Dolce Vita | domingo, 27 de janeiro de 2019

O aniversariante João Paulo Navarro, ao lado da orgulhosa mamãe, Viviane Wiegratz

Foto: Paulo Navarro

Emprestando sua beleza para a coluna, a super Greyce Eias

Foto: Edy Fernandes

Sob o sol de Angra dos Reis, Jaqueline Assumpção, colorindo o verão

Foto: Paulo Navarro

Volta ao futuro

De novo: feliz ano novo e um 2019 completamente diferente de todos os seus antepassados. É aquela boa e velha história: o passado acabou, o futuro não existe, vivamos o presente. Tempos difíceis vivemos há anos. Tempos assassinos, não porque a gente mal nasce começa a morrer. O que nos mata, o que nos deixa doentes, o que nos frustra e desespera, não é o trabalho. É a falta dele.

Volta e revolta

É também a falta de justiça e gratidão. É a burrice, a agressividade, a brutalidade, o egoísmo. A falta de tolerância e de pensar no outro. É o estresse de todo dia, a palavra dada e não cumprida. A ausência da generosidade, amor, compaixão. O que nos enfraquece é o cotidiano chato e sem perspectivas. Como naquela música do Chico, “todo dia ela faz tudo sempre igual”. Então, vamos brincar de mudar esta praga, esta profecia maldita?

Revolta por cima

Que as escolas ensinem, sem doutrinas. Que o trânsito infernal seja promovido, pelo menos, a purgatório. Mais segurança, trabalho, saúde, transporte decente. Que os negócios e a economia voltem a funcionar. E não depois do Carnaval! Agora! Vamos tentar não fazer, mecanicamente, todo ano, sempre tudo igual? São novos tempos, novos governos. Sangue novo, gente nova, renovada, com ou sem férias. Todos lubrificando velhas engrenagens, trocando pilhas e baterias. Trabalho, saúde, ordem e progresso.

Volta por cima

Por falar em volta às aulas, façamos a redação típica: “Minhas Férias”. Passagem do ano no Rio de Janeiro e depois no Éden. A estadia dos “habitués” de Angra dos Reis não é mesma de antanho. Diferente das longas temporadas nos bons tempos da “Ilha de Caras”, com lanchas entrelaçadas na Praia do Dentista, drinques na Ilha do Arroz, renomados réveillons em ilhas paradisíacas, na baía da Ilha Grande e no Iate Clube de Santos, no Condomínio do Frade, a onda é outra. Ficou apenas a lembrança de quem reinava nos deques na enseada da Mombaça, como Roberto Marinho.

Volta sem volta

Regina Rique e Marco Antônio Almeida. Lucinha Araújo e Ayrton Senna, em Portogalo; Boni e Lu de Oliveira, na Fazendinha; em memoráveis churrascos. Sem esquecer o auge de Eike Batista e sua estonteante Luma de Oliveira; mineiros como Jonas Barcellos, Clemente Faria e José Afonso Assumpção, no Condomínio do Frade. “Bye-bye”, lanchas cruzando noite adentro à baía. Uma festa. Pioneiros longe de “auê”, mais intimistas, menos exibicionistas. Curtições ecológicas pelas 365 ilhas do paraíso fluminense. Novos empreendimentos, como o Fasano, no mesmo Frade, trazem gente inédita para a região.

Volta aérea

Novos mineiros também atracaram, sem, no entanto, a experiência e as histórias de quem fez e aconteceu no pedaço. Anotações inesquecíveis de anos dourados e findos. Por falar em hóspedes do paraíso, matéria na revista “Época” conta o que milionários têm em comum. O escritor Chris Hogan dedicou parte de sua vida ao tema, a estudar a rotina dessas pessoas. Descobriu que “milionários têm mais em comum do que sete dígitos na conta. Compartilham hábitos, rotinas e comportamentos. E não para por aí”.

Volta dourada

Hogan é o autor de “Everyday Millionaires: How Ordinary People Built Extraordinary Wealth – and How You Can Too”. As principais características dos ricos. Em sete meses estudou sobre mais de 10 mil milionários norte-americanos. “Quando você vê certas características trabalhando em sincronia, o sucesso faz sentido”. Mas, afinal o que os milionários têm em comum? Primeiro e principalmente: eles dependem de ninguém. “Sabem que o seu sucesso depende delas”.

Lança-Perfume

* Segundo: não gastam mais do que podem. “Vivem com menos do que poderiam”. Em seguida, milionários são planejados. “92% dos pesquisados sabia exatamente o que fazer com o dinheiro que tinham nos próximos anos”.

“E 97% definia metas para o percurso. O milionário se recusa a ser pego de surpresa. Por isso, também evita gastar com banalidades ou produtos desnecessários. O foco é sempre no longo prazo”.

A quarta é uma grande verdade: eles trabalham duro. “Milionários não se acomodam com o que têm. Chegaram lá pelo trabalho duro, em vez de grandes salários”.

Para terminar, consistência. “Você pode tomar as rédeas, definir metas, trabalhar duro e se planejar. Mas se não for uma pessoa consistente, dificilmente chegará lá”.

“Paciência e foco são a melhor maneira de criar esse tipo de cultura. Eles sabem, por experiência própria, que ninguém fica milionário da noite para o dia”.

Hogan estudou os ricos norte-americanos e esqueceu alguns detalhes como, por exemplo, o lado inteligente e filantrópico daqueles milionários.

Não raro, os milionários dos Estados Unidos, quando não têm descendentes – ou não gostam deles – doam em vida toda a fortuna à comunidade, à cidade, a museus, fundações.

Até quando ainda estão vivos ajudam, caso de Bill Gates, entre muitos outros.

No Brasil, claro, é o contrário. Literalmente, nem mortos são generosos, a começar por aqueles políticos que ficam milionários roubando “pensando no futuro dos filhos”, como Sérgio Cabral e mil colegas.

Os raros ricos brasileiros que investem em cultura, que dão um retorno à sociedade, uma forma de agradecimento à chance que tiveram, são ridicularizados por seus pares, como Bernardo Paz, em Inhotim.

Ricos no Brasil querem ficar mais ricos. E ficam. Eles ficam também reféns deles mesmos e do Brasil. Presos em condomínios e outras gaiolas de ouro.

Muitos são egoístas, avarentos e, claro, burros. Não sabem que o que dão volta para eles, espiritual e economicamente. Devem ter apenas o prazer mórbido de aplaudir a miséria, bem de longe.