Dolce Vita | domingo, 31 de março de 2019

Domingo é dia de gente bonita na coluna: Fernanda Hamacek, Manu Diniz, Erika Farah e Camila Fidelis

Foto: Barbara Dutra

Emprestando seu brilho e charme, a linda Chris Soares

Foto: Edy Fernandes

Rasgando dinheiro

Uma velha canção desta coluna, na sessão e seção “Já vimos este filme”. Desta feita, o tema apareceu na revista “Superinteressante”. “Por que ninguém viaja para o Brasil? Enquanto o turismo cresce no mundo, o Brasil inteiro recebe menos visitantes que Miami. Onde erramos?”. E não vale apelar para argentinos e uruguaios invadindo o verão de Búzios, Florianópolis ou Morro de São Paulo.

Rasgando o passado

“Tem gringo demais tirando férias aqui? Errado”. O homem viaja cada vez mais, mas... De acordo com o World Travel & Tourism Council (WTTC) de 2016, o turismo cresce há cinco anos consecutivos mais que a economia global, principalmente nos países em desenvolvimento. Mas o Brasil não está nesse bonde: estamos nos parcos cinco milhões de turistas internacionais, desde 1998.

Rasgando o presente

Não adianta culpar apenas a atual crise sem fim. Nosso Turismo está na lama há quase duas décadas. “Mesmo contando com mais praias do que uma família seria capaz de conhecer em cinco gerações e tendo tantas belezas naturais quanto Miami tem de brasileiro, o Brasil está nem entre os 40 mais visitados do mundo”. Repetimos: perdemos até para Miami, destino de mais de sete milhões de turistas/ano.

Rasgando o futuro

Mesmo o Coliseu, em Roma (com quatro milhões de visitantes anuais) recebe quase tanta gente quanto o Brasil todo. A Torre Eiffel, em Paris, sozinha, humilha o Brasil, com sete milhões de visitantes por ano. “‘Sim, mas se você mora na Europa é só pegar o carro para visitar o Coliseu. O Brasil não é tão acessível assim’, diria algum advogado do diabo de plantão. Mas não, excelência”.

Rasgando a sorte

A África do Sul, que não é exatamente o lugar mais acessível da Terra, tem 10 milhões de turistas. A Tailândia, 28 milhões. O México, que só fica perto mesmo dos EUA e do Canadá, 30 milhões. O vizinho Peru teve crescimento de 340% em turistas nos últimos 15 anos, saltou de 800 mil para 3,5 milhões, enquanto o Brasil, estagnado. No fim, seguimos com menos turistas que países como Tunísia e Bulgária. Doeu né? Mas por que esse disparate?

Rasgando a economia

O cenário é ainda pior. “O turismo é cada vez mais importante na economia global e no Brasil não é diferente. Só em 2015, o setor gerou mais de 2,6 milhões de empregos diretos por aqui. O Brasil aparece em décimo lugar no ranking do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), que compara a relevância do turismo no PIB dos países”.

Rasgando oportunidades

A questão é que 94% dessa participação vêm das viagens domésticas, nós mesmos curtindo o verão da Bahia e o inverno de Gramado. “Temos um turismo interno relativamente forte, mas nosso potencial internacional é um dos menos aproveitados do mundo”, diz Vinicius Lummertz, presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur).

Rasgando o mundo

“A Embratur foi criada em 1966 para cuidar de tudo que diz respeito a turismo no Brasil. Desde capacitação de pessoal a obras e divulgação. Com a implantação do Ministério do Turismo em 2003, ela passou a se dedicar exclusivamente à promoção do Brasil como destino no exterior. O órgão teve US$ 17 milhões para trabalhar em 2015 e conta com 13 escritórios no exterior”.

Rasgando o tempo

“Nossos vizinhos gastam bem mais: o Peru tem 38 escritórios no mundo. O México gasta US$ 50 milhões. E vão muito além de feiras: a PromPeru faz acordo com marcas para realizar ensaios de moda usando o país e chegou a fechar parceria com a Globo para que Machu Picchu aparecesse na novela ‘Amor à Vida’, de 2013”.

Lança-Perfume

* O drama continua: “O Brasil não tem nem filminhos promocionais passando nos aviões das companhias aéreas estrangeiras que operam por aqui”, diz Guilherme Paulus, sócio-fundador da agência de viagens CVC e membro do Conselho Nacional de Turismo do Governo Federal.

“Quem não aparece não é visto. A vinda de grandes eventos esportivos deveria turbinar o turismo, mas a Copa acabou tendo um efeito apenas pontual (um salto para 6,4 milhões de visitantes em 2014 – 30% mais do que a média)”.

“O Brasil não fez a lição de casa de comunicação e marketing e esperou que os jogos agissem por si só”.

“Para as Olimpíadas, a ação mais poderosa foi a isenção de visto para americanos, canadenses, australianos e japoneses, entre 1º de junho e 18 de setembro”.

“‘Desde os Jogos Pan-Americanos em 2007, o Brasil tem tido um alto grau de exposição, mas falta divulgação’, explica Ricardo Uvinha, professor do programa de pós-graduação em turismo da USP”.

“A imagem do Brasil no exterior acaba manchada pelo noticiário negativo: em vez de praias, cachoeiras ou cidades históricas, o que mais se vê lá fora sobre nós tem a ver com violência, crise econômica e desastres como o de Brumadinho”.

“No Foreign Travel Advice (‘conselhos para viagens ao exterior’), uma ferramenta online do governo britânico que analisa cada país em relação à segurança, o Brasil aparece com ‘alto nível de criminalidade’”.

Fora a menção a arrastões, assaltos com arma de fogo e roubos em caixas eletrônicos. São citadas também manifestações políticas violentas e risco de zika.

Pronto, é assim que se acaba com o turismo de um país; enorme e limpa fonte de recursos, verdadeira e eterna injeção na economia em qualquer país, mesmo aqueles que não têm nossos atrativos.

Isto sem falar que o Brasil chique, confortável, é caro para os brasileiros. E até mesmo para muitos estrangeiros.

Além da distância, os “gringos” só podem se locomover em aviões, com passagens caras. Não temos trens, nem ônibus confortáveis, metrô etc.

* Na última semana, a franqueada da Schutz em Belo Horizonte, Fernanda Borges Coelho recebeu amigos e clientes para o lançamento da coleção outono 2019 que contou com a presença de Alexandre Birman.

* Nosso amigo Paulo Henrique Pentagna Guimarães contrairá núpcias com a bela Camila Chiari, em maio, na cidade de Nova Lima.