Dolce Vita | domingo, 21 de novembro de 2021

"Viva La Vida", viva Júlia Avelar. Foto: Edy Fernandes

Herança grega

“A palavra ‘eureka’ foi supostamente pronunciada pelo cientista grego Arquimedes (287 a.C. – 212 a.C.), quando descobriu como resolver um complexo dilema apresentado pelo rei Hierão. O rei queria saber o volume de ouro em sua coroa. Arquimedes sabia que para isso deveria determinar a densidade da coroa e comparar com a densidade do ouro”.

Herança de ouro

O problema era como medir o volume da coroa sem a derreter. Arquimedes solucionou-o ao entrar numa banheira e observar que o nível da água subia quando ele entrava. Assim, para medir o volume da coroa bastava mergulhar a coroa em água e calcular o volume de água deslocado, o equivalente.

Herança nua

“Conta-se que ele saiu nu, correndo pelas ruas e gritando eufórico: ‘Eureka! Eureka!’ (Achei! Achei!)”. Assim teria nascido “O Princípio de Arquimedes”. “Eurekka” também é um “hub” focado em saúde e bem-estar com forte atuação em psicoterapia e medicina. Uma grande “startup” em atendimento psicoterápico do Brasil. A Eurekka falou sobre o luto.

Herança mortal

Bom dia! Bom domingo! Vamos falar de morte e de luto? O luto é um conjunto de reações naturais a perdas importantes, é um processo que se inicia no momento da perda e termina com a elaboração do sofrimento e o retorno à vida normal. É algo que faz parte da nossa capacidade de superação, além de ser algo positivo, nos ajudando a colocar as coisas em uma perspectiva diferente.

Herança silenciosa

Ninguém quer falar sobre a morte, pensar ou ouvir sobre ela. É muito difícil, doloroso e nos traz sentimentos de medo e angústia. Esquecemos ou fingimos esquecer que a morte é muito comum e vai acontecer várias vezes nas nossas vidas. Quanto maior a dificuldade de falar sobre isso, mais temos que enfrentar o sofrimento sozinhos, sem preparo e com grande dificuldade de superação.

Herança agridoce

Comentário nosso. “Para variar”, o ator, cineasta, escritor, pensador e “filósofo”, Woody Allen, soltou mais uma de suas pérolas: “Não é que eu tenha medo da morte. Apenas não quero estar vivo quando acontecer”. O humor é uma maneira de encarar a morte e o luto. No entanto, falar e escrever isso é mais fácil que praticar. Isso porque a morte tem um gosto de nunca mais; é um grande e amedrontador enigma.

Herança perdida

Voltemos ao texto da Eurekka. Ficamos de luto pela perda em várias situações diferentes na vida, não necessariamente só quando falamos de morte. Pode ser a perda de um relacionamento, da infância ou adolescência; de amizades, de um trabalho ou de um sonho; tudo normal! No entanto, o luto só se torna um problema quando permanece e a pessoa acaba adoecendo. 

Herança viva

Por isso, devemos estar preparados para lidar com o luto de uma maneira mais saudável! Especialistas consideram cinco estágios do luto, os quais todo mundo enfrenta quando vivencia a morte de um ente querido. No entanto, nem sempre as etapas acontecem em sequência e o tempo que as pessoas vivenciam cada uma delas pode variar.

Herança pesada

No estágio da negação, o indivíduo tem dificuldade de acreditar na perda, então tenta se afastar dessa realidade. Também sente uma dor intensa e não consegue suportar a ideia de um futuro sem o que perdeu. Por isso, age como se nada tivesse acontecido ou racionaliza muito a situação, como se não tivesse nenhuma emoção ligada a ela.

Viva as cores da Vida, viva Lu Bitar. Foto: Edy Fernandes

Lança Perfume

*A segunda fase do luto é a raiva. O indivíduo já entendeu a morte como uma realidade e começam a surgir sentimentos de revolta.

Revolta, ressentimento e injustiça, que podem ser expressados de forma agressiva.

A pessoa pode dirigir a raiva para si mesma ou para outras pessoas - como para o médico, para Deus ou para a própria pessoa que faleceu.

No terceiro estágio, de negociação ou barganha, a pessoa começa a imaginar diferentes situações e a tentar negociar, com Deus.

Por exemplo, para que a perda não seja de verdade e para que a pessoa amada volte.

A quarta fase é a depressão. O indivíduo percebe que a morte é inevitável e que o objeto de perda não vai voltar.

Assim, ela, por fim, sente tristeza, desmotivação, apatia e acredita que não vai conseguir superar essa situação.

Por fim, a aceitação. Neste último estágio, a pessoa já se acostumou mais com a ideia da perda e consegue falar sobre o assunto com mais facilidade.

Aos poucos, a dor diminui e é substituída por saudade e carinho.

Pausa para outro comentário nosso. Não devemos esquecer o tempo, que sempre cura ou ameniza tudo.

É nessa fase que a pessoa enxerga a ideia de morte com mais naturalidade e sente que está na hora de seguir em frente.

Atitudes que podem ajudar um parente ou amigo em luto: a primeira coisa que devemos saber é que cada um sofre de um jeito!

Viva a Vida, hoje, viva Taty Marcellini. Foto: Edy Fernandes

Pergunte "Como foi o seu dia?" Mostre à pessoa que você se preocupa com ela e que está disponível para confortá-la.

Quando não souber o que dizer, só diga: "sinto muito" ou "não consigo imaginar o que você deve estar sentindo".

Muitas vezes queremos sugerir planos e temos pressa para resolver a situação, mas às vezes pode ser mais útil só fazer companhia e ver um filme junto com a pessoa, por exemplo.

Nosso comentário: cuidado com o filme! Mesmo as comédias, mesmo as que tratam a morte. Um ótimo é “Ensina-me a Viver”, de Hal Ashby, (1971).

Muitas pesquisas mostram que a companhia de um animal pode ajudar na melhora de pessoas enlutadas.

Entenda a diferença cultural. Homens e mulheres são ensinados a lidar com as emoções de formas diferentes.

Enquanto as mulheres podem expressar mais os sentimentos, alguns homens tendem a se isolarem mais, recorrem ao álcool ou até mesmo ficarem mais irritados.

Esteja presente. Às vezes as pessoas passando pelo luto se isolam, não sabem como pedir ajuda. Uma simples visita já faz bem!

Buscando ajuda médica e psicológica para lidar com o luto quando ele está te deixando doente.

A pessoa sente dores, não consegue mais sair de casa, não consegue mais conversar com os amigos, sente crises de ansiedade várias vezes etc.

Existem profissionais qualificados para lidar com situações específicas, como essa.

Além disso, o luto mal resolvido pode desencadear transtornos como a depressão, ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo e, até mesmo, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).