Dolce Vita | domingo, 22 de novembro de 2020

O rubro charme da elegância de Joyce Valadares

Foto: Edy Fernandes


Gentileza e atenção

Ainda na esteira do Dia da Gentileza, que deveria ser todo dia e todos os dias, aqui vai uma boa história, atribuída à infância da grande atriz Katharine Hepburn (1907-2003). Quando eu era adolescente, meu pai e eu estávamos na fila para comprar ingressos para o circo. E havia apenas uma outra família entre nós e o balcão de ingressos. Essa família me causou uma grande impressão.

Gentileza e percepção

Eram oito crianças. Por suas roupas, dava para ver que não tinham muito dinheiro, mas roupas arrumadas e limpas. Atrás delas, os pais, de mãos dadas. Pela empolgação deles, sentia-se que nunca haviam ido ao circo. A mãe segurava a mão do marido, olhando para ele como se dissesse: “Você é meu cavaleiro de armadura brilhante”. A bilheteira perguntou ao homem quantos bilhetes ele queria.

Gentileza e ação

“Oito ingressos para crianças e dois para adultos”. A senhora dos bilhetes indicou o preço. A esposa do homem largou sua mão, sua cabeça caiu, os lábios do homem começaram a tremer. O homem não tinha dinheiro suficiente! Vendo o que estava acontecendo, meu pai enfiou a mão no bolso, tirou uma nota de 20 dólares e a jogou no chão. Pegou-a de volta, deu um tapinha no ombro do homem e disse: “Com licença, senhor, isto caiu do seu bolso”.

Gentileza e gratidão

O homem entendeu o que estava acontecendo. Ele olhou nos olhos do meu pai, pegou a mão dele entre as suas, apertou com força a nota de 20 e, com os lábios ainda trêmulos e uma lágrima escorrendo pelo rosto, disse: “Obrigado, obrigado, senhor. Isso realmente significa muito para mim e minha família!”. Meu pai e eu voltamos ao nosso carro e nos dirigimos para casa. Os 20 dólares que meu pai doou eram com o que compraríamos nossos próprios ingressos.

Gentileza e prazer

Embora não tenhamos conseguido entrar, sentimos uma alegria dentro de nós muito maior do que ver o circo e o que ele poderia nos proporcionar. Ali aprendi o valor de “dar”. O doador é maior que o receptor. Se você quer ser grande, maior do que a vida, aprenda a “dar”! O amor não tem nada a ver com o que você espera receber, apenas com o que espera dar, que é tudo! Aprenda a fazer alguém feliz por meio de atos de generosidade!


Tudo azul e primaveril para Luiza Ribeiro

Foto: Edy Fernandes


Prazer e trabalho

A pesquisa “Série Global Stakeholder – O Futuro do Trabalho, Agora”, divulgada em outubro, mostrou quais as cinco habilidades socioemocionais mais importantes para os próximos seis meses no Brasil e no mundo. Para os cerca de dois mil brasileiros ouvidos pela pesquisa, adaptabilidade, colaboração, resiliência, criatividade e empatia são indispensáveis para crescer profissionalmente.

Trabalho e competência

A pesquisa “esqueceu a generosidade” porque, realmente, ela é cada vez mais rara. As outras competências, que já possuíam destaque no mundo dos negócios, agora com a Covid-19, que mudou as estruturas da economia, são ainda mais valorizadas. O gestor de empresas e professor especialista em tomada de decisão da Fundação Dom Cabral, Uranio Bonoldi, fala mais sobre o assunto a seguir.

 

“Bandeira branca”, paz e generosidade com Vivi Ribeiro

Foto: Edy Fernandes

 

Lança-Perfume

* Diz Uranio Bonoldi: um conjunto de habilidades que desenvolvemos para lidar com as emoções. Assim podem ser definidas as competências socioemocionais. Elas estão ligadas à nossa capacidade de conviver, conhecer, ser e trabalhar. Não é à toa que as empresas estão em busca de profissionais que saibam se relacionar bem. Níveis mais altos dessas competências trazem benefícios para a carreira, principalmente no que diz respeito à capacidade de liderança.

Saber como agir diante de situações complexas que envolvem tomadas de decisões difíceis é algo valorizado pelas empresas. Resolver os problemas, garantindo um ambiente mais leve para todos os colaboradores, exige boa saúde mental e certas habilidades. Mas quais são elas? Adaptabilidade. A constante mudança demanda o desenvolvimento de uma maior capacidade adaptativa, mas sempre respeitando os próprios alicerces.

Colaboração. Saber trabalhar em equipe é fundamental. A ajuda mútua permite uma maior aprendizagem e produtividade. Resiliência. A capacidade de superar adversidades deve ser trabalhada todos os dias. Criatividade. Construir alternativas, trazer ideias inovadoras ao ambiente de trabalho, diversificar o repertório com novas propostas e táticas. Empatia. Ao compreender as emoções de outra pessoa e se colocar no lugar dela, a relação com os outros colaboradores se torna mais harmoniosa.

Em um mundo que vive em constante mudança, aprender a lidar melhor com as próprias emoções e aplicar tal aprendizado no dia a dia é “O” caminho. O caminho para crescer tanto profissionalmente quanto para autoconhecimento, afinal, o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho é indispensável para viver de maneira mais plena.

Uranio Bonoldi é executivo e também professor de MBA na Fundação Dom Cabral. É palestrante e escritor. Possui longa experiência executiva em cargos de alta gestão, especialista em tomada de decisão, carreira e negócios. Na Fundação Dom Cabral ministra aulas para executivos sobre poder e tomada de decisão. Uranio, um abraço, e não esqueça de incluir, nas próximas palestras, a tal da “generosidade”.