Dolce Vita | domingo, 25 de outubro de 2020

Toda a exuberância e elegância de Adriana Queiroz

Foto: Edy Fernandes


Mais dois colírios para o domingo, Ka Arcanjo e Ana Magalhães

Foto: Edy Fernandes


Fechando com um belo estudo em vermelho, Raquel Mattar 

Foto: Edy Fernandes


Fair play peruano

Um turista japonês, de 26 anos, armou, se deu mal, mas no fim ganhou “O” presente. Ele chegou ao Peru, com um sonho, um tíquete para visitar umas das maiores atrações turísticas do mundo, a cidade histórica e mágica de Machu Pichu. Mas aí vieram a pandemia e todas as suas restrições jogando água do saquê do rapaz. No entanto, sensibilizadas pela história, as autoridades peruanas deram um exemplo de gentileza. Abriram a cidade, com exclusividade. O japonês, devidamente guiado, teve Machu Pichu só para ele. Parabéns!

 

Mulher maravilha

Além do japonês que se deu bem no confinamento peruano, a pandemia tem outras histórias edificantes. Por exemplo, na Birmânia, uma mulher de 100 anos contraiu o vírus da Covid-19 e sobreviveu, miraculosamente, sentindo nem o incômodo que uma “gripezinha” costuma causar. Segundo a “velhinha de ferro”, ela continuou se alimentando bem e normalmente. Outro antídoto da centenária é para poucos: a simpatia e o gosto pela vida. Ela sorri o tempo o todo. Este sim, o bom humor, é uma grande vacina.

 

Gentileza gera

Gentileza gera gentileza, solidariedade gera tudo de bom. Gera e devolve em dobro. Foi o que a jornalista francesa Julia Monfort descobriu, sem esperar nada em troca. Em 2017, leu um anúncio no Facebook sobre um jovem refugiado africano do Tchad. Em vez de medo, desconfiança ou, pior, indiferença, ela aceitou ajudar o jovem, hospedando-o durante algumas noites. Noites que acabaram se transformando em dois anos e meio.

Gera gentileza

Na sequência, relatando esta e outras experiências do tipo, Julia Monfort lançou uma série de vídeos, disponíveis no YouTube e um livro homônimo, “Cadernos de Solidariedade”. Em recente entrevista, divulgando o livro, Julia contou como um discurso de ódio pode anular ou inibir um ato solidário, pregando o medo e o egoísmo. Ela simplesmente abriu sua porta; construiu uma ponte e não um muro. Porta que, aberta, não se fecha mais.

Solidariedade gera

O jovem, Abdelhaq, como Julia descobriu mais tarde, fugiu da guerra contra a Líbia, com uma foto do avô que, anos antes, lutara ao lado dos franceses na Segunda Guerra Mundial. Por isso, ele “escolheu” a França. E foi isso que despertou em Julia a mágica de “dar e receber”. Disse ela: “Pesquisas sérias já provaram que o altruísmo faz bem”. E é bom lembrar, esta semana, que nem todo estrangeiro vem decapitar franceses, em nome do fanatismo.

Gera solidariedade

Bom lembrar também que o tema é muito mais complexo. A França e outros países da Europa não conseguem, fisicamente, acolher milhões de pessoas originárias de suas ex-colônias. Nem se quisessem. Estes países têm sim a obrigação de ajudar os países que exploraram, combatendo a miséria, doenças e guerras; criando meios, doando recursos para que as pessoas possam viver dignamente em seus próprios países.

Solidariedade e tolerância

O que é diferente, o desconhecido, num primeiro momento, assusta, afasta. Ambos os lados. Ninguém quer ser exilado, emigrante ou imigrante. Muitos países ricos enviam somas enormes para países pobres. Geralmente, os donos do poder, nestes mesmos países, primam por uma característica que o Brasil conhece muito bem, a corrupção, mãe de infinitos males. Daí a importância da tolerância e solidariedade em duas mãos, dois sentidos.


Lança-Perfume

* Em dezembro, os amantes de vinho poderão comprar um tesouro de 1985 e do Domaine de la Romanée-Conti. Uma das principais e raras safras do século 20. A coleção, da casa de leilões Baghera/wines, em Genebra, deve arrecadar US$ 2,1 milhões com 24 garrafas.

Michael Ganne e Julie Carpentier adquiriram os vinhos do restaurante italiano Enoteca Pinchiorri, de Florença, que é dono de três estrelas Michelin. A proveniência é intocada, já que os vinhos nunca deixaram a adega, exceto em rápida volta à Borgonha para encerar os selos.

Para Ganne, “A Pinchiorri tem uma das adegas mais bonitas da Europa. Um dos lugares para visitar pelo menos uma vez na vida”. Giorgio Pinchiorri e a sócia, Annie Féolde, passaram os últimos 40 anos coletando impressionantes vinhos Grand Cru da Borgonha. Uma coleção de lendas.

Pinchiorri escolheu a Baghera. “Eles são tão apaixonados pelos vinhos da Borgonha quanto eu, provaram repetidamente seu talento para destacar as adegas mais maravilhosas do mundo”.

O feliz e poderoso comprador terá duas alegrias: incluir a série nº 1, completa, em sua coleção, e o imenso privilégio de deleitar-se com este néctar, esta lenda chamada Romanée-Conti. Fala Ganne: “Não tentamos assumir muitos lotes. Mil lotes, por exemplo, deixam o leilão longo e chato”.

A Baghera/wine abriu uma pequena loja boutique no hotel Beau Rivage Geneva, garrafas menores e individuais para os clientes discretos que preferem não comprar pelos leilões. Abriu também um clube exclusivo para membros no hotel de luxo, onde é possível armazenar seus vinhos e organizar reuniões privadas.

Ganne espera que 2021 seja um bom ano para vinhos, leilões e a retomada das viagens, mas, por enquanto, “viajar a partir de uma taça de vinho” é a melhor alternativa.