Dolce Vita | domingo, 27 de junho de 2021

Cheia de charme, a Garota do Belvedere, Adriana Queiroz,  em sua caminhada matinal. Foto: Arquivo Pessoal

Paraísos artificiais

Hoje, sem fazer apologia, trataremos de um tema ilegal, mas muito real e habitual, a venda e consumo de drogas ilícitas. O assunto surgiu, de brincadeira, depois de “umas e outras”, num churrasco de domingo. Uma amiga mais exaltada, brincou dizendo que, se faltasse carne, não haveria problema porque, hoje, no mundo, existe “delivery” para tudo, até para drogas.

Paraísos em casa

Ora bolas! Até aí, novidade nenhuma. Há muitos anos, incluindo Belo Horizonte, temendo “subir morro” e descer com a polícia, usuários ligam para seus devidos fornecedores, que entregam o “produto” em casa, como se fosse uma pizza, um remédio, etc. Isso, claro, muito antes da pandemia, da febre de “deliveries” e iFood que tomou conta das grandes cidades.

Paraísos por telefone

Como comida, comprar drogas pelo telefone e aplicativos é coisa mais velha que andar para frente e tomar banho nu. Na Europa, este tipo de serviço “essencial” já leva as autoridades à loucura. Claro, é muito consumidor e muito entregador, utilizando linguagem própria, vários pontos; técnicas apuradas de compra e venda. Por mais que sejam detectados e rastreados, o negócio é tão lucrativo, quanto criativo.

Paraísos em pizzas

O mesmo motoboy que entrega uma vulgar pizza, pode levar todo tipo de droga, nas mais diversas embalagens. Como evitar isso? Com blitz, parando e revistando cada canto da moto, da caixa e do motociclista? Aliado ao medo da polícia; confinamento, isolamento, distanciamento social, solidão, necessidade de fuga e depressão fizeram explodir este tipo de encomenda; como aumentou também o “delivery” de cigarros e bebidas alcóolicas. É a natureza humana abraçada à tecnologia.

Paraísos da arte

A vida imita a arte que imita a vida e vice versa. Na televisão, com suas infinitas séries e filmes, o tema também é este. E em nível muito maior. Além do usuário solitário, a internet e principalmente a Dark Web ou Dark Net são verdadeiras rotas secretas para o tráfico de drogas em largo alcance, quantidade e qualidade. Em um minuto, temos três bons exemplos tratando o assunto.

A esplendorosa Fabiana Árabe, pela estrada afora, caminhando e cantando sem precisar de lenço ou documento. Foto: Arquivo Pessoal

Paraísos de seda

O primeiro é o filme “Silk Road” (2021), no Amazon Prime Video. “Acompanhamos um filósofo na casa dos vinte e poucos anos. Insatisfeito com sua carreira, ele decide mudar radicalmente e cria o ‘Silk Road’, um site de vendas de drogas”. O filme só peca, só não explica, como nosso “herói”, sem final feliz, consegue tantas drogas, já que ele não as produzia, só vendia. Mas boa diversão.

Paraísos de carne

“McMafia” (2018), também no Amazon Prime Video, é uma série britânica e inspirada no livro ‘McMafia: A Journey Through the Global Criminal Underworld”, do jornalista Misha Glenny. A série relata a trajetória do filho britânico de um chefe da máfia russa, que vive em Londres, cujo pai está tentando escapar do mundo do crime organizado”.

Paraísos em pó

A filosofia do filme, como entrega o título, é vender drogas em redes como o McDonald’s. Curiosidade, o traficante mexicano é o brasileiro Caio Blat. De novo e como em “Silk Road”, vemos como a “Internet armou o crime organizado, onde ‘hackers’ e programadores substituem a violência e os riscos por técnicas sofisticadas de computação em seus atos ilícitos”. Sem violência, mais ou menos, ela está lá e não é pouca. 

Paraísos em telas

Por fim, outra variação sobre o mesmo tema; outra série, “Startup” (2016), na Netflix. “Para lavar dinheiro roubado, eles financiam uma criptomoeda e acabam envolvidos com um agente do FBI corrupto e uma gangue de Miami”. Gangue de traficantes de drogas, também usando a Dark Web para substituir a venda de drogas nas ruas, por soturnos e perigosos aplicativos. Roubo de senhas, códigos, drogas e fortunas com o clicar de simples teclas. E violência!

A frequentadora da “Praia Lagoa Seca”, Belvedere, a borbulhante Fabiana Ferrara. Foto: Arquivo Pessoal

Lança Perfume

*Que tal um tema mais leve para encerrarmos o domingo? Texto interessante que circula pelas famosas redes. “Professora de Português dando aula”.

“Vamos conversar com a tia. Não sou homofóbica, transfóbica, gordofóbica. Eu sou professora de português.

“Explicava um conceito de português e fui chamada de desrespeitosa por isso”.

“Explicava que não faz diferença nenhuma mudar a vogal temática de substantivos e adjetivos para ser ‘neutre’’.

Pausa para dizer que nada mais ridículo que alguém se despedir nas “lives”, com um abraço para todos, todas e “todis”. Ou seria “todes”?

“Em português, a vogal temática na maioria das vezes não define gênero. Gênero é definido pelo artigo que acompanha a palavra”. 

“Vou mostrar: o motorista. Termina em A e não é feminino. O poeta. Termina em A e não é feminino”.

“A ação, depressão, impressão, ficção. Todas as palavras que terminam em ‘ção’ são femininas, embora terminem com O”.

“Boa parte dos adjetivos pode ser masculina e feminina, independentemente da letra final: feliz, triste, alerta, inteligente, emocionante, livre, débil, especial, agradável, etc.”.

“Terminar uma palavra com E não faz com que ela seja neutra. A alface. Termina em E, e é feminino. O elefante. Termina em E, e é masculino”.

“Como o gênero em português é determinado mais pelos artigos que pelas vogais, quem quer uma língua neutra, precisa criar um artigo neutro, não encher um texto de X, @ e E”.

“Mesmo se fosse o caso, o português não aceita gênero neutro. Vocês teriam que mudar um idioma inteiro pra combater o ‘preconceito’”.

“Ao invés de insistir na coisa do gênero, entendam que gênero não existe, é uma coisa socialmente construída. O que existe é sexo”.

“Gênero linguístico, literário, musical, são coisas totalmente diferentes de ‘gênero’”.

“Não faz absolutamente diferença nenhuma mudar gêneros de palavras. Isso não torna o mundo mais acolhedor”.

“Vocês podiam tirar o dedo da tela e parar de falar abobrinha, e se engajar em algo que realmente fizesse a diferença ao invés de ficar arrumando pano para manga e discutir coisas sem sentido”.

“Tenham atitude! (Palavra que termina em E, e é feminina)”.

“E parem de ficar militando no sofá! (Palavra que termina em A e é masculina)”.

O texto muda de assunto, mas nem tanto, assim: “Quando um tipo de pessoa não gosta de armas, não as compra.
Quando outro tipo de pessoa não gosta de armas, quer proibi-las”.

Mas é melhor pararmos por aqui.

Porque “quando um tipo de pessoa lê este texto ri, concorda que infelizmente é uma realidade e até partilha”.

“Quando outro tipo de pessoa lê este texto, te insulta e te rotula de fascista”.