Dolce Vita | domingo, 5 de abril de 2020
Fazendo e acontecendo, a bela Laura Franco
Foto: Edy Fernandes
Todo o glamour de Camila Alvarenga
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Kelly Zamboni liquidando charme e elegância
Foto: Edy Fernandes
E agora, Jair?
O presidente Jair Bolsonaro, enquanto líder, o Brasil e o mundo encontram-se “entre a cruz e a caldeirinha”. O que fazer, o que dizer? O que não dizer e não fazer? O “negócio da China” é fingir de morto ou vivo e esperar. Mas esperar o quê? O que será de nós, depois de tudo isso? Haverá um depois? Sim, mas qual? Vamos então vivendo, sobrevivendo e, aqui, relatando experiências, como esta de um leitor, empresário do ramo de restaurantes e médico: “Acredito que a pandemia está localmente muito bem controlada em nosso estado (Minas Gerais)”.
E agora, Minas?
“Aparentemente, a transmissão local no Rio de Janeiro e em São Paulo se iniciou muito antes do que se julgava. Já aqui o caso foi um pouco diferente. Vivemos um momento de grande medo e de dúvidas. Sou a favor da reabertura gradual de vários setores da economia. Todavia, acho que a reabertura precoce do nosso setor pode ser ainda mais catastrófica que a manutenção do fechamento por mais algumas semanas ou meses e explico o motivo”.
E agora, Brasil?
“Existe um pânico da população em se contaminar. Isso faz com que evitem locais de aglomeração. Até os hospitais têm ficado vazios. Por incrível que pareça, as pessoas, fora o coronavírus, estão adoecendo menos e certamente se acidentando menos. Raramente saem para supermercados e, quando o fazem, retiram as roupas e esterilizam tudo quando chegam em casa”.
E agora, planeta?
“Imaginem como ficariam os bares e restaurantes num momento como esse? Tenho certeza de que vazios, jogados às moscas. Sem contar com nosso público da “melhor idade”, que desapareceria por muito tempo, por estar verticalmente isolado. O número de óbitos em nosso estado é claramente subnotificado pela escassez de exames, não somente no setor público, mas nos hospitais privados também”.
E agora, nós?
“Hoje só faz exame quem paga caro. A reabertura da economia geraria uma segunda onda de contaminação ainda muito maior que a primeira, e acho que ninguém precisa de um segundo ‘lock down’. Assim, gostaria de pedir calma. A doença é muito grave, estamos fora do epicentro do país e muito bem controlados, e assim gostaria de permanecer. Vamos servir de exemplo”.
E agora, José?
“Uma vez que a infraestrutura hospitalar estiver readequada à situação, a quarentena tiver diminuído a transmissão e, principalmente, quando as pessoas perderem o pânico de frequentarem locais cheios de gente, reabrimos. A reabertura será difícil, lenta e cara em qualquer momento, mas acho que, se nos anteciparmos, muitos podem não aguentar operar. Ficarmos fechados é o melhor para os negócios e a saúde, no momento”.
Altamente contaminado
Tem muita piada, muita gozação sobre um tema importante. No meio de tanta especulação, brincadeiras e piadas sobre o tema, recebemos uma opinião séria sobre relacionamentos e quarentena. As relações entre duas pessoas são caminhos em constante mudança. Nos tempos que vivemos, a conjuntura obriga muitos casais a conviverem, a partilharem espaço de uma forma como já não faziam há muito tempo.
Lança-Perfume
* Continuamos o tema casais e relacionamentos em tempos de quarentena, com a visão de um filósofo e psicanalista luso brasileiro, Fabiano de Abreu.
A sociedade moderna levou-nos a ter dois casamentos, um com o parceiro e outro com o trabalho. Por norma, este último tem de quase todos mais empenho e atenção.
Segundo Fabiano de Abreu, a quarentena pode ser um momento ideal de pausa e avaliação.
“Nosso quotidiano atribulado torna-nos muitas vezes seres preguiçosos em relação a nós mesmos e com quem partilhamos a vida. Há uma preguiça instalada nas relações”.
“As pessoas não param para avaliar, para refletir no porquê de estar com aquela pessoa, se ela ainda nos supre ou simplesmente cedemos ao comodismo”.
Fabiano de Abreu alerta que não podemos nos entregar à conjuntura, não podemos confundir sentimento com estado emocional.
O fato de estarmos fechados, de aumentar o nosso nível de ansiedade e de dificuldades, a nível econômico, pode acionar em nós emoções não desejadas. Essas devem ser filtradas, ponderadas com calma.
“Este tipo de avaliação deve ser muito cauteloso. Temos que medir, compreender se realmente quem está ao nosso lado já não tem o mesmo impacto na nossa vida. Se realmente o sentimento findou e não tínhamos dado conta”.
“As pessoas muitas vezes ficam juntas por conforto e segurança, mas, em tempos de crise, podem acontecer rupturas definitivas. Por vezes o medo da solidão pode acabar”.
* Agora, não sejamos pessimistas! Tem o outro lado também. A quarentena – ou um convívio “forçado” – pode servir para unir ainda mais.
Já sabemos de casais que estão redescobrindo o casamento. Redescobrindo e recuperando relações e pequenos prazeres que andavam negligenciados pelo corre-corre do dia a dia.
Tem muita gente conversando mais, se amando mais. Muita gente valorizando o simples fato de, depois de anos, na varanda, na sacada, apreciar o pôr do sol de mãos dadas.
É o limão virando limonada, adoçada, não com açúcar, adoçante, mas com mel. Lua de mel.