado, bolo com cobertura e chovia. Comíamos, conversávamos no sofá e me sentia em casa. No início do mês, Mariana (Bueno de Oliveira) me pediu que escrevesse algo para eles produzirem um pequeno vídeo de fim de ano. Com filho pequeno em casa, vinha enrolando até que o fiz no avião, voltando de uma gravação no Sr. Brasil da TV Cultura, apresentado pelo Rolando Boldrin”.
Saudosa Bahia
“Me inspirei no mote ‘o futuro passou ontem lá em casa’, de Zeca Bahia. O som não é dos melhores pois gravei no celular, em casa correndo enquanto o Nino ameaçava chorar... Feliz 2018!”. Então, quatro anos depois, feliz 2022, com o texto de Túlio, que já nasceu clássico, logo, eterno, sem data de vencimento.
Saudosa época
“O ano que vem passou ontem lá em casa e disse que o futuro vai ser melhor. Disse que o presente é bom, que é também doído, que o passado pode ter sido ruim mas que também, certamente, foi bom. Que foi tudo uma mistura. Disse que o futuro assim exatamente o será, alternando as horas duras com as horas doces”.
Saudosa emoção
Alternando “os dias de subida pedra acima e os dias de descida e de sombra, de horas de alegria, de muitas horas de tédio - mas sempre um pouquinho mais de tédio do que de emoção. E tudo isso, de novo e pra sempre com a diferença de que, no futuro, nós mesmos seremos uma versão melhorada de nós mesmos. Os nossos defeitos sempre um pouquinho mais despiorados”.
Saudosa beleza
“O futuro disse ontem que ano que vem a vida virá com menos partículas de feiura porque a gente vai estar mais experiente. No futuro, a gente vai estar mais preparado para a beleza já bonita que existe. O ano que vem tomou um cafezinho com a gente, sentou no sofá, perguntou da família, ficou sabendo das notícias...”.
Saudoso presente
“Disse que é preciso prestar atenção no presente porque o presente é tudo o que a gente tem. Disse que o presente é o melhor presente que só ganha quem está vivo. Sentado num tamborete na varada, depois de um silêncio de tanto falar, disse para cuidarmos da casa porque a casa é uma das melhores coisas que temos”.
Saudoso passado
“Disse que devemos atenção ao jardim, rir na cozinha, enfeitar o quarto e se tomar muito banho bom no banheiro, consciente de que o chuveiro é o maior luxo do nosso tempo. Saiu lá de casa era boca da noite. Findou a visita ontem dizendo que a casa é pro nosso corpo o que o nosso corpo é pra nossa alma: reveladora de quem somos, de quem podemos ou de quem conseguimos ser”.
Saudoso futuro
“E que pra tudo tem uma esperança, ainda que a esperança seja fazer as pazes com tudo que a vida nos dá. De modo que o ano que vem saiu ontem lá de casa rindo, dizendo que o futuro está quase presente e que se deve conciliar com o passado. E que no fim do ano ele chega e que vai estar feliz de nos ver”.
Desejamos a todos um futuro cheio de charme como o de Fernanda Sperb. Foto: Edy Fernandes
Lança Perfume
*Agora um pouco de humor anônimo! Já aconteceu de você, ao olhar para uma pessoa da mesma idade, pensar: “eu não sou assim tão velho”?
Veja o que conta uma amiga: Estava sentada na sala de espera para a consulta com um novo dentista, quando observei o seu diploma na parede.
Li o seu nome e recordei de um moreno alto que tinha esse mesmo nome. Era da minha classe do colegial, uns 30 anos atrás e eu me perguntei:
"Seria o mesmo rapaz por quem eu tinha me apaixonado à época?"
Entrei na sala de atendimento e, imediatamente, afastei esse pensamento.
Esse homem grisalho, quase calvo, gordo, enrugado, era demasiadamente velho e desgastado pra ter sido o meu amor secreto.
Depois que ele examinou os meus dentes, perguntei se ele tinha estudado no Colégio Santa Cecília...
“Sim”, respondeu-me. “Quando se formou?” perguntei. “Em 1965. Por que esta pergunta?” “É que...bem...você era da minha classe”, exclamei.
E então o horrível, cretino, careca, barrigudo, flácido, infeliz, esclerosado, filho da mãe me perguntou: “A senhora era professora de quê?”.
*Voltemos e terminemos com a “sacada” de Roberto Pompeu de Toledo e a poesia de Carlos Drummond de Andrade.
Neste novo ano, para todo mundo, a beleza e a delicadeza de Vanuza Martins. Foto: Edy Fernandes
Primeiro, Roberto.
"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial”.
“Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos”.
“Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante tudo vai ser diferente”.
Agora, Carlos.
“Para você, desejo o sonho realizado, o amor esperado, a esperança renovada.
“Para você, desejo todas as cores desta vida, todas as alegrias que puder sorrir, todas as músicas que puder emocionar”.
“Para você, neste novo ano, desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família seja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida”.
“Gostaria de lhe desejar tantas coisas... Mas nada seria suficiente... Então desejo apenas que você tenha muitos desejos, desejos grandes”.
“E que eles possam mover você a cada minuto ao rumo de sua felicidade." Feliz 2022.