Dolce Vita | domingo, 20 de dezembro de 2020
"La Vie en Rose" de Amélia Ávila. Foto: Edy Fernandes
Luxo viral
Mui gentil e informalmente, falou à coluna, Andréa Bernardes, sócia da joalheria Manoel Bernardes, que leva o nome de seu irmão: “O ano de 2020 representou o maior desafio para o mercado de luxo, pois associou uma crise sanitária com impactos significativos no plano econômico, em escala planetária. A digitalização avançou extraordinariamente e exigiu mudanças rápidas por parte das empresas”.
Luxo digital
“O resultado mostrou que as empresas que investem em uma identidade clara, uma atitude de responsabilidade social e ambiental e um poderoso imaginário de marca conseguiram minimizar os impactos financeiros e voltar mais rapidamente para uma arena competitiva. As marcas precisam ser coerentes com os seus valores e que estes estejam em sintonia com as mudanças na sociedade”.
Luxo fundamental
“Assim elas estarão mais protegidas desses incidentes imprevistos. Manoel Bernardes segue oferecendo produtos originais, de qualidade e atentos às expectativas dos clientes. Tudo isso sem perder a singularidade de representar a cultura de Minas e da mulher brasileira”. Para rimar ou completar a visão de Andréa, texto muito interessante, na Meio&Mensagem, de Thiago Santos, fundador e CEO da e-thinkers, empresa premium em e-commerce.
Bolinhas e bolhas de champagne para Érica Juste. Foto: Edy Fernandes
Luxo cultural
Thiago escreveu sobre o que esperar da retomada do mercado de luxo no Brasil pós-pandemia. “A necessidade de estar presente nos canais online fez com que se conseguisse implementar uma cultura digital nas empresas mais tradicionais do mundo do luxo, com projetos que vinham há anos sendo postergados”. Ou seja, é o que ainda não cansamos de lembrar aqui mesmo na coluna. A pandemia “apenas” antecipou o que já era uma tendência. Vantagem de quem estava preparado para, digamos, no mínimo, “10 anos em 1”.
Luxo fenomenal
Continua Thiago: “Acredito que, nas últimas semanas, você já tenha se deparado com uma imagem das longas filas em frente a lojas de grifes de luxo, em países onde o comércio começou a retomar, já que os níveis da pandemia foram controlados. Segundo o WWD, veículo da mídia internacional especializado no mercado premium, a boutique francesa Hermès, reaberta em 11 de abril, em Guangzhou, uma das maiores cidades da China, faturou apenas neste dia 2,7 milhões de dólares”.
Luxo parcial
“Infelizmente, no Brasil a expectativa ainda é muito distante de resultados parecidos como este para os próximos meses. Visto que a curva de crescimento da disseminação da doença ainda não apresenta sinais de queda e mesmo com a retomada parcial das lojas físicas, as vendas não têm demonstrado serem muito expressivas”. Completamos o raciocínio de Thiago: o Brasil não é a China, mas os ricos são ricos em qualquer lugar do mundo. Milionários também.
Luxo tradicional
“Por outro lado, desde o início do isolamento social, o e-commerce da moda de luxo tem demonstrado um crescimento exponencial, com marcas chegando a crescer 12 vezes em vendas no digital. A necessidade de estar presente nos canais ‘online’ fez com que nós conseguíssemos implementar uma cultura digital nas empresas mais tradicionais que vínhamos ano após ano trabalhando para conseguir”.
Anos dourados para Fernanda Ville Fort. Foto: Edy Fernandes
Lança Perfume
*A aula de Thiago Santos continua assim: “Existem dois pontos que acompanhamos de perto: o comportamento dos consumidores está mudando e precisamos refletir sobre isso; e grande parte das vendas da moda de luxo está ligada à experiência”.
“Com essas constatações, já conseguimos prever um futuro num curto ou médio prazo para pensarmos em melhorias”.
“É possível pensar em experiência no virtual também, já que protocolos de segurança, distanciamento entre vendedores e clientes, fechamento dos provadores e medidas de higiene são um fato”.
“Eu, como especialista em e-commerce, enxergo neste momento a maior necessidade do trabalho que fazemos. Não podemos prever exatamente como será o futuro da moda de luxo no Brasil, ou até dos outros segmentos”.
“Mas podemos afirmar que o ‘omnichannel’ é a chave para integrar os esforços de digitalização das empresas e das lojas físicas”.
Pausa para o Google nos explicar o que é o “omnichannel”. Uma tendência do varejo que se baseia na convergência de todos os canais utilizados por uma empresa.
Trata-se da possibilidade de fazer com que o consumidor não veja diferença entre o mundo online e o “off-line”. O “omnichannel” integra lojas físicas, virtuais e compradores.
Thiago volta dizendo que o “omnichannel” oferece o suporte técnico e ferramentas para os vendedores, possibilitando resultados de fidelização tão importantes para este novo momento.
“Em relação aos novos clientes, que adquirimos no e-commerce nos últimos meses, fica a missão de mantê-los na base com um atendimento de excelência”.
“Devemos entregar aquilo que esse consumidor experimentou e gostou: atendimento pessoal e afetivo, venda não presencial, com entrega e pós-venda excepcionais”.
“Parece um pouco óbvio, mas é importante reforçar que não podemos retroceder agora”.