Dolce Vita | domingo, 24 de novembro de 2019
Gente é pra brilhar: a gata Gabriela Alam
Foto: Edy Fernandes
As belas Patrícia Motta e Renata Campos, colorindo as páginas da coluna
Foto: Edy Fernandes
Cheia de charme e elegância, a super Ellen Oliveira
Foto: Isamu Mitsueda
Luz e sombra
Hoje, escolhemos adaptar dois textos campeões nas redes sociais. O primeiro é da psicóloga Patrícia Gebrim: “Vivemos um momento desafiador no Brasil. Na verdade creio que a onda que está revolvendo nossas entranhas é global. A sombra veio à tona. O escondido está sendo revelado e isso não se refere apenas à situação político-econômico-social, mas a cada um de nós”.
Sol e sombras
“A forma como reagimos a esse momento revela também nossas sombras. Isso não é ruim. Só podemos limpar a sujeira que enxergamos. Mas ouça. Enquanto nos ocupamos em apontar a escuridão lá fora, nos outros, na política, naqueles que atacamos por pensarem diferente de nós, deixamos de agir e transformar o que nos cabe. Nós mesmos”.
Sombras e sobras
“Pense que cada um de nós tem dons e habilidades que servem ao todo. Uns tem uma mente clara e ótimas ideias, outros são ágeis em encontrar soluções criativas. Uns sabem usar agulhas para curar, outros têm o dom da oratória. Uns amam estar em grupo e iniciar movimentos que se expandam, outros preferem ficar no jardim cuidando de uma única sementinha”.
Sobras inteiras
“O momento requer que cada um de nós descubra seu dom e o coloque a serviço do todo. Existe algo que só você tem a dar. Precisamos evitar a armadilha de sermos sugados por essa ilusão coletiva que diz que o nosso destino está nas mãos de alguém, que não nós próprios. Enquanto ficamos aguilhoados pela revolta, reclamando, atacando uns aos outros, alimentando essa onda que causa angústia e medo, deixamos de fazer a única coisa que poderia ser verdadeiramente revolucionária. Existir”.
Inteiras e iluminadas
“Ser a luz que somos. Não importa a sombra que nos rodeie, estamos aqui para manifestar nossa luz. Uma única vela acesa rompe a escuridão. Se você for alguém influente na política, seja luz. Se você for influente na educação, seja luz na educação. Se for dono de um quiosque na praia, coloque amor ao preparar os sanduíches. Onde quer que esteja, faça o seu melhor. Pare de desperdiçar sua energia julgando, polarizando, atacando. Isso não resolve”.
Iluminadas e acesas
“Apenas aprofunda esse véu de separatividade e cega a todos nós. Essa é a última tentativa da sombra de nos afastar de nós mesmos. Temos um poder imenso e tudo pode se transformar se formos sábios e corajosos para fazer a única coisa que nos cabe. Não se deixe iludir pelo que vê à sua volta. Respire. Faça o seu melhor. Vibre a luz que você é. E confie! Estamos a caminho. ‘Almas são como velas acendem-se umas nas outras’”.
Primeiras e segundas
O segundo texto, do escritor Mentor Neto, e é ainda mais atual, lembrando que a vida de gente honesta só tem uma, a primeira instância. Ele começa com uma dura e bela certeza: “A sua vida e a minha não têm muitas instâncias. A maioria dos nossos prosaicos problemas diários precisam ser resolvidos em primeira instância mesmo. Ou quando o dinheiro acaba no banco, seu gerente paga umas três instâncias das suas contas antes de informar que você está quebrado?”.
Lança-Perfume
* Continua Mentor Neto: “Doenças não dão direito a recurso. Chefe não espera segunda instância para demitir. Gente honesta precisa decidir quase tudo em primeira instância”.
“Mas canalhas têm direito à inúmeras instâncias. A Justiça não é cega. É míope. Por isso o STF compreendeu que assim que tem que ser”.
“Enquanto tudo que a nação pede, há anos, é que se faça justiça, que se reduza a violência, que se acabe com a corrupção, o STF decidiu que são necessárias mais instâncias para se comprovar o que duas cortes já comprovaram”.
“Ao lixo com julgamentos anteriores, pagos com nosso dinheiro. Não valeu. Começa de novo, porque o imposto da gente de bem está aí pra isso mesmo”.
“Em nenhum outro canto da nossa vida existe tanta oportunidade. No Enem não tem segunda instância. No hospital não tem segunda instância”.
“Dívida não tem segunda instância. Falência não tem segunda instância. Assassinato tem. Bandidagem tem. Assalto a banco tem. Crime hediondo tem. Corrupção tem”.
“Enquanto você e eu temos que correr para acertar na primeira, para ganhar na primeira, para pagar na primeira, para salvar na primeira, o STF - que deveria nos defender - criou uma casta seleta, formada pela escória do país”.
“E deu a eles chance, deu tempo, deu prazo, deu esperanças. As mesmas chances que faltam a 13 milhões de desempregados, o mesmo tempo que não tem quem precisa trabalhar e estudar, o mesmo prazo que não pode contar quem espera um transplante no SUS”.
“Corruptos, canalhas, facínoras, bandidos voltam às ruas, livres, esperando por mais instâncias de injustiça.
Enquanto a vida de quem é honesto está transitada em julgado...”.
Como diria o poeta, Vinicius de Moraes, muito antes, em “Samba da Benção” (1965), para quem brinca com a vida.
“Cuidado, companheiro! A vida é pra valer e não se engane não, tem uma só. Duas mesmo que é bom, ninguém vai me dizer que tem, sem provar muito bem provado”.
“Com certidão passada em cartório do céu e assinado embaixo: Deus. E com firma reconhecida!”.