Dolce Vita | domingo, 22 de dezembro de 2019
Cheia de charme primaveril colorindo a coluna, Ana Sofia Almeida Campos
Foto: Adriana Gonçalves/Estudo Imaginário
Entre boas safras de vinhos, o melhor de sua geração: Cintia Figueiredo
Foto: Edy Fernandes
Fazendo e acontecendo na ponte área Brasil-Itália, a superarquiteta Flavia Miranda com a bela filhota, Júlia
Foto: Felipe Martins
Vida mais
Do impagável e inclassificável padre Fábio de Mello: “Aprenda a nunca mais ser idiota. A vida não pode ser só trabalhar e pagar conta. No casamento, não somente cobranças e sexo. Com filhos, não pode ser só perguntar como foi a escola. Preocupar-se apenas com finanças, academia e o próximo e maior apartamento. Os dias passam rápido, celulares consumem preciosos minutos de conversa, carinho e risadas”.
Vida besta
“Esse ano já vimos um jornalista dizer: chego em dez minutos para almoçar e não chegou. Um modelo tão entusiasmado para desfilar que o coração não aguentou. Um que foi só ajustar o ar condicionado da casa nova caiu e se foi. Organize sua vida colocando prioridades no seu dia a dia. Peça perdão, libere perdão, seja leve de espírito. Beije a boca de quem você ama, abrace, conforte, chore junto, sorria mais ainda. Não gaste energia com quem não quer o seu bem, políticos mentirosos, parentes e amigos falsos”.
Vida breve
“Não perca tempo abrindo a sua boca para falar o que não edifica, a vida é muito curta para viver aborrecido. Brinque com seus filhos, durma com eles, se lambuze ao cozinhar algo, divirta-se. E busque ganhar dinheiro o suficiente para ter segurança e um pouco de conforto. Todo o resto é vaidade, é idiotice”.
Vida louca
“Um dia, a hora chega, e quem viver viveu. O mundo precisa de amor, nos seus quatro cantos, é preciso darmos as mãos e fazermos essa corrente do bem. Precisamos urgentemente liberar energias positivas e pensamentos amorosos”.
Ainda BH
Para os belo-horizontinos de todas as idades, o resumo de um texto bacana ainda pelos 122 anos de BH, escrito por Roberto Oliva. “Na época em que a bela Belo Horizonte estava na adolescência, se recolhia às 22 horas, no tempo do último ônibus às 23 horas, do sinal de TV que apagava deixando chuviscos no ar à meia-noite. Tínhamos políticos honestos, desembargadores ilibados, incorruptíveis juízes e magistrados, que depois de desencarnados davam nome às nossas arborizadas avenidas”.
Sempre BH
“Os bandidos eram escassos e tinham pavor da polícia, acreditem! Podia-se sair pelas madrugadas e voltar a pé para casa sem medo. Era época em que só se compravam preciosidades importadas, calça Lee, Levys, perfume Lancaster e radiozinhos portáteis japoneses. E o grande “point” de compras era a Galeria Ouvidor. Tudo acontecia no centro de BH, povoada pelas nossas honoráveis tribos indígenas: Carijós, Tupis, Tupinambás, Caetés e tantas mais, irmanadas com estados e cidades brasileiras”.
Velha BH
“Restaurantes, barezinhos, botecos e lanchonetes inesquecíveis. Eram tantos e tão irmanados que as tribos e os estados se encontravam em alegres happy hours gastronômicos e etílicos. Xodó, Ted’s e Sacy, em frente ao Cine Tupi ou Jacques; tomar milk shake e comer um misto ou americano, depois do cinema, era o programa dos domingos dos adolescentes. Beleza. Uma coxinha com catupiry da Torre Eiffel era a glória. O pão de queijo da Camponesa, uma felicidade. Dar de cara com o Cine Metrópole, alegria geral”.
Lança-Perfume
* Continua o túnel do tempo: “Mais tarde, subir Bahia, atravessar a Augusto de Lima, entrar na Cantina do Lucas, atendimento personalizado top de linha, no lendário Maletta. Genial!
Saborear um cachorro quente ou a banana split das Lojas Americanas, cair no footing, paqueras, namoros e encontros da Afonso Penna, empolgante!
Sinuca no Metro, Tupinambás com Curitiba, onde estrelava o melhor croquete da capital, indispensável; sanduíche de linguiça no Café Palhares.
Um chope geladíssimo no Tip Top, com tira-gosto alemão. O quibe da Gruta OK na Rua dos Tamoios. As loiras geladas do Teorema na Tupis com Rio de Janeiro, Jesus amado!
La Bella Itália, Cantina do Ângelo. O sanduíche de pernil com pão quente da hora da Padaria Boschi ou o pastel da Pastelaria Ouvidor, irresistível.
Música de verdade nos bailes de formatura e de carnaval, nas horas dançantes, no PIC, Pampulha Iate Club, no Iate, nos DCEs da Federal e da Católica, no Círculo Militar...
As festas juninas do Cruzeiro, Campestre, do clube BH, do Country, do Minas, do Barroca. Maravilha!
Fome e boemia? Praça Raul Soares, com estabelecimentos 24h. Scaramouche, Hi-Fi, a Pizza do Macau, a Spaquetelândia.
E os Inferninhos nos fins de semana? E o Pizzaiolo da Contorno? Na rua Pernambuco, batidas no Beb’s ou o mexidão de fim de noite no Arroz com Feijão na Savassi.
Por fim, o Giovani na Afonso Penna ou na Pizzarella, na Olegário Maciel.
Tantos outros mil redutos que existiam e fugiram da memória ou se evaporaram sem que déssemos conta; desapareceram das nossas lembranças.
Quem se lembrar escreva. Não vamos deixar cair no esquecimento aqueles que por algum tempo nos foram tão queridos.
Caminhando pelas ruas da cidade saltitante e adolescente Belorizonte, amiga, companheira; aprontando alegrias, sorrindo, fazendo planos, trocando ideias, gastando juventude, procurando a tal felicidade. Era bom demais”.
E aqui termina o texto de Roberto Oliva, no melhor estilo “a gente era feliz, sabia e sabe até hoje”. Façamos novas lembranças!